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19 DE JANEIRO DE 2017

Escola abandonada no Pau D'Alho virará Centro Social, diz Gilmar Rotta


Galpão construído em área doada por fazendeiro teve aulas entre 1972 e os anos 90. Professora que lecionou para as primeiras turmas relembrou histórias do lugar.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Larissa Nunes (1 de 10) Salvar imagem em alta resolução

Gilmar Rotta mostra à professora aposentada Arlete fotos atuais do imóvel que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho

Gilmar Rotta mostra à professora aposentada Arlete fotos atuais do imóvel que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Ao lado de Gilmar Rotta, Arlete relembrou detalhes da antiga escola, que agora será transformada em Centro Social

Ao lado de Gilmar Rotta, Arlete relembrou detalhes da antiga escola, que agora será transformada em Centro Social
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Ao lado de Gilmar Rotta, Arlete relembrou detalhes da antiga escola, que agora será transformada em Centro Social

Ao lado de Gilmar Rotta, Arlete relembrou detalhes da antiga escola, que agora será transformada em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social

Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social
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Galpão que abrigava a antiga escola "José Piacentini", no Pau D Alho, vai ser recuperado e transformado em Centro Social



O jeito de ver fotos mudou, mas o sentimento permanece igual ao de 45 anos atrás. Enquanto o vereador Gilmar Rotta (PMDB) desliza o dedo sobre a tela de seu celular para exibir as imagens que registrou da antiga escola "José Piacentini", no bairro Pau D'Alho, na zona rural de Piracicaba, a professora aposentada Arlete Gonçalves de Camargo, 77, não esconde a emoção. "Continua bonita!", diz, com olhos arregalados e sorriso no rosto.

Arlete foi a primeira docente, ao lado das colegas Maria Yara Ell Ambrosano e Marlene Teresinha Voltani Cesta, a dar aulas no galpão construído dentro da Fazenda Corcovado, numa área de 4 mil metros quadrados doada pelo proprietário das terras, José Piacentini. A escola funcionou de 1972 a meados da década de 90, encerrando as atividades "um ano depois de a Prefeitura ter feito a quadra poliesportiva", segundo a educadora.

Agora, graças à luta iniciada em 2011 por Gilmar Rotta, o galpão voltará a ser frequentado pela comunidade. Em decisão publicada na semana passada, a Justiça concedeu a reintegração de posse da área à Prefeitura, que deve recuperar o espaço, situado no km 170 da rodovia Samuel Neves (SP-147), e transformá-lo num Centro Social, beneficiando cerca de 200 famílias que vivem nas propriedades rurais da região.

À primeira vista, ao visitar o local, o diagnóstico é de um imóvel arrasado pelos efeitos do abandono de duas décadas. Mas, após a limpeza inicial feita na antiga escola na última segunda-feira (16), em esquema de mutirão ––foi retirada parte dos entulhos e cortado o mato no entorno––, observam-se paredes intactas, lousas preservadas e até o piso da quadra em bom estado de conservação.

Segundo Gilmar Rotta, que já conversou com o prefeito Barjas Negri (PSDB), as equipes da própria Prefeitura darão conta de reformar o imóvel. Na avaliação do vereador, haverá necessidade de trocar o forro, restaurar o telhado, colocar calhas, substituir as peças de louça e metal da cozinha e dos banheiros, recuperar o piso, refazer a fiação elétrica e pintar as paredes ––o parlamentar também sugere a instalação de uma academia ao ar livre no local.

Parte desses serviços, acredita Gilmar Rotta, pode ser feita pela própria comunidade, que "está animada com a recuperação de um lugar que marcou a infância de muita gente". "Os moradores do bairro me procuraram para ajudar a trazer de volta esse espaço, que estava abandonado, e ganhamos na Justiça. A ideia, agora, é ter atividades de dia e à noite, como aulas de artesanato, ginástica e cursos profissionalizantes", comentou. 

HISTÓRIAS - Ao lembrar, em conversa nesta quinta-feira (19), o período em que trabalhou na "José Piacentini" ––foram nove anos, até 1981––, Arlete, que já lecionava no Pau D'Alho desde 1970, para uma turma em que era a única professora, destaca o valor do gesto do fazendeiro que doou 4 mil metros de sua propriedade para que a nova escola fosse erguida. "Tenho ele em alta conta, porque tinha uma grande visão humanista."

Concluído em 1972, o galpão englobava quatro salas de aula, cozinha e banheiros para as professoras e os alunos. Contava até mesmo com gabinete odontológico ––um dentista visitava a comunidade periodicamente–– e horta ––que abastecia a merenda das crianças, responsáveis pelo plantio e pela colheita dos produtos. "Tudo funcionava perfeitamente", ressalta Arlete.

Num imóvel bem mais moderno que, por exemplo, a casa de taipa que abrigava a escola mais próxima, a "José Piacentini" passou a concentrar os alunos de três pequenos grupos escolares que existiam no Corcovado, na fazenda da família Sabino e no próprio Pau D'Alho ––com os estudantes, também vieram Maria Yara, Marlene e Arlete, que respondiam sozinhas por cada uma dessas turmas anteriores.

Embora construída na gestão de Cassio Paschoal Padovani (1969-1972) e mantida pela Prefeitura, a "José Piacentini" era considerada estadual ––já que o salário do corpo docente era pago pelo governo paulista–– e frequentada por 15 a 20 alunos, divididos entre primeira, segunda e terceira séries. "Ensinávamos a escrever cartas e redações. Tínhamos compromisso com a educação", diz Arlete, responsável pela segunda série.

O período na "José Piacentini" é tido pela docente como "os melhores anos" de sua vida, mesmo que, para chegar à escola, tivesse de enfrentar, toda manhã, uma sinuosa e pouco amigável estrada de terra com seu Fusca. (Para se ter uma ideia, hoje, com a pista asfaltada, são 17 quilômetros do Terminal do São Jorge, onde começa a SP-147, até o km 170 ou 30 minutos dirigindo a partir do Centro ––Arlete sempre morou na rua do Rosário.)

E foi justamente a dificuldade no acesso à escola ––a pavimentação da rodovia Samuel Neves só viria a ser concluída em 2000–– o motivo apontado por Arlete para as atividades no local terem se encerrado. "As professoras não conseguiam chegar à escola por causa da estrada. Em geral, elas eram substitutas, não efetivas, e não tinham ligação com o lugar."

Quando questionada sobre como imagina que será o dia em que o antigo prédio da "José Piacentini" retornará à comunidade como Centro Social ––a previsão é de que as obras de recuperação sejam executadas ao longo deste primeiro semestre––, Arlete responde com um "maravilhoso", digno de "soltar rojões".

Ela faz, no entanto, um "pedido especial", caso haja cerimônia para marcar a entrega do prédio: "Que não houvesse homenagens a mim, porque o que fiz lá foi obrigação. Marlene, Maria Yara e eu éramos uma equipe! E no que os moradores do Pau D'Alho precisarem de mim [para recuperar o prédio da antiga escola], faço com o maior carinho, porque aquilo é deles, não nosso."



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Zona Rural Gilmar Rotta

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