10 DE MAIO DE 2022
Propositura do vereador Fabrício Polezi (Patriota) foi discutida, na segunda-feira (9), durante a 16ª reunião ordinária.
Moção de repúdio 65/2022 é de autoria do vereador Fabricio Polezi (Patriota)
Pautada para ser votada na 16ª reunião ordinária da Câmara, na noite desta segunda-feira (9), a moção de repúdio 65/2022 acabou não sendo apreciada pelo plenário da Casa por falta de quórum -- ela deverá retornar na próxima sessão. A propositura do vereador Fabricio Polezi (Patriota) critica declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo o parlamentar, teriam sido “machistas” e “xenofóbicas”.
Durante a discussão, a vereadora Rai de Almeida (PT) lembrou que o autor da moção trata como “mimimi” o feminismo e as denúncias de violência contra a comunidade LGBT, “ou seja, tudo aquilo que nos denunciamos aqui”, acrescentou. “E para mostrar que o ex-presidente Lula não é machista, eu preciso falar das questões que ele defendeu em favor das mulheres”, disse.
Rai enumerou programas de governo das gestões petistas, como a instituição do Bolsa Família, “que deu autonomia às mulheres”, salientou, assim como combate ao racismo, à homofobia, ao machismo e à xenofobia, e ações voltadas aos Direitos Humanos, como a aprovação da Lei Maria da Penha. “São todas políticas que são em defesa das mulheres”, acrescentou.
A parlamentar lembrou, ainda, os episódios que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), destratou as mulheres publicamente, “mas este vereador não se preocupou com isso e não apresentou nenhum repúdio”, disse. “Ele disse que, quando alguém vier ao Brasil, que fique à vontade e faça sexo com uma mulher, disse que a filha dele foi uma fraquejada e falou que a deputada federal Maria do Rosário não merecia nem ser estuprada”, elencou.
Ainda na discussão da moção, Fabrício Polezi lembrou que a médica Nise Yamaguchi foi, inicialmente, “maltratada durante a CPI da Covid”, disse, quando os congressistas que integraram a comissão “não deram o direito de ela responder as questões, sendo que ela travou e começou a chorar”, lembrou o parlamentar, que chamou a investigação como “um circo”.
Polezi recordou que, durante um comício na Bahia, o ex-presidente Lula convidou o senador Otto Alencar (PSD-BA) e, na ocasião, elogiou o congressista que, durante a CPI havia criticado a Nise Yamaguchi.
“Ele reverenciou o Otto dizendo que ‘na CPI do Covid ele deu um esculacho naquela médica japonesa que não sabia o que estava falando’”, relatou o vereador, que avaliou, “por aí você vê o nível de tratamento do lulopetismo com as mulheres que não pensam da maneira como eles querem”.
O vereador disse que Lula parabenizou um homem que atacou, diminuiu, menosprezou e reduziu uma mulher. “E pior pelo simples fato de ela ser simplesmente mulher e japonesa”, disse. Em seguida, apresentou o currículo de Nise Yamaguchi, “aquela que dizem que não sabe de nada”, concluiu.
O vereador Aldisa Vieira Marques, o Paraná (Cidadania), disse que votaria contra a propositura, porque “se tiver 10 candidatos a presidente da República e vierem 10 moções, eu votarei contra”, disse, ao classificar que “essas discussões vêm de muito longe”. Ele criticou que essas discussões “geram gastos” e “consome energia”, e que “não vão legar a lugar algum”.
Paraná lembrou que, dentre os seus eleitores, já identificou diferentes preferências em relação aos candidatos à Presidência da República. “Se tiver 10 candidatos, vou ter pessoas que votam com os 10, mas que votaram em mim, então eu vou fazer meu papel, de trabalhar pela cidade”, acrescentou, e destacou que os “nossos eleitores não merecem essas confusões”.