19 DE NOVEMBRO DE 2019
Convocado pelo vereador Paulo Campos (PSD), debate público contou com relato de problemas enfrentados pela população
A audiência pública desta terça-feira (19), convocada pelo vereador Paulo Campos (PSD), autor do requerimento 891/2019, expôs que há problema recorrente no abastecimento oferecido pelo Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto). Não apenas causados por situações esporádicas, como rompimentos pontuais de adutoras, a situação do Município demonstra dificuldade constante no setor.
“Eu saio desta audiência pública com a plena certeza de que o problema do Semae é má gestão. Peço desculpas ao José Rubens Françoso (presidente da autarquia), mas tenho que ser sincero quanto a essa minha conclusão. Há má gestão”, disse Paulo Campos, que tem criticado a falta de água em diversos momentos na Câmara.
Embora a convocação a audiência pública tenha sido motiva pela recorrente falta de água na região do bairro Novo Horizonte, o problema também é observado em outras áreas da cidade, como relatos de moradores do bairro Santa Rosa e até mesmo do Distrito de Anhumas. “A gente recebe reclamações constantes, por isso é importante saber o que está, de fato, acontecendo”, salientou Campos.
A audiência foi tomada por participações de moradores, como Regina Michelin, do bairro Santo Antônio. “Todo dia acaba água, além de que algumas contas estão muito altas”, disse ela, que também criticou a situação do esgoto no Distrito de Anhumas, “onde a Prefeitura ainda não nos oferecer uma resposta”, acrescentou.
De forma geral, a reclamação dos moradores é torno da falta de água quase que diariamente, sobretudo entre o período noturno, por volta das 21h, até por volta das 5h, como ocorre, mais precisamente, no bairro Jardim Colina Verde, como destacou o morador Eder Rolim de Paula. “Eu venho falar indignado com os senhores, porque é sempre a mesma coisa. Isso é falha na gestão”, disse.
O presidente do Semae, José Rubens Françoso, explicou que o problema da falta de água é causado pela tubulação insuficiente para encher os 90 reservatórios espalhados pela cidade, com o objetivo de fornecer água no Município. Como os níveis ficam abaixo da demanda, a autarquia precisa desligar as máquinas de bombeamento, com o intuito de evitar que elas queimem.
A previsão, no entanto, é que o Semae invista na ampliação da rede de adutoras. No final do ano passado, a autarquia investiu na compra de 12,5 quilômetros de tubos de 60 centímetros de diâmetro, com o objetivo de instalar nos locais onde há fragilidade do sistema. Parte desta tubulação já foi instalada, como ocorreu entre o Unileste e o Dois Córregos, para atender a região do Cecap.
Agora, segundo ele, a previsão é ampliar para outras regiões da cidade, entre elas o reservatório da Paulicéia, de onde a água segue para atender a região do Novo Horizonte e bairros adjacentes. “Fizemos um investimento de cerca de R$ 8 milhões com o objetivo de atender essa necessidade de novas tubulações”, disse.
Françoso também relatou o problema das perdas de água no sistema, boa parte causada por ligações irregulares. “Quando a população não é cobrada por isso, porque se utiliza ligação clandestina, aí perde-se muita água”, relatou, ao lembrar que, atualmente, há cerca de 50% de perda, enquanto o ideal seria 25%.
O vereador Aldisa Marques, o Paraná (CID), participou da audiência pública e lembrou que, desde que o reservatório do bairro Kobayat-Líbano foi construído, ainda não se resolveu o problema da população de regiões como Jardim Paineiras, Sabiá, Santa Fé, entre outros. “Estes 12,5 km de tubulação é muito, é um investimento que temos que agradecer, mas até terminar de instalar, a cidade já se ampliou e o problema ainda não será resolvido por completo”, salientou.
Asssessor da deputada estadual Maria Izabel Noronha, a Bebel (PT), o jornalista Vanderlei Zampaulo disse que a parlamentar tem atuado, além de pedir a tarifa social mais ampla do que o projeto apresentado pelo poder público municipal, em garantir que população participe mais da gestão do Semae. “Eu sou jornalista há 30 anos, não me lembro de um período em que a cidade sofreu tanto com a falta de água, como foi relatado durante esta audiência pública”, disse.
Paulo Campos (PSD) cobrou, por diversas vezes, para que a administração do Semae “se sensibilize em torno do problema”, porque, conforme disse o parlamentar, “a população está sofrendo muito com a recorrente falta de água”, acrescentou. Ele disse, ainda, que tramita na Casa um projeto de lei para autorizar o contribuinte a instalar ventosa antes dos hidrômetros com o objetivo de evitar que o ar na rede de abastecimento faça girar o relógio e, assim, cobre ainda mais pela água.
“Acredito que a Casa aprovará esse projeto que vem com o objetivo de contribuir com a população que já sofre tanto com a falta de água e, ainda, com contas altas”, salientou o parlamentar.