03 DE DEZEMBRO DE 2018
Ações iniciadas nesta segunda-feira contam com o apoio do gabinete do vereador Pedro Kawai
Fita Vermelha foi descerrada durante ato na manhã desta segunda-feira
A Câmara integra a Campanha Dezembro Vermelho desde 2015. Trata-se de uma iniciativa precursora, uma vez que a ação nacional com o mesmo mote só ocorre a partir de novembro do ano passado, por meio de decreto da Presidência da República. O pioneirismo piracicabano foi evidenciado na manhã desta segunda-feira (3), durante o lançamento da edição 2018 da campanha, em frente ao prédio principal da Casa de Leis, na rua Alferes José Caetano, 834.
A iniciativa do apoio nesta edição veio do vereador Pedro Kawai (PSDB), primeiro-secretário da Mesa Diretora, que descerrou uma faixa vermelha, estendida em frente à fachada da Câmara. O ato contou ainda com um minuto de silêncio em respeito às vítimas. Acompanharam as ações os participantes da 24ª Caminhada da Solidariedade, que começou no Mercado Municipal em direção à Câmara. Eles seguiram para a praça José Bonifácio. Além disso, profissionais do Caphiv (Centro de Apoio HIV/Aids e Hepatites Virais) realizaram exames de testagem rápida, no segundo andar do prédio anexo da Câmara.
Kawai destacou que a prevenção é fundamental para a diminuição dos índices na cidade. "Campanhas como esta colocam Piracicaba em destaque nacional, sendo uma das primeiras no movimento", declarou. Para ele, é preciso estar sempre alerta para as campanhas na área da Saúde, evitando, desta forma o comodismo. Como exemplo, ele citou a necessidade recente no país de se retomar as campanhas contra o sarampo e a poliomielite. "Não podemos deixar que algumas causas caiam no esquecimento e as campanhas são as melhores forma para isso", completou.
Paulo Soares, presidente do Caphiv, lembrou que o teste de HIV é gratuito e direito de todos os cidadãos. "Quanto antes diagnosticada a doença, mais sucesso o tratamento", disse. Na sequência, Milton Costa, presidente do Conselho Municipal de Saúde, completou: "a informação é o melhor caminho, para todas as classes, profissões e faixas etárias".
NÚMEROS -- Coordenador do Cevisa (Centro de Vigilância em Saúde), Moisés Taglietta informou que Piracicaba registou, de 1982 a 31 de outubro deste ano, 1988 casos de Aids. Ele lamentou que as estatísticas nacionais demonstrem crescimento do contágio entre a população jovem, especialmente de HSH (Homens que fazem Sexo com Homens). "Embora a epidemia, em alguns momentos, mostre regressão, o crescimento na faixa etária dos 19 aos 29 anos é muito grande em Piracicaba. No Brasil, a faixa etária é menor ainda, dos 15 aos 24 anos", informou. "O programa não está preocupado com ideologia de gênero, mas com a prática sexual que existe na população, pois é ela que transmite."
Wallace Osti e Silva, do Casvi (Centro de Apoio e Solidariedade à Vida, lembrou que ainda existe resistência nas escolas quando o assunto é a conscientização sobre os riscos do HIV/Aids. "Temos muitos recursos para trabalhar a prevenção, mas é importante que ela esteja também na escola. Infelizmente, hoje, as nossas principais barreiras são o moralismo e o preconceito das famílias, que não entendem a importância da discussão. Em Piracicaba, uma das unidades que se abriu para o assunto foi a Escola Mello Cotrim, na Pauliceia", disse.