22 DE MARÇO DE 2021
Entidade lançou vídeo para incentivar consumidores e estimular o setor gastronômico; Gilmar Rotta lembra que Câmara não mede esforços
Implantação do Sistema de Facilitação Tributária pode contribuir com o setor
As constantes alterações no Plano SP, incluindo a atual, a mais restritiva, acendeu um sinal de alerta para um setor da economia, o de restaurantes, lanchonetes e demais serviços gastronômicos, que demitiu 35% dos seus funcionários desde o início da pandemia do novo coronavírus. Com a impossibilidade de abrirem suas portas e a proibição do serviço de retirada (take away) até 31 de março, quando vigora a fase emergencial, a Apaflar (Associação Piracicabana da Alimentação Fora do Lar) lançou a campanha "Peça Comida em Casa", que tem o apoio da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
A campanha consiste em um vídeo, de 2 minutos e 33 segundos de duração, em que o presidente da Apaflar, Milton Martins, lembra que "os trabalhadores estão prestes a perder seus empregos". Na sequência, ele divulga a hashtag "peçacomidaemcasa", cuja intenção é a de incentivar o público a compartilhar o vídeo por WhatsApp e a usar a marcação nas postagens no Instagram e Facebook.
O vereador Gilmar Rotta (Cidadania), presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, explica que a Casa de Leis apoia a iniciativa da Apaflar e que reivindicações de diferentes setores do comércio chegam diariamente aos parlamentares. "Assim que tive acesso ao material, me sensibilizei com o apelo da associação, que busca demonstra à população piracicabana as dificuldades enfrentadas pelo setor no período", declara.
Uma moção de aplausos pela realização do vídeo também foi protocolada pelo vereador Josef Borges (Solidariedade), no último dia 10, e será votada na próxima reunião extraordinária convocada pela Câmara, ainda sem data de realização, em função das medidas preventivas da casa na fase emergencial. Josef parabenizou Gilmar Rotta por tornar a Câmara parceira na iniciativa da Apaflar.
Na avaliação de Milton Martins, a mudança nas regras é o que irá trazer alívio ao setor. "Somente no fim de semana tive notícia de dois restaurantes estavam fechando. Mais de 20 estabelecimentos na cidade já fecharam desde o início da pandemia, sem contar os que não conseguimos mensurar. Se continuar assim, por dois ou três meses, 60% das casas fecharão suas portas."
Milton Martins lembra que a primeira confirmação de paciente com a Covid-19 em Piracicaba foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde em 24 de março do ano passado. “No primeiro momento da pandemia, em 2020, recebemos a informação de que teríamos de parar por 15 dias; 80% dos restaurantes aderiram, pois muitos não tinham o serviço de delivery, apenas o de pegue e leve. Durante esse um ano, tivemos um agravamento, depois que foi decretado o fechamento aos fins de semana pelo governo. Desde então, o setor demitiu 35% dos funcionários", informa.
Segundo Martins, a campanha surgiu da constatação que, na fase atual da pandemia, o movimento de pedidos nos restaurantes havia diminuído, porque as pessoas passaram a fazer comida em casa com mais frequência, inclusive para levar ao trabalho. "Foi uma tentativa de reverter o quadro na cidade e, em pouco tempo, foi possível observar aumento de 20% nas vendas. Não é o ideal, mas já é uma forma de auxílio”, avalia, sobre o resultado do apelo feito no vídeo.
Para Gilmar Rotta, está cada vez mais evidente que os reflexos da pandemia são sentidos desde março do ano passado, período em que o país passou pelas primeiras restrições, mas se tornaram mais preocupantes depois da Fase Emergencial, decretada pelos governos do Estado de São Paulo e ratificada no município. "A Câmara não tem medido esforços em buscar alternativas para amenizar esse impacto, mantendo diálogo com comércio, indústria e diferentes esferas públicas", informa.
Entre as iniciativas para referver os impactos econômicos está o projeto de lei complementar 1/2021, para a implantação do Sistema de Facilitação Tributária. A proposta apresentada no início de março por Gilmar Rotta tramita na Câmara e permitiria às pessoas físicas e jurídicas, optantes do Simples Nacional e demais regimes de tributação, o parcelamento especial de valores dos impostos, tarifas e taxas municipais antes de seus vencimentos. A medida teria vigência do período de pandemia e de calamidade pública, nos momentos em que vigorarem os decretos da União, do Estado ou do Município.