Relembrando a história do país e o grito de “Independência ou Morte” proferido por Dom Pedro I, o vereador Carlos Gomes da Silva (PP), o Capitão Gomes, utilizou a tribuna da Câmara na reunião ordinária desta quinta-feira (5). Confira a íntegra de seu pronunciamento:

"A história oficial brasileira relata que no dia 07 de setembro de 1822, Dom Pedro I, em um ato heroico e honrado, às margens do rio Ipiranga, sobre um belo cavalo branco, sacou de sua espada forjada com o mais puro ferro, e em voz marcante determinou: Independência ou morte!

Hoje, 191 anos depois, vivemos em um país melhor, mais justo e mais inclusivo. Temos sim, ao contrário do que insinuam alguns, uma democracia plena, na qual as pessoas podem exercer o seu papel cidadão. Somos livres para manifestar o nosso pensamento, as nossas opiniões, as quais podem ser divergentes, mas merecem ser respeitadas.

Vejam só o momento virtuoso no qual vivemos, senhoras e senhores: estamos passando a limpo o verdadeiro papel das nossas instituições. A sociedade, dividida em organizações públicas, privadas e do terceiro setor revê seus conceitos e se realinha a um novo topo de comportamento social, fortemente marcado pela influência da tecnologia e das redes sociais.

Pelo Facebook, em especial, as pessoas se manifestam, expõem suas vidas, o modo como pensam e como vivem. Compartilham situações de suas vidas pessoais, mas igualmente, manifestam-se sobre temas sociais: ora contrárias ora favoráveis a correntes de pensamentos.

Isso é independência. Isso é liberdade de expressão e de manifestação do pensamento. Isso sim devemos comemorar.

Por outro lado, senhoras e senhores, é preciso lembrar que algumas organizações se apropriam equivocadamente ou oportunisticamente de tal liberdade para promoção pessoal ou de terceiros, obviamente, regadas a vantagens que podem ser o poder político e econômico.

Esta Casa de Leis, assim como toda a classe política brasileira (e até mundial) tem sido frequentemente criticada, julgada e sentenciada por pessoas que têm a liberdade de fazer, seja pela imprensa ou pelas próprias redes sociais. Independência sim! No entanto, a mesma democracia, a mesma liberdade e a mesma justiça que garante tais manifestações também assegura a defesa, a contraprova e o direito de resposta. Isso é democracia plena!

Uma verdade tem mais de um lado, senhoras e senhores. A minha, a sua e a verdadeira, e cabe à justiça julgar e sentenciar. Não à imprensa que, por vezes, induz a opinião pública a acreditar em suas verdades, em seu “lado”.

Quando se falam em ditaduras, em geral remetem-se ao período militar brasileiro, desconsiderando que o mundo vivenciou (e ainda vivencia) outras ditaduras: a ditadura socialista do leste europeu ou da América Central; a ditadura religiosa que eterniza uma guerra santa que vitima milhares de pessoas a cada ano; a ditadura das drogas, do crime organizado; a ditadura do radicalismo de militantes extremistas... Enfim, a ditadura, não pode nem deve ser atrelada apenas ao regime militar, como muitos pensam, seja pela absoluta miopia política, seja pela própria ignorância mesmo.

Às vésperas de celebrarmos mais um ano da Independência do Brasil, queremos exortar as instituições públicas, privadas e do terceiro setor que investem seus recursos e suas energias na construção de uma cidade, um estado e um país melhor, mais pujante, competitivo, empreendedor e visionário; e desejar aos que praticam o ódio, a inveja e o rancor, que evoluam, sob pena de não deixarem marcas na nossa história.

Façamos como Dom Pedro I: neste 7 de setembro brademos: Independência e... Vida! Ainda que sem desfile em Piracicaba."