12 DE AGOSTO DE 2022
Gaetano Luigi sofreu os horrores da Segunda Guerra Mundial e, há duas décadas, milita pela busca de resolução de conflitos no mundo.
Quando as últimas bombas que fizeram da II Guerra Mundial o maior conflito bélico da Humanidade ainda caíam, em 1945, o menino Gaetano Brancati Luigi enfrentou a escassez material – “sem ter um sapato ou par de meia”, recorda – e, mesmo sob o medo por estar longe da família, o garoto se encantou com o singelo som dos sinos que ainda tocavam.
O trauma virou um desejo: fazer algo que se tornasse um símbolo da comunhão entre os povos e solução pacífica dos conflitos. Cinco décadas depois, já idoso, Sr. Luigi idealizou o Marco da Paz, cujo símbolo mais marcante é o sino. “O som das campanas nunca se apagou da minha mente”, disse o agora Cidadão Piracicabano, título recebido na noite desta sexta-feira, 12, em solenidade na Câmara Municipal de Piracicaba.
Da ideia que começou em São Paulo, hoje já são 37 cidades do mundo que recebem o Marco da Paz – em Piracicaba, foi instalado em julho deste ano, o que motivou o vereador Gilmar Rotta (PP), presidente do Legislativo, a propor o projeto de decreto legislativo 21/2022.
“Essa homenagem aumenta ainda mais a nossa responsabilidade (em manter o movimento pela cultura da paz). Peço que possamos seguir a cada dia mais forte para suportar em que se cresce a possibilidade uma terceira guerra”, disse Luigi. “Eu agradeço esse momento em que estamos aqui podendo fortalecer essa ideia de solução pacífica dos conflitos”, concluiu.
Gilmar Rotta lembrou que honrarias como o Título de Cidadão Piracicabano são para pessoas que tem importância para a cidade. “Digo agora que o senhor é filho desta terra, o senhor pode não ter nascido em Piracicaba, mas agora o senhor é daqui, faz parte da nossa querida cidade”, disse.
Ele enalteceu a atuação de Sr. Luigi em levar adiante o desejo cultuado ainda quando criança em um momento tão difícil como uma guerra mundial. “Após 50 anos daquele sonho que ele tinha, de ter a paz no mundo afora, ele conseguiu plantar uma sementinha”, enalteceu Gilmar Rotta.
O presidente do Instituto Marco da Paz, João Bico de Souza, destacou a disposição de Sr. Luigi em fazer repercutir a cultura da paz. “Sua história de vida consegue transmitir uma mensagem que integra a todos”, disse, ao lembrar que sua família passou a admirar o agora Cidadão Piracicabano.
O diretor-coordenador do Instituto Marco da Paz, Amir Massis, enfatizou que a homenagem se estende a milhares de ativistas pela paz no mundo. “Isso tem um significado muito grande para nós, por isso é uma alegria muito grande em estar aqui”, disse.
“O monumento (Marco da Paz) instalado no Parque da Rua do Porto é maravilhoso e o que importa é o que ele significa, que é nada mais que paz”, disse o vice-presidente da Acipi e da Facesp, Jorge Aversa Jr.
Comandante do 10º BPMI, tenente-coronel Alexandre Bergamasco, elogiou a postura do Sr. Luigi, “que já nos traz paz, que é indescritível”, destaca. “Nós, na PM, também praticamos a cultura da paz, esse é o nosso objetivo”, disse.
A solenidade também contou com apresentação do Coral Stella Alpina, que interpretou as canções “Va, Pensiero” e “A Paz”.