PIRACICABA, TERÇA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2024
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21 DE FEVEREIRO DE 2019

Audiência proporciona debate entre Semae, população e Câmara


Acompanhe como foram os questionamentos feitos ao presidente, José Rubens Françoso, e técnicos da autarquia



EM PIRACICABA (SP)  

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Audiência pública ocorreu no Plenário Francisco Antonio Coelho

Audiência pública ocorreu no Plenário Francisco Antonio Coelho
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Laércio Trevisan Jr. (PR)

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Lair Braga (SD)

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Ary Camargo de Pedroso (SD)

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Wagner Oliveira (PHS)

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Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP)

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Osvaldo Schiavolin, o Tozão (PSDB)

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Aldisa Vieira Marques, o Paraná (PPS)

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Isac Souza (PTB)

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Pedro Kawai (PSDB)

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Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, Coronel Adriana (PPS)

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José Aparecido Longatto (PSDB)

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Marcos Abdala (PRB)

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Gilmar Rotta (MDB), presidente da Câmara

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Paulo Campos (PSD)

Paulo Campos (PSD)
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Audiência pública ocorreu no Plenário Francisco Antonio Coelho

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Os trabalhos foram presididos pelo vereador André Bandeira (PSDB)

Os trabalhos foram presididos pelo vereador André Bandeira (PSDB)
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Audiência pública ocorreu no Plenário Francisco Antonio Coelho

Audiência pública ocorreu no Plenário Francisco Antonio Coelho
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Também foi aberta a transmissão no Salão Nobre Helly de Campos Melges

Também foi aberta a transmissão no Salão Nobre Helly de Campos Melges
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Anselmo Figueiredo, da ONG Casvi

Anselmo Figueiredo, da ONG Casvi
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Ronaldo Almeida, da Frente Brasil Popular

Ronaldo Almeida, da Frente Brasil Popular
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Francisca Telma da Silva, do bairro Bosques do Lenheiro

Francisca Telma da Silva, do bairro Bosques do Lenheiro
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Jovem Veras, técnico hidráulico

Jovem Veras, técnico hidráulico
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José Matias Vitti, da Associação do bairro Santana

José Matias Vitti, da Associação do bairro Santana
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Isaac Roston Jr., do Conselho da Cidade

Isaac Roston Jr., do Conselho da Cidade
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Rerlison Rezende (PSDB)

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Nancy Thame (PSDB)

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Audiência pública ocorreu no Plenário Francisco Antonio Coelho



Questionamentos da população e dos vereadores ao presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), José Rubens Françoso, aos técnicos da autarquia e representantes da Ares-PCJ (Agência Reguladora de Saneamento Básico dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) foram respondidos durante as mais de quatro horas de audiência pública, na noite desta quarta-feira (20), no Plenário Francisco Antônio Coelho da Câmara de Vereadores de Piracicaba. 

O Departamento de Comunicação reproduziu as perguntas direcionadas aos representantes do Executivo Municipal. Acompanhe a seguir:

Anselmo Figueiredo, representante da ONG Casvi – O que a gente faz quando recebe uma conta de R$ 2.400, como foi o caso da nossa entidade, que é sem fins lucrativos? Fomos até o Semae, procuramos o Ministério Público e ninguém sabe responder se você paga essa conta, parcela ou se fica sem água.

José Rubens Françoso – Gostaríamos que você nos enviasse essa conta para ver o que acontece. A população gasta em média 150 e 200 litros de água por dia. Isso é um valor médio, então se você tem quatro pessoas em sua casa, são 800 litros por dia. O que acontece é que as vezes há vazamento nas casas. O Semae está sempre aberto para as pessoas irem até o protocolo, apresentar a conta, é feita análise das contas. O Semae não tem autoridade para entrar nas residências. Quando tem uma leitura que os leituristas fazem e constatam que tem um valor acima da média, um valor exorbitante, é sempre mandado para o domicílio, dizendo: “consumo acima do normal”. Isso é mandado para as pessoas verem. Pessoas não conseguem detectar o vazamento, então, às vezes, acreditam que não tenham vazamento. Temos vários casos de pessoas que esquecem as torneiras abertas também. Então, às vezes, as pessoas querem que o poder público pague pelo descuido que algumas pessoas tiveram.


Ronaldo Almeida, integrante da Frente Brasil Popular – Eu ouvi em uma das reuniões aqui da Câmara, em um diálogo com o Pedro Kawai (PSDB), que Piracicaba coleta 100% de esgoto e trata 100% de esgoto. E nós sabemos que isso não é uma verdade e já questionamos há muito tempo. Espero que o presidente e o técnico do Semae não falem que não sabiam disso. Eu tinha aqui uns 10 pontos para citar, como a Portelinha, Santa Olímpia, na pontinha do Chicó, que desemboca no (ribeirão) Piracicamirim, e não é como respeitosamente o vereador Pedro Kawai disse conversando comigo nas redes sociais, que é clandestino, porque esgoto clandestino é cano de casa. São manilhas enormes e está lá para todo mundo ver. É inacreditável como nenhum vereador foi lá ver. Aquela ponte que você sai do Jardim Brasília para ir para a Luiz de Queiroz, ali tem um puxa de um cano que escorre a céu aberto. Dizer, para mim, que aquilo é esgoto de residência, pelo amor de Deus! Conte, para nós, a verdade: quanto é coletado de esgoto e quanto é tratado? O vereador que trabalha com meio ambiente aqui pode me procurar depois. É esgoto a céu aberto na cara dura. Agora, falar que trata e coleta 100%, desculpa, mas é mentira!

José Rubens Françoso – Eu quero que você entre em contato com o Semae e mostre os pontos para mim. O que é acontece é que, assim, por exemplo, a comunidade da Portelinha é na zona urbana e ninguém tem escritura. A prefeitura está fazendo a parte de reurbanização das comunidades. Então a população, de uma maneira geral, usa a água, tira da tubulação e usa a água e não liga para o esgoto e este vai morro abaixo. O que nós fizemos: a Águas do Mirante, que é nossa parceira, fez em 70% da Portelinha galerias de esgoto, temos rede de água e ainda não colocamos o hidrômetro. Na comunidade Frederico, que fica junto ao Bosques do Lenheiro, foi feito esgoto, porém na rua Josafá, em baixo do linhão, não vai ser feito, pois é uma área de risco. Houve uma invasão desse local, e a população tem água, mas não tem preocupação com o esgoto. Então, quando fala que não é 100%, a gente não fala que 100% do esgoto urbano é coletado, mas 100% do esgoto coletado é tratado. Então, quem fala que não é verdade, é que não tem as informações precisas.


Francisca Telma da Silva, do bairro Bosques do Lenheiro – Nós somos pessoal de baixa de renda, e somos um pessoal muito humilhado pelo Semae, eu tenho uma conta que todo ano sobe 700 reais e eu não tenho condições de pagar. Eu trabalhava no Terras, eu pagava mais caro do que o meu patrão. Eu acho um absurdo. Três contas aqui, quase R$ 1 mil, da minha vizinha, é um absurdo, e qual é a resposta que nós temos? E lá vários dias, passou três a quatro meses, a agua descendo e não aparecida ninguém, e diz que estamos roubando água, mas ninguém quer acordo, e nós somos humilhados, e eu fui no Semae e eles disseram que a água passou no meu hidrômetro, e o dia que nós nos reunirmos e roubar água do Semae, então todos somos ladrão?

José Rubens Françoso – Dona Francisca, o que nós fizemos, eu acredito que foi em setembro do ano passado, nós fomos até o Centro Digital de Informática, e fizemos um mutirão atendendo todo pessoal do Bosques que tinham contas que não foram pagas, corte de contas, entre outros problemas, então, fizemos um acordo com todos moradores que tiveram interesse. Fomos em dois finais de semana, teve pessoa que estava com débito, mas fizemos parcelamento da conta e ligamos a água novamente. Talvez a senhora não teve oportunidade de participar. Mas eu gostaria de saber da conta da senhora, 700 reais não é todo mundo que paga isso, não sei quantas pessoas moram na sua casa, mas o que tiver fora deste número que eu disse (entre 150 a 200 litros de agua por pessoa por dia), é alguma irregularidade que está acontecendo, a gente analisa o caso da senhora. Eu me comprometo com a senhora para analisar o seu caso.

André Bandeira – Dona Francisca, aqui na sua inscrição para falar na audiência pública tem o se telefone, se a senhora me permitir eu passo para o Rubens e ele entrará em contato depois com a senhora.


Jovem Veras, técnico hidráulico – Trabalho na área de desentupimento há mais de 35 anos. Conheço outros municípios, vim de São Paulo, e lá não existe empresa terceirizada fazer esse serviço dentro das residências, geralmente eles fazem o serviço sempre fora, da calçada para fora. Aqui está totalmente diferente, por isso eu queria falar com o presidente essa noite, porque desde que a empresa Águas do Mirante entrou na cidade, e muitos empresários entraram também, mandaram muitos empregados embora por causa disso, por ela fazer esse serviço dentro das casas, que não é autorizado. Eu acompanho isso, estou direto nas ruas e vejo a tubulação. Aqui fala que é 100% canalizado e isso não é verdade, é mentira, porque acompanho e faço isso. Muitos me conhecem, trabalho com empresa de desentupidora na cidade, e faço isso e sei que não é verdade. E nós precisamos de uma explicação do presidente.

José Rubens Françoso – Se o senhor tem essa denúncia, gostaria que escrevesse em um papel o nome e sobrenome. O Semae não tem problema com isso e abriremos uma sindicância com a reclamação. Eu agradeço o senhor, da mesma maneira que agradeço a população que avisa quando há um vazamento em alguma rua. O Semae, independentemente de qualquer custo, vai até a caixa específica. No tarifário que a Ares-PCJ passa, tem um valor cobrado. Se a pessoa tem vazamento dentro de casa, é responsabilidade da pessoa e ela não é obrigada fazer com a Águas do Mirante. Da mesma maneira que o senhor tem empresa que faz esse trabalho de desentupimento, o Semae faz através da Águas do Mirante e isso tem um valor. A Águas do Mirante cuida do esgoto, o Semae cuida da água com a Águas do Mirante de parceira.


José Matias Vitti, representante da Associação dos Moradores de Santana – Eu vou fazer uma reclamação que, na nossa comunidade, Santana e Santa Olímpia, faz mais de 50 anos. Os canos de água são todos aterrados por baixo da terra e já tem asfalto e tem tudo, mas ainda existe manilha daquela época, de quando o presidente do Semae falou que era 132 anos. Ainda existe em Santana e Santa Olímpia manilha. Quando o Semae e a CPFL vão tirar leitura, eles nem olham no relógio e nem na CPFL porque o portão está fechado e não está para fora. O que significa isso? Há 1.600 quilômetros de cano de tubulação, não adianta arrumar Capim Fino se Santana e Santa Olímpia está com a canalização toda estourada. Vai ter vazamento assim mesmo, se nós pegarmos e fazermos do Capim Fino até Santana e Santa Olímpia e arrumar todos os canos, o que vai acontecer?

José Rubens Françoso – O que acontece é que quando tem qualquer chamado de ruptura de tubulação de água, imediatamente é criada uma ordem de serviço, chamada de AS (Autorização de Serviço), quando é feito o reparo, imediatamente já temos outra ordem de serviço, que é para recuperar o pavimento, concreto, asfalto, calçada. É o mesmo procedimento. Eu posso ver novamente isso para ver se procede e se tem protocolo onde foi feito. Pode ter acontecido alguma coisa. Estamos um pouco atrasados, mas normalmente não está. Tivemos problema sobre o asfalto de uma licitação que a empresa fez distrato.

Dalto Favero Brochi, representante da Ares-PCJ – Não pode ter hidrômetro dentro de casa, porque tem que facilitar a leitura. Ficar dentro das casas não é usual e eu diria também que nem é legal.


Isaac Roston Jr., membro do Conselho da Cidade – Nesse período que faltou água na cidade, eu moro no Jardim Astúrias, lá na região da Água Branca. A média de consumo da minha casa, sozinho, é de 2 a 4 metros cúbicos, média semestral 3, média anual 3 metros cúbicos. Esse mês faltou água e sabe quanto veio a conta? Nove metros cúbicos. Aí, o que acontece? O Semae deu viabilidade técnica para diversos loteamentos da cidade, ampliou sem que tivesse condições de fornecer a água, e se forneceu, faltou para outro lugar. É isso que estamos discutindo aqui. Quando não faz a tarifa social, se não tem, tem apenas a progressividade da tarifa e não tem a tarifa social colocada. Não tem fiscalização da população, não adianta reunir uma vez por ano a Conselho de Regulação porque ele não vai acompanhar no dia-a-dia. Tem que ser mensalmente. Então, eu peço que, encarecidamente, que, essa redução de perdas já tinha que ser resolvida há muito tempo e as adutoras já teriam sido feitas e não fizeram. Foi aprovado por essa casa o dinheiro para fazer. Só que a Águas do Mirante leva 60% do seu orçamento.

José Rubens Françoso – Quem passou essa informação inverídica para você, 60% do Orçamento do Semae, está errada essa informação. Não é. Se você olhar no Orçamento do Semae e ver o que Semae passa para a Águas no Mirante, você vai ver que não é esse número. Garanto que não é esse valor. Eu quero que você ache esse valor, o valor é variado. Você tem que considerar que o serviço do esgoto não é só serviço do esgoto, tem a infraestrutura do Semae. Hoje está por volta de 33% e 34%. Esse é número que você tem, você pode olhar na transparência no Semae. Não vá atrás das conversas dos outros, que os outros estão dizendo informações inverídicas, da mesma maneiro como dizem que o Semae tinha 800 pessoas trabalhando lá e agora tem 400.

Dalto Favero Brochi – Baixamos uma resolução recentemente, apesar que aqui em Piracicaba tem uma lei que fala de acesso à tarifa social. Todos municípios regulados por nós terão as tarifas sociais. Os consumidores de baixa renda vão poder ter acesso a essa tarifa social, obviamente depois de cada prestador vai regulamentar internamente ou como proceder o pleito. De zero a 10 metros cúbicos, que é a faixa mínima, a Organização Mundial de Saúde preconiza 101, no mínimo. A tarifa social vai subsidiar quem realmente precisa, na primeira faixa, de 50%, e a segunda faixa, com 25% de desconto.


Vereadora Coronel Adriana (PPS) – Houve várias desculpas para justificar o valor alto das contas de água e vou dar um único exemplo: é o hidrômetro de número A116269304, de uma das várias pessoas que me encaminharam. Ela teve uma média de consumo nos meses 3 e 4 de 2018 de 5m³; nos meses 5 e 6 de 2018, de 4m³; no mês 7 de 2018, de 2m³. Chegou no mês 10 com 5m³ e pagou R$ 96,38 por 5m³. No mês 11, ela pagou R$ 96,45 por 7m³. E, no mês 12, ela pagou incríveis R$ 215,57 por 19m³. A resolução Ares PCJ, que trata da tarifa, diz que a cobrança é por faixa e em cascata, ou seja, paga a tarifa básica até 10 m³ e a cada 5 m³ acrescenta um determinado valor. Se você somar as três faixas que ela se enquadrou, daria R$ 57,76. Em nenhuma destes três meses, ela não deveria ter sido cobrada de um valor maior que isso. Não estou discutindo se há vazamento ou não. O valor está sendo calculado, não sei de que forma. Como está sendo feito esse cálculo?

José Rubens Françoso – Pela numeração do hidrômetro, com o começo 11, ele foi instalado em 2011 e estamos em 2019. Esse hidrômetro não foi trocado ainda porque está em um consumo muito pequeno. Se ele for retirado, talvez seja um consumo maior. O hidrômetro, depois de cinco anos, começa a ter dificuldades. Agora tem alguma coisa errada nesta conta. Eu preciso desta conta, de todo o histórico, e vamos analisar. Não sei se está pela média, se não teve acesso ao hidrômetro. Aí, quando consegue o acesso, faz a leitura e dá uma diferença. Eu gostaria que você me passasse a conta, para que a gente possa analisar melhor.

Dalto Favero Brochi – A partir deste ano estamos colocando nas resoluções como é calculada a conta. Não é uma simples soma. Vamos pegar esse exemplo, pela tabela que está vencendo agora. A cascata é de 5 em 5. Tem a tarifa mínima, de 10 metros, mais 5 metros na segunda faixa, multiplicados por R$ 6,48 e mais quatro vezes R$ 9,32. É a primeira faixa, mais o consumo na segunda faixa, mais o consumo na segunda faixa. É agua e esgoto. Está errado, porque seria R$ 102.


Vereador Aldisa Marques, o Paraná (PPS) – A população que pagou contas indevidas, sem vazamentos, que tinha uma conta de R$ 80 e pagou R$ 300. Como esse dinheiro vai ser ressarcido? Quando o Semae vai parar de fazer isso com a população? Quantas equipes o senhor José Rubens tinha na cidade para conserto de vazamento de água e quantas tem hoje? Na Pauliceia, na rua Zeferino Bacchi, há vazamento de oito meses, confirmado pelas moradoras. São três vazamentos, no final da rua. E, por último, porque um vereador, ao fazer uma reclamação, precisa ter protocolo, ficar cobrando a semana inteira

José Rubens Françoso – Temos que ver cada conta, o que está acontecendo. Se tem motivo para ressarcir, tem. Se não tem motivo, não tem. Uma coisa que a gente não divulga, mas acontece: tem um tipo de vazamento, quando fazemos o fechamento do mês com a Águas do Mirante, tem que estar o desconto desta água, que não foi faturada. É uma quantidade muito grande de documentação, que é dado o desconto. Só que a gente não divulga isso, é uma obrigação do Semae fazer: quando constata um erro, a gente dá um desconto. Nos vazamentos não visíveis, a gente dá um desconto. Quando ela paga em duplicidade, é ressarcida. Sobre as equipes que trabalham no reparo: Piracicaba tem três regionais: Santa Teresinha, Pauliceia e Centro/Piracicamirim. Três equipes de duas pessoas em cada regional. Pelo menos nove pessoas estão trabalhando quase que 24 horas por dia. O Semae faz as contas e as contas são mensais. Temos 150 mil ligações de água. Temos 150 mil pessoas reclamando aqui? São problemas pontuais e localizados. Tenho andado com o Paraná, de sexta à noite, o dia que precisar. Isso eu tenho feito com vocês, não tenho discriminação nenhuma com vereador.


Vereador Ary de Camargo Pedroso Jr. (SD) – A gente ouve que a água de Piracicaba é uma das mais caras do Estado. Gostaria que o senhor nos esclarecesse se isso é real, ou, se não é real, em relação às cidades com porte semelhante ao da nossa cidade. Em relação ao ar que fica armazenado no cano. O que isso realmente significa em custo? Muda realmente o valor do que é pago na água? O que de concreto tem em relação a isso?

José Rubens Françoso – Temos cidades do porte de Campinas, com 1.194 mi habitantes, tem 93% do esgoto gerado e 100% de atendimento de água. A tarifa residencial, que foi reajustada em dezembro de 2018, é de R$ 79,03. Atibaia: 41% do esgoto gerado, 55% de coletado; aumento em novembro de 2018, para o consumo de 10 m³ é R$ 60,58; Jundiaí: 414 mil habitantes, 98% do esgoto tratado, 98% do esgoto coletado, atendimento de água em 100%, é R$ 43,95 em abril de 2018; Indaiatuba: R$ 47,20; Piracicaba está em oitavo lugar, com R$ 37,80. Esse é o reajuste, por 10 m³, em janeiro de 2019. Abaixo de Piracicaba tem Santa Bárbara d´Oeste, em nono lugar, 192 mil habitantes, R$ 37,40, reajustado em janeiro de 2018; em décimo lugar está Americana, com 237 mil habitantes, em janeiro de 2017 foi o último reajuste, R$ 33,08. O que são 10 m³? É um caminhão pipa de água, que em um mês custa R$ 37,80; o metro cúbico da água e do esgoto tratados custa R$ 3,78 para a população. Se você for em qualquer supermercado, uma garrafa de água de 100ml está R$ 2,50.

Pedro Alberto Caes, diretor de operações do Semae – Os projetos das adutoras e das redes de distribuição de água seguem algumas normas. Elas preveem a instalação de ventosas nos pontos mais altos. Pode ocorrer ar na rede? Muito raramente, mas ocorre quando alguma ventosa tem algum problema, há um travamento, algo nesse sentido. Quando a pessoa achar que esse é o problema, ela entra com o pedido de revisão e a gente faz um estudo da situação. Já tivemos vários casos em que foi feita a troca da ventosa e foi feita a cobrança pela média. Cada reservatório tem suas especificidades, na questão da rede inclusive, o diâmetro, a questão topográfica. Temos um monitoramento da cidade toda, de como se comportou cada reservatório, se houve ou não falta d’água na região. A ventosa tanto admite quanto expele o ar, para não haver estrangulamento. É um dispositivo de segurança, inclusive. Analisamos o consumo da residência por 24 meses. Normalmente, da quadra toda, por exemplo, cinco, dez, 15 ligações, comparando todas elas, para ver se houve alteração ou não. Raramente ocorre de ter apenas uma ligação com o problema. Se ocorrer em 4 ou 5, ocorreu a questão do ar e influenciou na medição, tendo direito à cobrança pela média.


Vereador Isac Souza (PTB) – Com relação à expansão mobiliária do nosso município, temos muitos condomínios que estão surgindo e outros no planejamento. Como a autarquia vê a distribuição de água visando essa expansão imobiliária e sua capacidade de atendimento, observando o crescimento do município? A autarquia tem a possibilidade de providenciar atendimento mais de urgência para esses casos mais crônicos, essas situações que chegam aos gabinetes, mas também as que a população vem pontuando? Sobre a publicidade do Semae, para que haja divulgação dessas ações para tranquilizar a população piracicabana: nas perdas físicas ficou uma dúvida, quanto de fato é o percentual de perdas físicas do município e também da meta? E sobre o ar das cavaletas, qual a posição do Semae para esse bloqueador de ar após o cavalete?

Pedro Alberto Caes – É um dispositivo mais recente, que contém uma mola, que impede o ar de entrar, só entra quando tiver água. O problema dela, inclusive fiz uma pesquisa na empresa e existe um termo que se chama “perda de carga”, que é perda de pressão na rede, ela não me respondeu. Se eu tiver uma pressão de 10 a 15mca, eu teria problema de usar essa válvula. Eles não me responderam sobre a perda de carga e me aconselharam a não usar essa válvula nessas condições. Tivemos um caso recente de uma reclamação de falta de água na Vila Monteiro, fizemos um levantamento, era uma rede antiga. A média de pressão naquela quadra era de 12mca e naquela casa estava 8, 7. Depois do serviço que executamos, a média de pressão passou para 20 e a quadra continuava com 7,8. Aí descobrimos que tinha essa válvula nas instalações do cavalete. Aí retiramos e normalizou. Então dependendo da região. Se conseguimos chegar a pressão de 10 a 15, muito provavelmente vai ter falta d’água, então depende das condições de abastecimento do local.

José Rubens Françoso – Quando algum empreendedor vai investir na cidade, ele tem que pedir a viabilidade do Semae. O Semae, através do cadastro técnico, vai ver a parte de esgoto e a parte de água, essa é a nossa função. Já a Secretaria de Obras vai ver a parte de infraestrutura que aquele investimento vai trazer de impacto. Nós, do Semae, vemos o que o empreendedor precisa para ter água e esgoto e nós passamos isso para eles. Com essas adutoras que estamos fazendo, nós iremos conseguir atender a demanda desses investidores. Essa lei, do dia 15 de dezembro, fará com que o Semae receba oficialmente as taxas que a gente precisa para o empreendimento. Todo o empreendedor precisa saber o que ele vai precisar para investir em Piracicaba. Há um estudo disso.

Concordo com a questão que as pessoas precisam de mais informações. Temos a parte técnica que analisa todas essas demandas. Vamos colocar mais gente para dar resposta a essa população. Em relação à publicidade, tenho tentado passar às mídias as coisas que estamos fazendo, além de passar no whatsapp dos vereadores que são procurados pelas pessoas.


Vereador Jonson Sarapu de Oliveira (PSDB) – O que mais pegou com a população é a variação de um mês para o outro nessa cobrança da tarifa. Há no banco de dados do Semae quantas pessoas ligaram para reclamar da diferença de conta, de um mês para o outro? Se tem, por regiões ou bairros, quais são os que mais têm reclamações? Se não tem, já se preocupou em criar um banco de dados sobre o assunto?

José Rubens Françoso – Temos vários tipos de atendimentos. Foi erroneamento dito nas redes sociais que o telefone do Semae é o 195. O número é o 115 e o 0800. Nesses dois telefones, são 24 horas por dia e não aceita ligação de telefone celular. Para completar do telefone celular é 3403-9611, também 24h por dia. Das 7h às 19h, tem duas funcionárias que ficam. Das 19h às 7h, esse número cai no 115 ou no 0800. Temos também o Fale Conosco no site do Semae. Agora, não temos dados do que é reclamação por conta, falta de água, esgoto extravasando. Não temos quantificados isso. Temos a quantidade de telefonemas recebidos. Da mesma forma como não tem a maneira o serviço que é localizado, não tem a região. As ligações são gravadas e quando a pessoa faz a solicitação gera o protocolo.


Vereador José Aparecido Longatto (PSDB) – Gostaria de deixar uma sugestão ao José Rubens. A Ares-PCJ tem uma ouvidoria, porém é por telefone. Se o Semae tivesse uma ouvidoria, iria facilitar para o povo em todo o tipo de reclamação e denúncia. O Semae precisa de uma equipe técnica, um volante regionalizado, para sanar as dúvidas. Também gostaria de saber porque somente agora o Semae vai enterrar os tubos para levar água nas caixas subterrâneas, para depois recalcar nas caixas aéreas e depois distribuir por gravidade? E outra coisa: todo mundo fala que a cidade está cheia de gatos, mas ninguém denuncia. Precisa denunciar, pois quem fez o gato está com água de graça e estamos pagando por isso...

José Rubens Françoso – O problema dos gatos, quando somos informados, agimos rapidamente. Aconteceu há um mês, em uma invasão na rodovia Samuel Neves, sob responsabilidade do DER-SP. O pessoal cortou o asfalto e fez a ligação. O DER reclamou por causa da travessia não legalizada. Fomos lá, em um primeiro instante, fomos intimidados, levamos a polícia e tiramos. Por volta de 60 barracos feitos, em uma área ilegal. Ontem mesmo recebemos uma denúncia. Não podemos aceitar os gatos. São feitos para não pagar, em área irregular, mas é um problema que acontece. Quando há a denúncia, não precisa se identificar. Sobre os investimentos, o Semae investiu muito dinheiro. Para investir, precisamos arrecadar. Não foi em tubulação para adutora, fizemos caixa d’água e trocamos rede, para identificar onde tem o problema maior de vazamento. Não adianta ficar arrumando uma rede que está detonada. Da ouvidoria do Semae, acho que precisa ter realmente uma coisa que receba a ligação. Temos o Fale Conosco e é via internet. Quando faz a pessoa faz a reclamação, é passado para os técnicos, que fazem o atendimento. No Bosques do Lenheiro, tivemos dois fins de semana, em um mutirão para acertar a situação das pessoas. Talvez a gente precise fazer mais nos outros bairros.


Vereador Marcos Abdala (PRB) – É possível ser feito um estudo para que se crie um gabinete, uma comissão específica para analisar estas contas e a população ser amplamente informada? Sobre a falta d’água no Santa Fé e a população nos pergunta quando será solucionado? O retorno para visita de vistoria técnica de hidrômetro tem demorado muito? É possível dar datas específicas?

Pedro Alberto Caes – Como é uma ligação se seis polegadas, é um hidrômetro especial, programamos para a primeira quinzena de março. Dar exatamente a data, não consigo.

José Rubens Françoso – Com relação às altas contas e criar uma comissão, você tem razão sobre o acúmulo. Por telefone não dá para resolver estes casos. Muitos casos acontecem porque a conta é definida pela média porque dificultou o acesso. Isso tem que ter o documento, fazer análise da região. Já a falta de água em alguns bairros é porque o consumo maior dificulta um pouco, isso junto com uma adutora que rompeu, uma tubulação que deu problema. Não existe rodízio em Piracicaba. Mesmo em 2014 e 2015, Piracicaba não sofreu disso. A gente tem que entender que nessa época de calor e os eventos que aconteceram comprometeram o abastecimento. Quem tem caixa de água dificilmente sofre do problema. A caixa tem a reserva de pelo menos 24 horas.


Vereador Lair Braga (SD) – O ar gera aumento no hidrômetro ou não? O que impende que o consumidor coloque o equipamento que dificulta totalmente essa regulação? Por qual motivo vocês proíbem? O senhor concorda que alguma coisa tem que mudar na gestão do Semae?

José Rubens Françoso – Em alguns casos especiais. Depende, pode acontecer. Isso não é uma constante. Não temos o ar, de uma maneira geral, nas redes. Agora, se der o problema em uma ventosa, isso pode ocorrer.

Pedro Alberto Caes – O Semae não proíbe (instalação de equipamento). Só não pode colocar no cavalete. Saiu do cavalete, ele pode. Antes do cavalete não pode porque tem uma legislação, existem normas para isso. Esse dispositivo diminui a pressão, na entrada. Se for uma região de uma pressão mais baixa, entre 10, 12, 15mca, vai ter problema interno.

José Rubens Françoso – Quando fui indicado para ser presidente do Semae, quis conversar com os 23 vereadores. O gabinete do Semae tem a porta aberta para todos os vereadores e para toda a população. Ouço a população e o máximo que consigo vou atender, fazendo visitas e nas reclamações. Tento sempre dar, para o Semae, o serviço que a população merece. Quem é servidor público, tem que servir o público. A intenção do Semae é sempre levar o melhor. O Semae é uma instituição cinquentenária. Temos as dificuldades, não negamos. Para o Semae não é interessante ter reclamações, precisamos vender água e que a população seja bem atendida. Agora, a gente tem que se colocar no lado dos atendentes. A população vai sempre para o Semae no estresse. Digo sempre para os atendentes, que trabalhem contentes, que vistam a camisa, e tenho sentido a colaboração dos funcionários. Todos os dias, às 7h, estou no Semae.


Vereadora Nancy Thame (PSDB) – Esse trabalho do plano do plano de perda, se esse trabalho já está impactando para que a gente tenha uma redução desse valor que o município paga, porque conforme você vai tendo esse trabalho, vai reduzindo perdas e isso também tem que refletir na conta do contribuinte. Uma outra coisa que me incomoda bastante é a questão do crescimento desordenado, por exemplo, os loteamentos irregulares não são planejados e que acaba impactando na questão da água. Vocês tema alguma medida, um trabalho conjunto, nesse sentindo?

José Rubens Françoso – Quando você fala do plano de perdas, nós havíamos programado para fazer esse plano em 30 anos e estamos fazendo em cinco. A perda e os últimos dados é 48% e 85%. Já houve 52%, 54%. A perda funciona de água produzida e tratada contra a água faturada, nós temos que considerar as comunidades que estão usando a água, só que entra numa perda. É como se a tubulação tivesse sido rompida e ela está atendendo uma população que não está atendendo, mas está usufruindo isso. No controle de perdas também entra isso. Vamos fazer a hidrometria dessa água, vamos conseguir medir essa água, e os dados que temos mostram que a perda já diminuiu em alguns locais e aumentou em outro, porque há águas irregulares, clandestinas que o pessoal tem a tubulação e vai fazendo. A perda significa como se essa tubulação tivesse sido rompida e saindo para fora. Então entra numa perda que não é bem uma perda. Temos a água produzida. Parar essa tubulação com pressão, precisamos coletar, captar um volume enorme de água do rio Corumbataí, tratar quantidade menor de água. Você vai gastar menos eletricidade, e isso é a parte mais rápida para conseguirmos ter um aumento de água para servir a população. A invasão de área de um problema social ou não, acontece. Tem viabilidade que damos para algumas empresas, mas cobramos delas para que ela consiga levar ao local e coletar o esgoto. Então é o planejamento, tem algumas coisas que não conseguimos por mais que planejamos e as vezes não conseguimos executar. A população cresceu desordenadamente, e em comunidades. São até lugares com difíceis acesso, fazendo serviço manual porque não conseguimos entrar com máquina. A perda de água é muito grande nesse sentido.


Vereador Pedro Kawai (PSDB) – Quero reforçar algumas ideias que foram colocadas, como, por exemplo, estamos em um momento de crise, um desgaste e pressão popular muito grande. Muitas dúvidas e questionamentos da população, termos um comitê de crise que sirva para uma futura ouvidoria. Acho que o Semae tendo esse canal direto com a população vai sanar muitas dúvidas, principalmente as que foram colocadas hoje, como por exemplo, que a água está de graça, mas ela tem um custo. Qualquer cidade do planeta tem que pagar para retirar a água. Como aquela pergunta sobre o cavalete, poderia ser respondida por ouvidoria. Tínhamos reclamações no Nova Piracicaba, assim como foi citado o caso da Vila Monteiro, de um lado tem água e do outro não.

José Rubens Françoso – Às vezes a população não entende é que em duas calçadas podem ter redes que não se comunicam. Muitas vezes o problema não chega até nós. Precisamos ter as solicitações para resolver as coisas. Acho que o comitê ajudaria sim nessa questão.


Vereador Osvaldo Schiavolin, Tozão (PSDB) – Se o vereador faz uma reclamação, não é feito o protocolo?

José Rubens Françoso – Às vezes vocês ligam e nós pedimos para alguém fazer o protocolo, porque temos que fazer uma ordem. Quando é solucionado o problema é que houve o protocolo. Muitas vezes as pessoas só reclamam quando o vazamento é na sua casa, mas quando é na rua não reclamam. Uma vez estávamos no Bosques do Lenheiro e eu vi um vazamento em baixo de um carro parado, daí fiz reclamação que gerou protocolo para fazer a manutenção.


Vereador Tozão – Quando você entrou, como presidente, quanto tinha em caixa para usar? A empresa Águas do Mirante vai fazer o mesmo investimento que o Semae faz? Quanto é o investimento da Águas do Mirante? A quem devemos cobrar, de que forma e como vamos agilizar no trabalho de asfaltamento após a manutenção do Semae?

José Rubens Françoso – Não tenho os números de quando entrei, mas os de agora. Lembro que tinha R$ 8 milhões ou R$ 9 milhões de 2016 para 2017. Mas já tinha comprometido esse dinheiro. Não sei dizer se era muito ou era pouco. Hoje, dos R$ 57 milhões que tinha, R$ 28 milhões já estão comprometidos. Sobre os tapa-buracos, tem os que o Semae faz, onde estoura a água. Esse asfalto é de uma empresa que o Semae contratou, em licitação. Outra ganhou para fazer os reparos em calçada. Esses reparos são de responsabilidade do Semae e o Semae cobra as empresas. Já em um esgoto ou em uma rede nova que é feita, isso está no escopo da Águas do Mirante. O Semae não paga um centavo a mais para o asfalto que a empresa fizer novamente. Se ele tem capacidade para fazer bem ou mal, ela é que vai fazer. Tem que deixar a rua em condições, igual ao que estava. Se o asfalto afundou, ela faz o reparo e não sai nada do Semae. Tem duas situações: quando é de água, o Semae faz com a turma dele. Na parte do esgoto, não tem custo nenhum para o Semae, é por conta da Águas do Mirante. A dona do serviço é o Semae, a Águas do Mirante é uma parceira. O contrato nosso, via PPP (parceria público-privada), é de 30 anos, começou em 2012. Só com isso Piracicaba conseguiu estar com 100% do esgoto coletado ser tratado.


Vereador Tozão – Sobre as pessoas que executam os trabalhos, procede que não possuem ferramentas adequadas? É algo que já ouvi de funcionário.

José Rubens Françoso – Temos três regionais. Não adianta ter equipamento quebrado. Se ele está quebrado, você não tem o equipamento. A coisa tem que estar em ordem. Coisa que tento o mais rápido possível, desde que tenha lógica, é que não fique quebrado caminhão, máquina e equipamento. Só que não o presidente do Semae ver se o pneu está careca, se o equipamento está funcionando ou não. As regionais têm autonomia e se comunicam.


Rerlison Rezende (PSDB) – Sobre essa questão, eu fui encanador do Semae, eu acho que essa situação precisa ser revista, o Semae precisa ter um planejamento, é minha indicação, que promove uma melhora no Semae, não dá para continuarmos, hoje tenho problema de coluna por causa deste serviço, o funcionário do Semae é excelente servidor público. Todos os vereadores que pedem algo aos funcionários, eles são atendidos. São todos que doam a vida, é uma indicação que faço para o senhor, não dá para continuar, frio, chuva, sol, e o funcionário entrando dentro da água daquele jeito, precisamos ter uma solução, indicação para que melhore a condição do funcionário, e as vezes ele não percebe que está sendo ferido dia após dia, investir mesmo na parte do funcionário, essa é a minha indicação sobre essa situação.

José Rubens Françoso – O problema aconteceu que foi o problema na bomba. Quando temos a bomba e o motor em condição, vai sugar aquilo e vai ter condições, ele não vai estar com o corpo totalmente dentro da água.


Vereador Paulo Campos (PDS) – Em caso de inadimplência no pagamento da conta de água, o Semae paga o importe de 50% à empresa Águas do Mirante, com relação ao esgoto? Qual o valor contrato anual da Ares-PCJ com o Semae e quantas vezes se reúne por ano para discutir as questões inerentes ao aumento da água? Houve programação no que tange as novas adutoras da cidade, uma vez que num lapso de dois anos e dois meses do mandato do sr. Françoso foi apresentado um projeto que atenderá a região do Cecap, em detrimento de outros bairros? O que justifica o aumento exacerbado, quando esta se encontra em falta? É fato que o Semae só tem um caminhão de água potável para atender a cidade toda, com quase 500 mil habitantes? O ar que passa na conta é computado na conta do contribuinte? É legal o aumento acima da inflação, que fechou em 2018 em 3,75%? Realmente é cobrado o valor de R$ 5 para se prestar informações ao contribuinte? Foi dito pelo senhor José Rubens Françoso que é fechado o reservatório do Kobayat-Líbano, tal procedimento é legal, do ponto de vista jurídico? Quando foi feita e quem é o responsável pela fiscalização estrutural dos reservatórios?

Dalto Favero Brochi – Não temos contrato com o Semae. O município é associado de um consórcio para fiscalizar e regular a prestação de serviço feita pelo Semae e pela Águas do Mirante. O conselho de regulação e controle social pode se reunir ordinariamente quantas vezes quiser. Anualmente, é feito o reajuste tarifário. Legalmente, o reajuste se dá no mínimo a cada 12 meses. O conselho não pode se reunir antes para deliberar sobre reajuste, a não ser em questões extraordinárias, como aconteceu na época da crise hídrica. Não podemos ficar olhando apenas para a inflação, mesmo porque a tarifa de energia subiu por volta de 15%. A inflação não chegou a isso. O salário do trabalhador não subiu 3%, subiu alguma coisa a mais. O que a Ares-PCJ olha durante o reajuste: verifica se foi suficiente o que foi estimado para a tarifa média necessária para um período e se projeta a tarifa média necessária para o período posterior, para efeito do custeio da operação do sistema, fora o investimento. O índice inflacionário é comparativo, mas não o limitante. Muitos serviços de saneamento quebraram só em função de dar o reajuste da tarifa da inflação. Isso não cobre metade do custo. A gente trabalha com a tarifa real: a cobertura do custeio operacional mais investimento.

Nossos analistas vão periodicamente às instalações e verificam se há vazamentos, se há corrosão do concreto aparente. Apontamos e informamos ao Semae. Fotografamos, encaminhamos e damos prazo para corrigir o problema. Não cabe a nós solucionar e sim apontar situação de eventual risco.


Vereadora Coronel Adriana – É dever da Ares-PCJ fazer a regulação e a fiscalização. É algo que está na norma. Onde estão os relatórios para saber o que foi feito? A caixa d’água da Pauliceia teve hoje um vazamento enorme...

Dalto Favero Brochi – As fiscalizações que fazemos estão em nossa página, na internet, com relatórios dos municípios. Temos checklist e nossa fiscalização vai item por item. A fiscalização é da prestação de serviço e não da obra. Fiscalizamos a prestação de serviço. Apontamos se a estrutura não está legal. O Semae vai buscar a correção da situação e tem interesse em corrigir.

José Rubens Françoso – As caixas d´agua em cima dos telhados das residências têm um tubo chamado ladrão. Quando a boia não consegue vedar, a água sai pelo ladrão. O que aconteceu com a caixa d’água elevada da Pauliceia? Quem controla isso é a automação. São equipamentos que controlam o nível da água. A automação não funcionou para aquela caixa, não há nenhum problema estrutural. Quando extravasou a caixa, a água saiu por cima. Quando nos informaram, fechamos o registro e parou de sair.

Sobre as inadimplências: 50% são passados para a Águas do Mirante. Quando é feito o plano de negócios da empresa, há alguns itens para se chegar ao acordo, um deles é que por uma segurança jurídica do contrato, alguém tem que assumir isso. Na PPP da Águas do Mirante, no contrato, o risco era do Semae. Isso por segurança jurídica. Não estamos fugindo do contrato. É uma inverdade que 50% do faturamento do Semae vai para Águas do Mirante.

Quando se fala que existe caminhão de água potável, é inverídico. Temos dois caminhões de água potável. E quando precisamos de água, contratamos as empresas. Muitas vezes a gente vai ouvindo a informação errada.

Sobre os funcionários, sempre digo que as pessoas precisam trabalhar com vontade. Sou um presidente que acho que as pessoas precisam subir por meritocracia, recebe cargo quem merece através do trabalho. Vai sair um concurso para trazer mais gente e valorizar cada vez mais o quadro de funcionários. Na metade do ano passado fizemos um concurso interno, das 18 que estavam, 14 podiam fazer, quatro já tinham se aposentado. Das 14, uma passou no cargo dentro do Semae.

Sobre as adutoras, fizemos projeto internamente no Semae para fazer essa adutora, que já está em licitação. Tem mais as outras adutoras, estamos contratando as empresas. O Semae, no corpo técnico, não está para projetar adutoras. Estamos com corpo técnico para fazer tratamento e distribuição de água, esse tipo de serviço. Construção civil, temos o pessoal do departamento. Obras maiores não são possíveis. Para a estação tratamento de lodo, contratamos uma empresa, o projeto e a execução. Tem algumas coisas que não conseguimos fazer.

Sobre a falta de água nos bairros Novo Horizonte e Santo Antonio: como está faltando adutora em alguns instantes, não tenho água para mandar para os reservatórios. Então, fechar é para ter nível no reservatório. Não consigo bombear a água que não tem na caixa. Não é que fecha propositalmente. Não tem rodízio, nem nada. Onde tem água, vai água.

Sobre cobranças: há a taxa de expediente; não sei em que situação a pessoa está fazendo a reclamação. Se alguém vai ao Semae fazer uma reclamação no protocolo, ela faz e não paga nada. Uma visita técnica, uma taxa de expediente, pode ser que aconteça.


Vereador Paraná – Há a possibilidade de trocar os hidrômetros por ultrassônicos, que não passa ar, somente água? Há a possibilidade de ser descontado da população todas as noites que faltam água?

José Rubens Françoso – É um pouco diferente de quando você contrata uma TV por assinatura e ela não consegue te passar dias. Você está pagando mensal, pelo uso da transmissão do sinal. A conta de água é da água consumida, que passa pelo hidrômetro. A diferença do hidrômetro analógico para o digital é de 10 vezes o valor. Um custa R$ 50 e o outro custa R$ 600. Se ela quiser trocar, vai ter que pagar o hidrômetro. Eu não tenho na prateleira, mas custa a mais.



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939 Erich Vallim Vicente - MTB 40.337 Rodrigo Alves - MTB 42.583 Fernanda Rizzi Ana Caroline Lopes
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


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