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08 DE MAIO DE 2018
Primeira aula do curso Iniciação Política, promovido pela Escola do Legislativo, ocorreu na tarde desta terça-feira
Cerca de 75 pessoas participaram do encontro promovido pela Escola do Legislativo
Setenta e cinco pessoas estiveram no salão nobre da Câmara na tarde desta terça-feira (8) para o curso de Iniciação Política, promovido pela Escola do Legislativo. A historiadora Marilda Soares, Doutora pela Universidade de São Paulo, ministrou a aula sobre a história da participação política e dos movimentos sociais e a vereadora Nancy Thame (PSDB) falou da participação da mulher nos ambientes de decisão.
Marilda destacou os principais movimentos sociais ao redor do mundo. "Eles pressupõem um incomodo coletivo com a realidade, que dialoga com espaços de poder e decisão", afirmou. No Brasil, a historiadora citou como exemplos os movimentos indígenas, afrodescendentes, liberais e republicanos.
Ela apontou também o movimento dos Quilombos em Palmares (entre o século XVI e XVII), Revoltas em Minas Gerais (século XVIII), o Abolicionismo, os movimentos sociais na Primeira, Segunda, Terceira e Quarta República e os ativismos contemporâneos, que tem novas formas e novas práticas.
Em seguida, Nancy apresentou nome de representantes políticas que fizeram diferença na história do mundo, entre Cleópatra, a rainha Elisabeth, a rainha Nzinga Mbandi, Carlota Joaquina, Marquesa de Santos e Simone de Beauvoir. "É o empoderamento feminino que insere a mulher nas decisões políticas", falou.
A vereadora também apresentou alguns recortes antigos feitos pela mídia, no Jornal das Moças e na revista Querida, do ano de 1959, em que publicavam esteriótipos de que a mulher deveria ficar em casa ao invés de trabalhar e que assuntos importantes não diziam respeito à elas. "Vejam hoje mesmo os cartazes no metro para ver como a mulher ainda é tratada como objeto", apontou.
"A gente tem espaço para ter democracia", alegou. "Vontade política acontece por pressão popular", completou. A parlamentar também comentou sobre as conquistas e desafios da mulher e afirmou que a politica de cotas é necessária. "Não é questão de competência e sim de condições. Temos que analisar que a questão de cotas vem para corrigir distorções" observou.
Esse sistema de cotas, de acordo com Nancy, gerou resultados positivos para as mulheres. Com ele, foi permitido a filiação a partidos, houve pressão nos espaços de poder, ocorreu a mudança de estatuos para garantir espaço da figura feminina e os movimentos suprapartidários. "É importante uma [mulher] subir, para depois trazer as outras", disse. "Sem a participação da mulher não é democraria", ressaltou.
Marilza Garcia, professora de educação infantil, falou que política acontece no dia a dia. "Você também faz política quando você ensina para o menino que ele também tem que arrumar a cama dele, assim como a menina. Isso também já é uma mudança, de comportamento e social", comentou. Para ela, a mudança deveria ser feita na criação. "Minha filha eu crio de um jeito e meu filho de outro. Isso faz com que essa diferença fique mais acentuada", alegou. "E hoje a sociedade faz isso com a gente, a nossa cabeça é formada para manter essa diferença no fundo", completou.
PRÓXIMAS AULAS – Em 15 de maio será abordado política e organização social, pelo historiador Fábio Bragança, diretor do Departamento de Documentação e Transparência e coordenador da Escola do Legislativo. O conteúdo sobre Regimes e sistema de governo fica aos cuidados de Antonio Messias Galdino, enquanto Ricardo Caiuby trata de Ética na política.
No dia 22 de maio, os temas são: Parlamentarismo, presidencialismo e presidencialismo de coalizão, por Renata Bueno; e Processo legislativo e a dinâmica dos poderes, por Fábio Dionísio.
No encerramento do curso, dia 29, Renato Morgado fala sobre Política, eleições e partidos unindo a democracia à cidadania, enquanto Marcelo Bongagna aborda Mídia, opinião pública e poder.
(Assista no player à reportagem veiculada pelo "Jornal da Câmara".)