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27 DE MAIO DE 2020

Engenheiro florestal apresenta mecanismos que avaliam saúde de árvores


Giampiero Bini Cano conduziu aula do curso de silvicultura urbana da Escola do Legislativo, em live na tarde desta quarta-feira.



EM PIRACICABA (SP)  

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Aula foi transmitida ao vivo nesta quarta-feira





Instrumentos usados para avaliar a saúde de árvores urbanas e mensurar possíveis riscos de queda tiveram seu uso explicado pelo engenheiro florestal Giampiero Bini Cano em mais uma aula do curso "Silvicultura urbana: plantar, avaliar e manejar", oferecido gratuitamente pela Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na tarde desta quarta-feira (27).

Transmitida pela plataforma virtual Zoom, com exibição simultânea pelo canal no YouTube da Escola do Legislativo, a apresentação permitiu que internautas tirassem dúvidas sobre o funcionamento e os custos da tomografia por impulso e do resistógrafo, os dois mecanismos selecionados por Giampiero para ilustrar os tipos de inspeções destrutivas e não-destrutivas em árvores.

O engenheiro florestal explicou que, para persistir e sobreviver em qualquer ambiente, "uma árvore deve ser mecanicamente confiável e possuir razoável fator de segurança". "Problemas no tronco atribuem sérios riscos de queda em árvores maduras e potencializam a ocorrência de acidentes. Por isso, a avaliação do risco de queda é extremamente importante, principalmente em meios urbanos, e passa pela identificação de características da árvore que contribuam para a sua fragilidade mecânica", comentou.

De acordo com Giampiero, "hoje em dia a maior parte das avaliações são visuais", com a observação de sintomas de declínio e aparência do tronco, como copa esparsa, descoloração das folhas, inclinação e sinais visíveis de apodrecimento. "Porém, sabemos que esses fatores não são suficientes para que tenhamos noção real da condição da árvore, por isso precisamos olhá-las internamente."

Primeira ferramenta detalhada por Giampiero, a tomografia de impulso permite a avaliação do interior do lenho. "Baseia-se na cronometragem de ondas mecânicas geradas por sensores que atravessam a madeira, levando a uma inferência sobre a condição interna do tronco. Fornece informações bastante precisas sobre a qualidade do material que estamos analisando", disse o engenheiro florestal.

Como a velocidade dos impulsos gerados pelo tomógrafo é diretamente proporcional à densidade do corpo da árvore, quanto maior a velocidade de propagação melhor é a condição da madeira. "Ele é composto por diversos sensores, equipado com vibrômetro e com um sistema de controle eletrônico de análise em tempo real dos impulsos de entrada que vão fluir através da madeira."

A representação desses movimentos, continuou Giampiero, origina a imagem da tomografia, na qual regiões da árvore que apresentem problemas recebem coloração avermelhada no gráfico. Ele alertou que, no exemplo de ser detectada uma podridão no tronco, há maior chance de queda se o problema tiver localização marginal.

"É mais importante a localização dessa podridão do que o tamanho dela. Se há uma podridão central, toda a parede externa estará com seu tecido em boas condições, não havendo perda de sustentação dessa árvore", explicou Giampiero, ao comparar o caso com o de uma árvore com podridão marginal e, portanto, com maior risco de queda. 

O engenheiro florestal disse que submeter uma árvore à tomografia é um procedimento caro (só o equipamento custa R$ 130 mil), de maneira que a contratação do serviço de inspeção em geral não inclui a avaliação de exemplares jovens e com menos de 20 centímetros de diâmetro, já que são árvores, em geral, com menor risco de queda.

Em relação ao resistógrafo, Giampiero explicou que se trata de um equipamento composto por uma broca que perfura a árvore e mede a resistência à penetração, indicando, com isso, possíveis problemas. "O motor que comanda a broca tem a velocidade ajustada automaticamente, fazendo as medições serem mais precisas, pois perfurações muito lentas ou muito rápidas levam a resultados que não podem ser analisados corretamente", completou.

O resistógrafo possui, ainda, memória interna que armazena as medições para posterior análise em software específico e visor transparente que permite visualizar a broca durante o processo de perfuração da madeira. Conta também com uma impressa bluetooth que imprime o gráfico de resistência em tempo real, o que possibilita a tomada de decisões ainda em campo.

Diretora da Escola do Legislativo, a vereadora Nancy Thame (PV) fez a abertura da transmissão e destacou o currículo de Giampiero. Ela ressaltou que a aula desta quarta-feira, assim como mais de 200 vídeos de conteúdos diversos, estão disponíveis para visualização a qualquer momento no canal no YouTube da Escola do Legislativo.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Escola do Legislativo Nancy Thame

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