28 DE JUNHO DE 2016
Sandra Akemi Shimada Kishi esteve na Câmara nesta segunda-feira
Câmara suspendeu expediente da 38ª reunião ordinária a pedido do vereador Ronaldo Moschini
O expediente da 38ª reunião ordinária, nesta segunda-feira, 27, foi suspenso para que Sandra Akemi Shimada Kishi apresentasse suas considerações sobre a crise hídrica no país. Ela atua na Procuradoria Regional da República da 3ª Região/SP e é membro-titular do Grupo de Trabalho sobre Águas da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. A solicitação para as explanações foi do vereador Ronaldo Moschini (PPS), por meio do requerimento 468/2016.
Segundo Sandra, que apresentou detalhes do projeto Qualidade da Água, a crise hídrica no país não acabou. "Estamos na contramão de tudo o que acontece no mundo", disse ela, ao referir-se a experiências na Alemanha e nos Estados Unidos, e citar o episódio da Samarco, em que houve rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais.
"A crise hídrica não parou, pois ainda não aprendemos as lições da escassez. Ao mesmo tempo, não conseguimos conhecer quais riscos estamos correndo", disse. Segundo ela, falta informação adequada à população, além de padrões socioambientais e medidas de boas práticas na prevenção e no controle da crise. Sandra lembrou ainda que há estudos ligando a microcefalia aos pesticidas que combatem o mosquito da dengue.
Ao apresentar detalhes sobre a sua atuação na Procuradoria Regional da República, ela afirmou que existe, atualmente, um novo Ministério Público, aberto ao diálogo e à investigação, em busca de novas ferramentas de trabalho.
Sandra esteve na Câmara acompanhada do professor Paulo Affonso Leme Machado, que é apontado como um dos grandes nomes do direito ambiental brasileiro, e do seu neto, Gabriel Henrique Machado. Ela disse que a crise hídrica pode ter decorrido da falta de investimento federal e da baixa capacidade de mobilização dos estados e municípios. "A posição passiva pode representar um ato de corrupção", avaliou.