16 DE NOVEMBRO DE 2022
Tenente-coronel Sílvia Andréia Mantoani foi homenageada pela vereadora Ana Pavão.
Cidade onde foi subcomandante do 10º BPM-I (Batalhão da Polícia Militar do Interior) e ainda exerce trabalho social, a tenente-coronel Sílvia Andréia Mantoani foi reconhecida por seu vínculo com Piracicaba ao receber a "Medalha de Mérito Legislativo", em solenidade realizada pela Câmara, no salão nobre, na noite desta quarta-feira (16).
Nascida em Adamantina (SP), Sílvia, 47, passou por diferentes batalhões da Polícia Militar na capital e no interior paulista. Hoje à frente do 24º BPM-I, com sede em São João da Boa Vista, a militar foi homenageada por iniciativa da vereadora Ana Pavão (PL), autora do decreto legislativo 45/2022.
O período em Piracicaba selou a amizade entre as duas. "Aprendi a gostar de você, a te admirar e a ver a reciprocidade de estar perto de você. Está sempre pronta a fazer: não para e nunca dá um 'não' para a gente. Agradeço todo o tempo que tirou para me ajudar, como cidadã, ajudando a solucionar problemas", disse Ana Pavão à homenageada.
A vereadora afirmou ter a expectativa de, até o final de seu mandato, tornar realidade um projeto que gestou junto com a ex-subcomandante do 10º BPM-I: com trabalho de 25 anos no Hospital dos Fornecedores de Cana, Ana Pavão constatou a necessidade de garantir um quarto próprio, adequado e seguro a detentos que precisam ser atendidos na unidade.
A ideia de criar em Piracicaba o "quarto-cela" em um dos hospitais de grande porte da cidade (atualmente, HFC e Santa Casa se revezam nesse tipo de atendimento, a cada três meses) visa evitar que parte do efetivo da PM fique alocada na escolta. "Temos um projeto juntas e, se depender de mim, ele vai sair do papel. Vamos trazer para a nossa cidade o primeiro quarto-cela, do jeito que vocês, policiais, precisam e acham que é seguro", disse Ana Pavão.
Ao receber a "Medalha de Mérito Legislativo", Sílvia recordou sua trajetória na mesma profissão exercida por seu pai, Onofre. "Cresci vendo meu pai na Polícia Militar, sempre idealista, honesto e dedicado. Eu pensava: 'Quero ser como ele'. Imaginava cultivando os mesmos valores e a retidão que ele tinha", afirmou.
A compreensão sobre a dimensão da carreira veio após se formar na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. "Me deparei com mais de 60% dos nossos chamados sendo de demandas sociais. Aquelas pessoas que não têm a quem recorrer na hora do aperto: no trabalho de parto, na mediação de conflitos, na discussão entre familiares, elas só têm a Polícia Militar. Então, sentia que aquela missão era para mim."
"Quando me formei, achava que o sacrifício da própria vida era tomar um tiro, morrer a caminho de uma ocorrência, mas hoje entendo que isso é feito diariamente. A gente morre um pouco quando chega a uma ocorrência e vê que nada mais pode ser feito, quando um criminoso acha uma brecha na lei e fica livre, quando vê tantas mazelas", comparou.
Sílvia disse que, diante do enorme volume de ocorrências relacionadas a demandas sociais, é papel do policial militar "trabalhar pelos que não têm vez nem voz". "Sabemos que na hora do aperto eles têm o 190, nós sabemos disso. Nós não avaliamos se aquela pessoa que está precisando de socorro é de uma classe social ou orientação política: é uma vida humana. A gente não se importa com os riscos que corre para salvar aquela outra vida."
A vinda para Piracicaba, após 20 anos "já acostumada" em Presidente Prudente, representou "um desafio pessoal" para Sílvia. "Foi um recomeço profissional, familiar e das minhas relações pessoais. E Piracicaba foi um presente, em muitos sentidos. Essa homenagem é de cada um que cruzou o meu caminho: eu muito mais aprendo do que ensino com vocês."
A homenageada agradeceu o reconhecimento prestado por Ana Pavão. "Você, amiga, é um exemplo de luta, uma guerreira, uma 'policial de sangue' em seus objetivos. Nunca me disse 'não'. Sou muito grata a Deus por sua vida e sua luta, uma pessoa que admiro demais e de quem tenho muito orgulho", afirmou Sílvia.
Outros policiais militares presentes na solenidade também enalteceram a atuação da homenageada.
O coronel Érico Hammerschmidt Júnior, ex-comandante do CPI-9 em Piracicaba, usou a palavra "ação" para resumir as qualidades de Sílvia. "É uma mulher de ação, que cresceu numa vontade enorme de transformar o mundo, as pessoas e os ambientes. Por onde passa, transforma unidades e comunidades por meio da ação. Essa homenagem de hoje é muito justa e merecida por esse seu espírito: uma verdadeira líder, muito agregadora. O que faz transforma todos que estão à volta."
O tenente-coronel Marcelo Domingos Facadio lembrou conhecer há 30 anos Silvia, a quem chamou de "amiga e irmã de turma", e o marido dela, o também tenente-coronel Marlon Robert Niglia. "Sílvia está sempre fazendo, inovando. Essa homenagem é mais do que merecida e você é digna de reconhecimento desta Casa. Desejo-lhe muito sucesso na carreira, pois tem muito ainda a fazer por nós."
"É uma satisfação acompanhar essa homenagem merecida à Sílvia. Trabalhou com a gente, uma excelente profissional. Com todo o gabarito e maestria nos comandou como subcomandante", declarou o major José Donizete Gomes de Oliveira, que compôs mesa junto com os colegas de Polícia Militar e com o superintendente da Unimed Piracicaba, Sérgio Fortuoso.