10 DE MAIO DE 2024
Moção aprovada em regime de urgência solicita auxílio de governantes, empresários e sociedade civil
A moção 104/2024, de apelo ao “Presidente Luís Inácio Lula da Silva, Governantes, Empresários e Sociedade Civil, para enviar ajuda às famílias atingidas pelas enchentes, no Rio Grande do Sul” foi aprovada em regime de urgência 27ª Reunião Ordinária de 2024, nesta quinta-feira (9).
A iniciativa da moção é da vereadora Alessandra Bellucci (Avante). No texto da propositura, a vereadora relata a gravidade da situação e as consequências dos impactos das chuvas que começaram em 27 de abril e atingiram várias regiões do estado.
Segundo a parlamentar, os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí e o Guaíba em Porto Alegre foram particularmente afetados e os números são alarmantes, com centenas de milhares de pessoas afetadas, desalojadas e em abrigos, além de mortes, feridos e áreas sem eletricidade e água potável.
O resgate de animais também é uma preocupação, com milhares deles ilhados e necessitando de ajuda. Organizações locais estão tentando para resgatar e cuidar desses animais, mas enfrentam limitações de recursos.
A Defesa Civil de Porto Alegre está solicitando doações específicas, como colchões, lençóis, produtos de higiene e rações para cães e gatos. “A situação é urgente e requer uma resposta coordenada e generosa de todos os setores da sociedade”, ressaltou a parlamentar.
A vereadora Rai de Almeida (PT) elogiou a iniciativa de Alessandra Bellucci e listou os investimentos que o governo federal “tem feito juntamente à população do Rio Grande do Sul, presente numa situação de calamidade pública”. Rai de Almeida ainda pediu para não ser dado crédito às campanhas de fake news em curso que tem “atrapalhado os trabalhos feitos pelo governo federal, pelo governo do Estado e pelos municípios”.
Já o vereador Fabricio Polezi (PL) frisou que o setor privado está fazendo a diferença e a população do Rio Grande do Sul precisa de ajuda para ontem e não de promessas que vão chegar. “O povo do Rio Grande do Sul merece atenção agora, nesse momento, de ajuda, de apoio e de reconstrução agora”, afirmou.
O vereador Acácio Godoy (Avante) destacou que nenhuma cidade, tem estrutura para lidar com tragédias ambientais, como enchentes e vendavais e que essa falta de estrutura se aplica a Piracicaba. Ele ressaltou a importância de medidas preventivas no município e de uma equipe de resposta imediata.
Gustavo Pompeo (Avante) atribuiu parte da responsabilidade da catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul à ganância humana, que removeu a contenção natural da água ao redor, que deveria ser uma barreira natural. “Infelizmente, as chuvas excederam a capacidade de absorção dessas estruturas, resultando em rompimentos de barreiras e afetando casas, cidades, bairros, ruas, lavouras e pessoas, o que me entristece profundamente”, afirmou.
A união dos piracicabanos e dos brasileiros para auxiliar as famílias afetadas pelas enchentes, foi elogiada por Josef Borges (PP). Ele ainda ressaltou a importância de evitar que a burocracia impeça a chegada rápida da assistência necessária às vítimas. “O que podemos tirar dessa terrível tragédia é a necessidade de mais empatia e união em momentos como esse”, concluiu.
Para a vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo “A cidade é sua”, a tragédia no Rio Grande do Sul estava anunciada, em parte, devido à flexibilização do Código Florestal Estadual. “Recentemente li sobre as mudanças feitas pelo governador Eduardo Leite, que alterou cerca de 500 pontos do Código Ambiental do Rio Grande do Sul de 2019, retirando partes importantes do Código Florestal”, afirmou. Ela ainda frisou que desenvolvimento não deve ser apenas concreto e asfalto, mas aliado a sustentabilidade ambiental.
Zezinho Pereira (PMN) observou que, como funcionário de longa data, nenhum governo anterior se preocupou em criar uma Secretaria de Defesa Civil. Ele criticou o fato que durante os últimos 16 anos da gestão do PSDB e nos últimos 4 anos da atual administração, essa Secretaria ainda não foi estabelecida.
Na justificativa de voto, Paulo Camolesi afirmou que a natureza reage quando seu espaço é invadido pelo desenvolvimento desordenado das cidades, o que pode resultar em problemas como enchentes. Ele alertou especificamente sobre o Rio do Pisca e “previu” que o excesso de construções na região pode levar a futuros transtornos.