03 DE MARÇO DE 2020
Nara Perobelli de Moraes recebeu homenagem da vereadora Nancy Thame
O vídeo produzido por Nara ––que é natural de Jundiaí–– traz como tema a agricultura familiar
Estudante de gestão ambiental na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), Nara Perobelli de Moraes recebeu a moção de aplausos 175/2019, da vereadora Nancy Thame (PSDB), em reconhecimento ao vídeo “The Brazilian Way” (‘’O Jeito Brasileiro’’). A entrega da homenagem aconteceu nesta segunda-feira (2), na 8ª reunião ordinária da Câmara.
Nancy disse que conhece o trabalho de Nara pela Escola do Legislativo, da qual a vereadora é diretora, uma vez que a estudante colabora com os fóruns do órgão da Câmara. “A Nara vem para representar a juventude, as mulheres, a luta pelo meio ambiente, a intensidade com que a gente deve agarrar e acreditar nos dados de pesquisa, e isso faz a diferença para um povo. A pesquisa em nosso país na área tropical, na agricultura, está à frente”, declarou a parlamentar.
O vídeo produzido por Nara ––que é natural de Jundiaí–– traz como tema a agricultura familiar. O material relata a vida de famílias que integram a OCS (Organização de Controle Social) de Jundiaí, que possibilita uma alternativa para os produtos orgânicos que não conseguem arcar com um processo de certificação.
O vídeo foi classificado para a etapa final da Competição Global de Vídeos para Jovens. Sua exibição ocorreu em setembro de 2019, em Nova Iorque, na Cúpula do ONU (Organização da Nações Unidas).
“Esta competição me deu a possibilidade de registrar o trabalho maravilhoso dos agricultores, que colocam comida saudável na mesa das pessoas e a preços acessíveis”, disse Nara, que é estagiaria na área de políticas públicas do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e técnica em meio ambiente pela Etec Vasco Antônio Venchiarutti, do Centro Paula Souza.
Nara lembrou ainda que a OCS é uma política para acessibilidade para o alimento orgânico, de apoio aos produtores de pequeno porte. “Com ela, muitas pessoas que estavam fora do campo podem voltar a trabalhar com mais dignidade e vender sua produção diretamente aos consumidores”, disse.
A estudante citou ainda uma definição acadêmica ––circuitos curtos de alimentação e de consumo–– e explicou que o conceito é utilizado quando a origem e o destino dos alimentos estão mais próximos e colaboram para o fortalecimento da relação produtor-consumidor, para a redução da poluição e dos custos relacionados ao transporte dos alimentos. “Consequentemente, ajudando a combater as mudanças climáticas”, reforçou.
Segundo Nara, a Universidade de Cambridge e a Organização Governos Locais para a Sustentabilidade (Iclei) comprovaram que 97% dos cientistas concordam que a mudança do clima acontece e é movida pelas ações humanas. E que aproximadamente 45% das emissões mundiais dos gases causadores de problemas são provenientes de atividades urbanas e consomem 70% de toda a energia gerada no mundo.
Ao final, ela trouxe ainda questões relacionadas a Piracicaba, que concentra 98% dos habitantes na área urbana. "Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases do Efeito Estufa, em 2016 o município era o 13ª maior emissora do estado, com 66% das emissões vindas diretamente da energia", informou Nara.
Para Nara, o marco mais importante para as mudanças climáticas é de 2015, da Conferência do Clima da ONU, ocasião em que surgiu o Acordo de Paris, ratificado pelo Brasil. "Nele, os governos locais e sublocais são reconhecidos como atores essenciais para transformar as ações transformadoras neste ambiente urbano. Esta, portanto, parlamentares, é uma pauta que depende intimamente de vocês e que deve estar na mira em cada projeto de lei, cada emenda e cada fiscalização que fizerem", recomendou.
Além disso, a estudante classificou a Câmara de Piracicaba como pioneira, ao aprovar e implantar o programa Parlamento Aberto, no ano passado, e ao propor ao Executivo, em 2006, a criação de uma Comissão de Mudanças Climáticas e Ecoeconomia Sustentável. "Acredito que este seja o momento de darmos um passo adiante: regulamentar o funcionamento desta comissão e também criar um plano participativo e prático, que mostre como Piracicaba pretende reduzir os efeitos das mudanças climáticas e se adaptar ao que já está acontecendo".