08 DE NOVEMBRO DE 2019
Vereadora criticou reajuste de 5% anunciado pelo governo paulista a policiais militares, civis e técnico-científicos e a agentes de segurança.
Coronel Adriana ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta quinta-feira
O reajuste salarial de 5% para policiais militares, civis e técnico-científicos e agentes de segurança, anunciado pelo governador João Doria (PSDB) no último dia 30, foi criticado pela vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (CID), na tribuna, durante a 65ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (7).
"Externo inconformidade e repúdio ao valor do 'aumento' salarial que o governador mandou à Assembleia Legislativa, porque 5% incidem sobre o [salário] padrão do policial, que é muito baixo: 5% de R$ 1.000 são R$ 50, e é esse o aumento que a polícia vai ter", exemplificou a vereadora, fazendo aspas com as mãos ao pronunciar, em tom crítico, a palavra "aumento".
Coronel Adriana disse que o acréscimo "é muito pouco quando se tem policiais morrendo" e citou casos de agentes em Rio Claro e Praia Grande (SP) que, vítimas de tiros em confrontos com criminosos, estão em estado vegetativo, tendo de ser amparados pelas famílias. "Não há assistência do Estado para esses policiais, que estão alijados, em estado vegetativo ––e isso foi em serviço, em combate."
"É assim que será valorizado o policial? Deixá-lo morrer, definhar por falta de assistência? Com aumento pífio há 5 anos, todos os governos do PSDB massacrando a PM? Será que vai ser sempre assim? Com essa retórica de enganar as pessoas?", questionou Coronel Adriana, observando que a "classe policial é extremamente endividada".
A vereadora comparou o impacto financeiro do reajuste dado à categoria ao "monte de isenções para empresas, que vão gerar custo de R$ 20 bilhões" ao Estado. "É essa a forma correta de gerir? Dar uma isenção para riscos e tirar de pobres? É uma vergonha o que se faz com as polícias neste Estado", concluiu a parlamentar.