12 DE MARÇO DE 2024
Rai de Almeida acredita que armamento da população contribui para aumento dos casos de violência contra as mulheres
Programa Primeiro Tempo exibiu entrevista com a vereadora nesta segunda-feira
Após o segundo caso de feminicídio do ano de 2024 registrado na cidade, a vereadora Rai de Almeida (PT) lamentou que ainda esteja impregnado e naturalizado na sociedade o pensamento de que as mulheres devem estar submetidas ao poder masculino.
A luta pela defesa dos direitos das mulheres pautou toda a entrevista da vereadora ao programa Primeiro Tempo, nesta segunda-feira (11), exibido pela TV Câmara sempre antes das reuniões ordinárias. "O ódio instaurado nessas pessoas tem sido exacerbado. Os homens não aceitam o não das mulheres e uma forma de revidar esse não é tirando suas vidas", avaliou.
Rai integra a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara, que concebeu uma programação especial durante o mês de março, em parceria com diversas entidades e com a Rede de Atendimento e Proteção à Mulher. São palestras, debates, workshops, rodas de conversa, shows, oficinas literárias, encontros culturais e atividades de saúde e de bem-estar.
Na avaliação da vereadora, as recentes mudanças na legislação sobre o armamento da população contribuem para o agravamento dos casos de violência contra a mulher. "A sociedade está armada, não temos uma política de saúde mental e as pessoas não estão preparadas para terem uma arma", declarou.
Em Piracicaba, foram 11 casos de feminicídio no ano passado, um aumento de 83% em relação aos 12 meses anteriores. A esse dado, Rai de Almeida acresceu uma informação publicada pelo Fórum Nacional de Segurança Pública: entre 2015 e 2023 foram mais de 10 mil homicídios praticados por homens contra as mulheres, sendo que deste total 1.463 registros ocorreram apenas no ano de 2023.
Ainda na entrevista, Rai de Almeida abordou um boletim de ocorrência feito recentemente por ela, após receber no e-mail institucional de seu gabinete várias ameaças, incluindo a de estupro e tortura. "Tenho buscado forças e energias, tenho uma rede de apoio e solidariedade", comentou ela. "Continuamos cumprindo nossas pautas, com todas as cautelas. Não me calarei e não ficarei intimidada. Esperamos que a polícia possa chegar ao criminoso e essa pessoa possa ser punida", disse.