23 DE OUTUBRO DE 2019
Amigos e autoridades reforçaram os méritos de Cíntia e o reconhecimento da cidade a ela durante a solenidade de entrega do título conferido pelo vereador Maestro Jonson.
A concessão do título de "Cidadã Piracicabana" a Cíntia Annichino Pinotti, em solenidade na Câmara, na noite desta quarta-feira (23), não só confirmou o vínculo da maestrina com a terra onde fez carreira, como também simbolizou o merecimento e o reconhecimento ao legado construído entre amigos e alunos.
A honraria foi conferida pelo vereador Jonson Sarapu de Oliveira, o Maestro Jonson (PSDB). O público que lotou o salão nobre da Câmara assistiu a uma solenidade diferente, com todas as músicas da cerimônia interpretadas por grupos regidos por Cíntia: o Coral Luiz de Queiroz, o Coral Luiz de Queiroz - Noite e o Grupo Vocal Luiz de Queiroz.
Do Hino Nacional ao Hino de Piracicaba, passando por "Rio de Lágrimas" e "Madrugada Piracicabana", a solenidade configurou-se "um culto à música", como classificou Maestro Jonson. Até a marcha nupcial ganhou versão nas vozes dos coralistas, como pano de fundo da interação de atores caracterizados como noiva e pescador. Ao final da cerimônia, a bandeira do Divino Espírito Santo, tradição à qual Cíntia é ligada, passou em procissão no salão nobre.
"Hoje é um momento ímpar da minha vida. Sempre fui admirador da Cíntia, desde os anos 1980, quando iniciei na Guarda Mirim [atual Instituto Formar] as primeiras aulas de música. Sempre que tinha concerto, estava presente acompanhando. Tive o privilégio de ter aulas com Cíntia e conhecê-la melhor", contou Maestro Jonson.
O vereador, que ressaltou que o apoio à música é um dos trabalhos que seu mandato "foca muito", caracterizou a arte como uma "ferramenta que transforma a vida das pessoas" e Cíntia, como "missionária que promove a união e a integração". "É uma pessoa de talento ímpar e, com toda a bagagem que tem, mantém-se simples, humilde e ajudando a todos, dando uma contribuição enorme à cultura de Piracicaba."
O autor da solenidade também enfatizou o legado de Cíntia em três décadas atuando na cidade, embora a formação da maestrina tenha se dado em Campinas e São Paulo, em trajetória que também acumula experiências em diversos países da Europa. "Com toda sua formação, andando pelo mundo, você manteve o amor à nossa terra, distribuindo o que somou na carreira conosco. Milhares de alunos passaram por suas mãos; você consegue disseminar isso aos outros, levando o amor e a alegria que a música proporciona."
Ao agradecer a homenagem, Cíntia mencionou pessoas que foram importantes em sua trajetória, às quais chamou de "pilares" de sua formação músico-cultural. "Adelina, minha mãe e primeira professora, com quem aprendi a musicalização e que tem sido minha mestra, crítica e auxiliar em tudo. Dirce Camargo, minha primeira professora de instrumento, que me ensinou a ética e a perseverança. O professor Luiz Carneiro, que me ensinou a amar o instrumento clarineta", relacionou.
Outros "pilares" também foram lembrados pela maestrina. "Maestro Marco Abreu, pelas vezes que me convidou a participar de concertos festivos da Guarda Mirim, e maestro Henrique Gregori, professor na Unicamp de regência, que me disse que precisaria ser 'missionária da música'. Acho que estou conseguindo cumprir essa missão vitoriosa; tenho a alegria de desenvolver habilidades que são inatas em todos nós, as quais em algum momento devem ser despertadas", disse a homenageada, que também agradeceu os integrantes dos grupos que dirige e a Deus, "pelo entusiasmo, pela saúde e, principalmente, pela fé em poder acreditar que ele tudo proverá".
Cíntia citou, ainda, a importância que teve em sua vida o casal Maria Aparecida e Ernst Mahle, da Escola de Música de Piracicaba. "Fizeram parte da minha juventude, me deram a grande oportunidade de começar a trabalhar na Empem aos 16 anos e logo depois comecei a reger o coral infanto-juvenil."
Com referências ao hino da cidade, a homenageada também agradeceu a Maestro Jonson a concessão do título. "'Piracicaba que eu adoro tanto, cheia de flores, cheia de encantos.' É uma alegria pensar que agora sou piracicabana de fato, pois já me sentia há muito tempo. Essa frase do hino não poderia significar mais para mim, pois expressa o sentimento que tenho por essa cidade. Tenho agora obrigação maior ainda de trabalhar com as coisas de Piracicaba", afirmou.
Compondo a mesa diretiva da solenidade, a vereadora Nancy Thame (PSDB) lembrou as apresentações dos grupos regidos por Cíntia em eventos na Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo) e afirmou ser grata pelo convívio com a maestrina.
"Ficamos esperando nas festas da Esalq a entrada de vocês, porque já sabemos que será um momento muito especial que nos tocará, trazendo um sentimento bom", afirmou a parlamentar. "Temos que ter gratidão e muita alegria de saber que podemos tê-la conosco. Que bom seus pais terem vindo a Piracicaba e termos a oportunidade de sermos conterrâneos e contemporâneos."
Diretor da Esalq-USP entre 2007 e 2011, o professor Antônio Roque Dechen ressaltou que o salão nobre da Câmara lotado para a homenagem a Cíntia "mostra a qualidade do trabalho e a admiração de todos" pela maestrina. "É uma satisfação, além de acompanhá-la nos concertos, tê-la no rol de amizades e trabalharmos na mesma instituição. Que continue nos brindando com sua musicalidade, sorriso e competência."
O secretário municipal de Defesa do Meio Ambiente, José Otávio Machado Menten, elogiou a formação musical de Cíntia, estimulada pela família e consolidada com os estudos na área, que a tornaram "referência a muitos artistas em Piracicaba e no Brasil". "A cidade ganha uma grande aliada na área da cultura, da música, não só pela qualidade artística, mas pela formação que deu a muita gente, pela dedicação a inúmeras pessoas", afirmou.
A formação da mesa diretiva da solenidade também teve a professora e historiadora Marly Therezinha Germano Perecin, o presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), José Rubens Françoso, o advogado Luiz Alberto Ferezini, da Casa dos Conselhos, e a musicista Maria Aparecida Mahle, da Empem.