Porque aprendeu "com pai, mãe e irmão", Rodrigo Salla Jr., de 8 anos, responde rápido quando perguntado sobre como age quando precisa descartar, por exemplo, o papel que embrulha uma bala. "Guardo no bolso, depois quando chego em casa eu jogo no lixo." Mas, quando indagado sobre o que faria se faltasse água no seu dia a dia, o garoto devolve o ponto de interrogação, como se a possibilidade estivesse longe de se tornar real.

Para mostrar que gestos certos, como dar destinação correta ao lixo, e cenários duvidosos, como as previsões de redução na oferta de água potável no mundo, estão interligados em se tratando de meio ambiente, a Câmara trouxe 53 alunos de 7 a 9 anos de idade da Escola Municipal "Vilma Leone Dal Pogetto", do Jardim Jupiá, para falar do assunto de uma forma bastante didática.

A missão coube às servidoras municipais Evelise Moncaio Moda e Dalva Bueno de Camargo Odorisi, convidadas a participar do terceiro dia de eventos da "Semana do Meio Ambiente", promovida pelo vereador José Aparecido Longatto (PSDB) e encerrada na tarde desta quinta-feira (16), no salão nobre da Câmara.

A atividade, como ressaltou a professora Tatiane Ferraz Peligrinoti da Costa, soma-se ao que já é vivenciado na escola pelos alunos, que estão no segundo ano do ensino fundamental. "Temos lixeiras para separar materiais recicláveis e orgânicos, rodas de conversa, exibição de vídeos. As crianças se interessam, ainda mais quando é na prática. Todo mundo se envolve!", comentou.

Evelise e Dalva apresentaram aos estudantes os danos que erosão, desmatamento, descarte irregular de lixo e despejo de esgoto em mananciais geram ao meio ambiente. Citaram como exemplo o tempo que cada material leva para ser decomposto pela natureza: 5 anos para chicletes, 100 anos para latas de cerveja e 1 milhão de anos para vidros ––as crianças reagiram com surpresa aos números.

Dalva, que trabalha no Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), alertou para as consequências de gestos que ainda perduram na população, como jogar lixo nos rios. "Quando uma pessoa faz isso, a água que chegará até ela ficará mais cara, pois precisará ser limpa e tratada", explicou.

As servidoras aproveitaram a conversa com os estudantes para apresentar o "Preservando o Futuro", que faz parte do "Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais", em vigor no município desde 2014. Inspirada em projeto semelhante colocado em prática em Extrema (MG), a medida recompensa financeiramente produtores e proprietários rurais que cumprem a legislação ambiental.

Os requisitos incluem a conservação do solo e das matas, a proteção de nascentes, córregos, riachos e rios, o plantio de mudas e árvores nativas, a realização de compostagem e investimentos em saneamento básico. Atualmente, são beneficiadas pelo programa as regiões das microbacias do Marins e do Congonhal, do Paredão Vermelho e do Tamandupá.

Longatto interagiu com os alunos da Escola Municipal "Vilma Leone Dal Pogetto" durante o evento no salão nobre e aproveitou para transmitir mensagens de respeito aos pais e professores e de alerta aos males das drogas. Ele compartilhou com as crianças sua atuação de quase três décadas em defesa do rio Corumbataí, que abastece Piracicaba ––um vídeo com um apanhado histórico das lutas foi exibido aos estudantes.

O vereador reproduziu mensagem que recebeu de uma pessoa que o procurou, agradecida, para falar "do quanto é importante o trabalho em defesa do rio". "O Corumbataí fica no distrito de Santa Teresinha e é afluente do rio Piracicaba; é dali que sai a água que nós bebemos. É muito importante esse trabalho de conscientização aqui na Câmara: se quisermos um mundo melhor, temos que educar desde já."