07 DE MAIO DE 2019
"Falta de regra levou ao aparelhamento nas universidades públicas e a distorções. Tem que verificar o que está sendo feito e onde está sendo gasto", disse a vereadora.
Coronel Adriana ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta segunda-feira
A decisão do governo Jair Bolsonaro (PSL) de reduzir em 30% o orçamento de universidades e institutos federais foi defendida pela vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS).
"Eu não sou favorável a cortar para a educação básica, mas, para faculdade que não presta contas e não tem rendimento, precisa ser revisto [o orçamento]. Qual é o rendimento desses alunos, que financiam seminários em que as pessoas ficam nuas? Será que está tudo tão certo assim que não pode ser revisto?", indagou a vereadora, que disse que tais comportamentos dos universitários "não são exceções".
"Essa falta de regra levou ao aparelhamento nas universidades públicas e a distorções; não há prestação de contas. Tem que verificar o que está sendo feito e onde está sendo gasto, porque não tem dinheiro. É simples assim. Temos que pôr a mão na consciência e todo mundo dar o seu quinhão, porque não está fácil", completou a parlamentar.
Coronel Adriana, que iniciou sua fala dizendo não ter "procuração para falar em nome de governo nenhum", relacionou os cortes a medidas de antecessores de Bolsonaro. "Temos uma dívida que não está sendo paga por diversos países, em que o Brasil foi avalista de financiamentos em Cuba, Venezuela e Bolívia. Esse dinheiro saiu do nosso bolso e precisa ser reposto."
Na tribuna, durante a 25ª reunião ordinária, nesta segunda-feira (6), Coronel Adriana também falou do Fies, programa do governo federal de financiamento do ensino superior em instituições privadas. "O Fies tem mais de 5 milhões de devedores, e esse dinheiro sai de algum lugar, normalmente do nosso bolso."
A vereadora também criticou a falta de regra para jubilamento (quando, após determinado período, um aluno tem compulsoriamente encerrado seu vínculo com o estabelecimento de ensino). Ela mencionou, sem especificar o nome, o caso de uma universidade pública de Piracicaba.
"A pessoa se inscreve para um curso e, se ela se casar durante o curso, tem mais um ano para concluí-lo e, se tiver mais uma intercorrência, pode ficar mais dois anos", comentou. "Não posso concordar com universidade que não tem prazo para jubilamento", completou.