17 DE AGOSTO DE 2017
Cerca de 300 pessoas vieram à Câmara protestar contra falta de diálogo do grupo mantenedor da universidade. Ato tem apoio a Márcio de Moraes, reitor destituído.
Em um ato à altura da história de 53 anos da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), cerca de 300 pessoas vieram à Câmara, na tarde desta quinta-feira (17), mostrar apoio à greve iniciada no último dia 8 e manifestar repúdio à Rede Metodista de Educação, grupo mantenedor da escola de ensino superior e do Colégio Piracicabano.
A reunião pública, no salão nobre na Câmara, foi convocada pelo presidente Matheus Erler (PTB) e pelos parlamentares que compõem a Comissão de Educação, Esportes, Cultura, Ciência e Tecnologia: o presidente Maestro Jonson (PSDB), o relator Paulo Campos (PSD) e o membro Paulo Henrique Paranhos Ribeiro (PRB).
Tanto o salão nobre quanto o hall externo foram ocupados por apoiadores do movimento. A reunião pública foi antecedida por um protesto, em frente à Câmara, realizado por dezenas de manifestantes que partiram em passeata desde o Colégio Piracicabano, com carros de som, palavras de ordem e faixas com os dizeres "Fora, Rede", "Autonomia universitária", "A Unimep é de Piracicaba" e "Não é salário, é autonomia".
Vereadores, professores, funcionários e alunos de ambas as instituições e representantes de entidades de classe, associações e sindicatos uniram-se para cobrar a abertura de diálogo com a Rede Metodista e solidarizar-se com o professor Márcio de Moraes, que, no último dia 11, foi destituído do cargo de reitor da Unimep pela direção do grupo.
Convidada pela Câmara a participar da reunião pública, a Rede Metodista não enviou nenhum representante, o que gerou vaias do público. O diretor-geral do grupo, Robson Ramos de Aguiar, foi duramente criticado.
Além de restringir o diálogo com professores e funcionários da Unimep e pagar-lhes com atraso salários e férias, a Rede Metodista é alvo de reclamações pela implantação de um novo sistema interno de gerenciamento de dados da universidade.
Desde a mudança, alunos não estão conseguindo efetuar matrícula (o que impede a compra de passes escolares e o registro em estágio obrigatório), receber boletos de mensalidade (causando a perda de descontos), emitir históricos escolares e aderir a seguros de vida para estagiários. Já os professores não estão tendo acesso a informações relativas ao Fies e ao Prouni, às suas turmas de alunos e ao registro de ponto e de frequência às aulas.
Em quase duas horas e meia, o ato na Câmara abriu espaço para a fala de 18 autoridades e do público presente. Pela Unimep, discursaram o reitor destituído Márcio de Moraes, o presidente do Sindicato dos Professores de Campinas e Região, Carlos Virgilio Borges, o presidente da Adunimep (Associação dos Docentes da Unimep), Milton Schubert, o presidente da Associação dos Funcionários do Instituto Educacional Piracicabano, David Wesley Marques, o diretor da Faculdade de Direito da Unimep, Jarbas Martins Barbosa de Barros, e a representante dos alunos Nathália Navarro.
A reunião pública definiu ações em defesa da Unimep. Erler informou que a Câmara vai apresentar moção em favor da recondução do professor Márcio de Moraes ao cargo de reitor da universidade e propôs a criação de um fórum em defesa da instituição. "Trabalharemos de forma conjunta com alunos e professores para que a Unimep saia deste momento difícil", afirmou o vereador.
Diretora do Departamento Administrativo-Financeiro da Câmara e aluna do 10º semestre do curso de Direito na Unimep, Kátia Garcia Mesquita propôs a elaboração de um abaixo-assinado em apoio à volta do reitor Márcio de Moraes. (Para aderir à petição on-line, basta clicar aqui e preencher os campos obrigatórios.)
Os presidente do Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba), Wagner da Silveira, e do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, José Antonio Fernandes Paiva, ofereceram apoio logístico para o movimento grevista se deslocar a São Paulo para pressionar a Rede Metodista a abrir diálogo. "Quando falamos que estamos juntos, é porque mexeu com vocês, mexeu com a gente", disse Paiva, sob aplausos.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba, Jefferson Goularte, disse que a entidade foi procurada por professores do curso de Direito da Unimep com a proposta de que seja criada uma comissão para acompanhar o caso.
Já o secretário municipal de Trabalho e Renda, Evandro Evangelista, colocou "a Prefeitura como um todo à disposição" dos manifestantes. Ele disse que o secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, José Luiz Ribeiro, também é solidário à greve.
Além de Erler, Maestro Jonson, Paulo Henrique e Paulo Campos, estiveram presentes na reunião pública os vereadores André Bandeira (PSDB), Gilmar Rotta (PSDB), Nancy Thame (PSDB), Osvaldo Schiavolin, o Tozão (PSDB), e Pedro Kawai (PSDB).
Também compareçam ao ato o coordenador do curso de Direto da Unimep, José Renato Martins, o presidente da Emdhap (Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba), João Manoel dos Santos, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Piracicaba, Fânio Luis Gomes.
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