03 DE MARÇO DE 2020
Ao destacar programação do Mês da Mulher, vereadora citou os desafios da equidade de gênero
Ela participou de entrevista ao vivo pela TV Câmara
A equidade de gênero, ou seja, o respeito à igualdade de direitos em relação a qualquer tipo de atividade entre os sexos, é um dos desafios da sociedade atual. "Não tem cultura que justifique a violência e há muita violência contra a mulher. Existe, sim, de uma forma estrutural, uma exclusão da mulher nos espaços de poder e decisão", lembrou a vereadora Nancy Thame (PSDB).
A declaração foi feita durante a participação da parlamentar no programa Primeiro Tempo, nesta segunda-feira (2), exibido ao vivo pela TV Câmara. Ela também trouxe detalhes da programação do Mês da Mulher, que ocorre de 3 a 25 de março em diferentes espaços da cidade, com a participação de várias entidades e organizações.
Nancy fez referência à sua participação em um evento na Oficina Municipal de São Paulo, em que ela foi a única a compor mesa com três homens. "Na minha adolescência eu tinha vontade, por exemplo, de tomar um suco sozinha em uma lanchonete, mas não podia pelo fato de ser mulher", lembrou.
Ainda nos dias atuais, Nancy diz escutar o argumento que as mulheres não querem ocupar todos os espaços por terem outras atividades. Para ela, a condição de mulher não pode limitá-la de ter voz e dar sua contribuição. "A gente gosta de estudar, de perceber as coisas, de ajudar as pessoas. E se a política tem que servir para ajudar a vida das pessoas, nós, mulheres, também adoramos fazer isso e fazemos com muita propriedade", afirmou.
Um dos episódios relembrados pela vereadora em sua entrevista foi o da paquistanesa Malala Yousafzai, que em 2012, quando tinha 15 anos, levou um tiro de membros do Talibã por defender publicamente o direito à educação para meninas. "Ela só queria estudar e não podia por ser mulher", completou, ao citar ainda outros exemplos, como o casamento forçado de meninas na infância.
Na política, Nancy lembrou que apenas 12 mulheres foram eleitas vereadoras em Piracicaba e uma indicada ao cargo, em um período de quase dois séculos. Sobre essa questão, ela citou como avanço a criação, no ano passado, da Procuradoria Especial da Mulher, que discute a promoção da igualdade de gênero, o empoderamento feminino e a representatividade da mulher na política. "A Procuradoria faz sentido para ser um espaço de voz da mulher aqui dentro", reforçou.
Das ações do Mês da Mulher, a parlamentar destacou a reunião solene proposta por ela e pela vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (CID), às 19h30 de sexta-feira (6), no anfiteatro da Secretaria Municipal de Educação. A parlamentar citou ainda a atividade de abertura da programação, nesta terça-feira (3), na Esalq/USP. A programação completa pode ser acessada no site da Câmara e foi construída "a várias mãos", conforme destacado pela vereadora, "para ninguém se sentir excluído".
NOTA DA REDAÇÃO - A ausência de áudio na transmissão (até 1min04seg) se deve a um problema técnico na transmissão da TV Câmara.