
17 DE SETEMBRO DE 2019
Vereadora fez apelo ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que inclua as internações na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças.
Aprovação de propositura ocorreu na 51ª reunião ordinária
A vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS), faz apelo ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que inclua a internação em hospitais da rede pública e privada de saúde, de crianças e adolescentes, em decorrência de embriaguez alcóolica ou por consumo de drogas, na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças. A moção 246/2019 foi aprovada nesta segunda-feira (16), na 51ª reunião ordinária.
De acordo com o texto da propositura, a notificação compulsória é um registro que obriga e universaliza a comunicação de doenças ou agravos às autoridades de saúde pública (médicos e demais profissionais de saúde, ou responsáveis pelos serviços públicos e privados, que prestam assistência ao paciente), em todo o território nacional.
As doenças são selecionadas por meio de critérios como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle e compromisso internacional com programas de erradicação.
Segundo Adriana, é grande a preocupação com o crescimento do uso precoce e abusivo de álcool e outras drogas por crianças e adolescentes que, na maioria, após o consumo excessivo, acabam por passar por atendimento médico, em unidades de saúde públicas ou particulares.
“A Sociedade Brasileira de Pediatria diz que a ingestão precoce de drogas ilícitas e, principalmente, de álcool por menores, pode levar a uma série de consequências nocivas devido ao comportamento de risco, dentre eles, o de beber em idade adulta, maior possibilidade de ocorrência de acidentes de trânsito, traumatismos acidentais, homicídios, suicídios e acidentes com armas de fogo”, afirmou a vereadora.
Além disso, ela menciona que adolescentes que se expõem ao uso excessivo de álcool podem ter sequelas neuroquímicas, emocionais, déficit de memória, perda de rendimento escolar, retardo no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades. “O uso de substâncias psicoativas costuma produzir um efetivo multiplicador, em que o consumo de uma substância aumenta o risco do consumo de outras, como tabagismo”, explica.
A vereadora cita o artigo 70 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que estabelece que as entidades, públicas e privadas devem contar com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.
“Mesmo com os diversos dispositivos legais, a embriaguez por uso de álcool e de outras drogas por crianças e adolescentes não está inclusa na lista de doenças e agravos da Lista Nacional de Notificação Compulsória, que é de extrema importância, visto que, com dados consolidados sobre esses casos, seria possível a implementação de políticas públicas de prevenção, com foco na proteção e responsabilização previstas no ECA”, destacou.