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07 DE MARÇO DE 2025

Em ato, mulheres reforçam lutas, cobram equidade e celebram DDM 24h


Solenidade na Câmara, nesta sexta-feira, marcou o "Dia Internacional da Mulher" e a abertura da "Semana da Mulher"



EM PIRACICABA (SP)  

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Solenidade foi realizada no salão nobre da Câmara, na tarde desta quinta-feira

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Solenidade foi realizada no salão nobre da Câmara, na tarde desta quinta-feira






A abertura da "Semana da Mulher" foi marcada por solenidade na Câmara que reuniu vereadoras, representantes de entidades e expoentes em diversas áreas de atuação, com discursos que reforçaram a luta por direitos, pela igualdade de gênero e por políticas públicas de atendimento e proteção à população feminina.

O evento foi realizado na tarde desta sexta-feira (7), véspera do "Dia Internacional da Mulher". A data celebrada neste sábado (8) foi destacada como oportunidade de reflexão pela vereadora Rai de Almeida (PT), que presidiu a cerimônia no salão nobre da Câmara. Ela e a vereadora Silvia Morales (PV), também presente na solenidade, integram a Procuradoria Especial da Mulher, órgão do Legislativo que compõe, ao lado de outras instituições, a Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba.

Cinco mulheres foram homenageadas durante o evento, que foi aberto com palestra ministrada pela advogada Simone Seghese. A confirmação de que Piracicaba contará com o funcionamento 24h por dia da Delegacia de Defesa da Mulher foi exaltada por Rai de Almeida. "Essa é uma vitória de todas nós. Há décadas lutamos para que tenhamos uma delegacia que atenda 24h por dia, porque as mulheres não sofrem violência só no horário comercial, mas à noite, nos fins de semana, nos dias de jogos de futebol."

A vereadora pautou sua reflexão, na tribuna do salão nobre, a partir da imagem de "mulher brava" que lhe é associada e ponderou que, embora quisesse adotar tom suave em suas falas, não é possível tratar "com leveza os problemas tão sérios que afetam o dia a dia das mulheres". "Queria ser mais poeta, mas, quando se trata das questões das mulheres, o cotidiano é tão pesado e difícil que não tem como falarmos disso sorrindo: o número de mulheres que passam fome, que estão morando em casas sem a menor condição de sobrevivência, que sofrem todo tipo de violência na nossa sociedade."

A vereadora, que está em seu terceiro mandato na Câmara, comentou sobre a violência política de gênero. "Quando chega o 8 de Março, escutamos um monte de homem dizendo que 'não conseguem ficar sem as mulheres', mas, no dia seguinte, nos humilham, nos desprestigiam, falam que não temos capacidade de estar nesse lugar, de fazer a defesa das mulheres e lutar por políticas públicas. A cada vez que alteramos a nossa voz, dizem que somos descompensadas, que não temos equilíbrio emocional para falar. Quando ouvimos essas coisas, não dá para ficar suave e rir."

"Precisamos dizer que não queremos isso para a vida das mulheres e que elas sejam respeitadas e tenham assegurados todos os direitos. Precisamos dizer isso energicamente, com nosso poder de fala, e tem que ser de forma séria", completou a vereadora, que em seguida cobrou do prefeito Helinho Zanatta (PSD) o agendamento de uma reunião para tratar de demandas voltadas à população feminina. "Precisamos que os nossos governantes tenham políticas públicas para mudar a realidade das mulheres —e elas não podem ser fragmentadas; têm de ser transversais, intersetoriais. Por isso estamos cobrando uma reunião com o prefeito, queremos que ele abra as portas para falarmos de nossas pautas, que são importantes."

As diferenças salariais entre gêneros e as diversas formas de violência que as mulheres sofrem foram mencionadas por Silvia Morales, que citou a obra "Este Livro é Coisa de Mulher" para falar de exemplos de "mulheres afrontosas", que marcaram época ao terem "a sagacidade de sair do 'Sempre foi assim' para o 'Ninguém percebeu isso ainda?'". Ela também destacou Eunice Paiva, retratada no filme "Ainda Estou Aqui", como símbolo de "mulher forte, mãe e esposa que resistiu às atrocidades da ditadura militar e foi uma ativista pela memória dos desaparecidos".

"Infelizmente, nesta Casa Legislativa nós não passamos da estatística geral do número de mulheres na política: somos apenas três num universo de 23 vereadores, portanto 13%", observou Silvia Morales. "Que continuemos lutando, como essas que nos antecederam, pelo fim da violência e pela igualdade de gênero, pois os dados ainda são preocupantes. Mulheres brancas recebem 20% a menos que homens brancos na mesma função; entre as mulheres negras, essa diferença chega a 43%. As mulheres consomem duas vezes e meia mais tempo que os homens em trabalhos subestimados, como os domésticos e de cuidados. E ainda enfrentamos todos os tipos de violência: física, psicológica, violência política de gênero, feminicídios", afirmou.

A vereadora do mandato coletivo A Cidade é Sua ponderou que, em meio às lutas ao longo dos anos, houve avanços recentes "no governo Lula, com programas que têm colocado a mulher mais em evidência, com protagonismo em algumas ações, como a redução das taxas de juros para crédito, a regulamentação do programa de proteção da saúde menstrual, a construção de mais Casas da Mulher Brasileira e a regulamentação do auxílio aluguel para mulheres vítimas de violência".

HOMENAGENS - Durante a solenidade, que também teve a presença do vereador Thiago Ribeiro (PRD), cinco mulheres tiveram suas trajetórias enaltecidas por Rai de Almeida e Silvia Morales: Cássia Cristina Tonin Del Tio, Marly Teresinha Pereira, Natalia Puke, Natália Maria Benoti e Márcia Maria Recchia, que usou a palavra em nome das homenageadas. "Somos mulheres que fazem parte de uma história todos os dias, com muita força e coragem. Por isso não podemos perder a alegria e a emoção ao sermos reconhecidas; é um lembrete de que nossa luta vale muito a pena", afirmou.

"Nossa caminhada não foi fácil, mas a cada batalha vencida reafirmamos a grandeza do que significa ser mulher. Viemos de uma linhagem de guerreiras que desafiaram o impossível, que resistiram e transformaram. Somos filhas do matriarcado, do ventre que gera e do colo que acolhe. Somos o centro das atitudes que movem o mundo. Nossa força não se mede. A igualdade que buscamos não é concessão, mas direito. Nossa presença não é apenas resistência, é o poder de ser mulher, a grande mulher transformadora. Devemos resistir, sempre insistir e quantas vezes forem necessárias persistir, mas jamais desistir", disse Márcia, em sua fala de agradecimento.

A advogada Simone Seghese compartilhou reflexões em sua palestra "Qual é a importância da mulher na sociedade?", chamando a atenção para o valor incalculável dos trabalhos domésticos e de cuidados, historicamente centrados na figura feminina. "Se a dona de casa fosse remunerada, se a profissional mãe fosse receber um salário, muito provavelmente seria muito maior que o de nós aqui. A mãe está lá, fazendo isso 24h por dia."

"Nós todos somos muito devedores às mulheres. Nós, mulheres, somos muito devedoras para outras mulheres. Toda vez que estamos exaustas, que precisamos deixar nossos filhos em algum lugar, que ficamos doentes, são outras mulheres que cuidam de nós. A sociedade toda é muito devedora do trabalho da mulher: um trabalho oculto, invisível, desvalorizado e não remunerado. Temos de começar a olhar para esse nosso trabalho invisível, que ainda fazemos, como um trabalho; ter orgulho disso e cobrar essa dívida. Marido e filho têm que pagar de alguma forma, têm que ser cobrados; não em dinheiro, mas isso tem de ser demonstrado, tem que ser exigido um retorno: 'Eu, mãe, estou doente; você faz o almoço hoje, filho? Você cuida do supermercado, marido?'", exemplificou Simone.

Representando a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e Família, a diretora de gestão do SUAS (Serviço Único de Assistência Social), Rosimeire Bueno Jorge, enfatizou o papel que vem sendo cumprido pela Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba. "A luta pelos direitos e pela igualdade de gênero tem que ecoar, não pode parar em março; precisa, de fato, se expandir. A política de Assistência Social tem como uma de suas diretrizes a garantia dos direitos e a proteção às mulheres. Precisamos aproveitar essas oportunidades da discussão em rede para agregar outras políticas de fato, para o acesso a elas de forma mais igualitária."

Integrante do Conselho Municipal da Mulher, Fabiana Menegon também falou da importância da Rede. "O 8 de Março foi um momento de luta para a garantia de direitos, por respeito e contra a discriminação e a violência de gênero, que, infelizmente, ainda acontecem na nossa sociedade. E é por isso que a Rede tem tentado se articular e se fortalecer para fazer a diferença na vida das mulheres."

"O 8 de Março é um dia não só para comemorar, mas também para conscientizar, fortalecer as mulheres e promover a união de todas nós. É um dia para ressaltar a importância de sermos fortes e de refletir o quanto nossas escolhas são importantes para orientar nossos destinos: 'Como você está vivendo? Tem conseguido extrair de você a melhor versão ou vive para atender expectativas, enquadrar-se em padrões, diminuindo-se para caber?' Que este mês sirva para um mergulho interno, uma reconexão com nosso eu", afirmou Daniela Coimbra, da Comissão da Mulher Advogada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba.

Também órgão integrante da Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba, a Guarda Civil Municipal foi representada na solenidade por seu comandante, Marcos Alexandre Rodrigues. "Nós, como policiais, vemos todos os dias as atrocidades cometidas contra as mulheres, a famigerada violência doméstica. Gostaríamos de não ter as notícias ruins que carregamos todos os dias. Dispomos de um trabalho na Guarda Civil Municipal que amplia ainda mais a Rede de Proteção à Mulher. Estamos sempre prontos para essa defesa", declarou.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Imagens de TV:  TV Câmara


Mulher Rai de Almeida Silvia Maria Morales

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