07 DE FEVEREIRO DE 2023
Em suspensão do Expediente na Câmara, investidores destacaram que tendência deve influenciar tanto a alimentação animal quanto a humana.
Luiz Felipe Carvalho defendeu a produção de proteína a base de insetos
Durante suspensão do Expediente na 2ª reunião ordinária da Câmara Municipal de Piracicaba, na noite desta segunda-feira, 6, os empresários Luiz Felipe Carvalho e Murilo Gustinelli apresentaram a experiência da empresa Hakkuna, que desenvolve alimentos baseados na proteína de insetos tanto para humanos quanto para animais. Eles ocuparam o espaço a convite do vereador Josef Borges (Solidariedade), autor do requerimento 798/2022.
“Em 2050, seremos quase 10 bilhões de pessoas e, para alimentar essa quantidade de gente nos padrões atuais, vamos precisar de aumento de cerca de 50% na produção de proteínas”, argumenta Luiz Felipe. Sob o argumento de que, devido à demanda, a ONU (Organização das Nações Unidas), prevê um “colapso”, o empresário defende que é preciso buscar alternativas.
“Até 2050, mais de um sexto de toda a proteína do mundo pode vir de insetos”, disse, ao lembrar que existe atualmente uma produção em torno desta base alimentar. “Quase dois bilhões de pessoas já consomem de insetos”, acrescenta, lembrando que não se trata de países exóticos, mas de povos ocidentes, tanto da Europa quanto dos Estados Unidos.
Carvalho destaca que existem diversos fatores que colocam a alimentação baseada em insetos como uma alternativa para o aumento da produção de proteínas. O primeiro fato é a questão da sustentabilidade. “Na cadeia do boi, são necessários 17 mil litros de água para fazer um quilo de carne; já para fazer proteína a base de grilo, são necessários apenas oito litros para um quilo”, destacou. Ele também destaca a otimização do espaço de produção.
“Para proteína bovina são necessários um hectare para 54 quilos de carne, mas na cadeia do grilo é possível produzir 250 toneladas neste espaço”, disse. Ele também avalia que os últimos estudos nutricionais sobre a produção de proteína de insetos demonstram que eles são uma “bomba de nutrientes”, justificando a base alimentar como alternativa para o futuro.
O vereador Josef Borges se demonstrou entusiasta da proposta. “Eu conheci eles em uma feira na Fatec, que é uma faculdade pública de qualidade, e eu vejo que eles traduzem o futuro”, destacou o parlamentar.