10 DE DEZEMBRO DE 2021
Mayra Camargo recebeu o Prêmio Madre Tereza de Calcutá, durante solenidade na tarde desta sexta-feira (10), pela criação do projeto "Barranco Cultural", no Santa Fé I
Prêmio Madre Tereza de Calcutá 2021
No Dia Internacional de Declaração Universal dos Direitos Humanos, a servidora pública, há mais de 25 anos da secretaria municipal de Educação e ativista cultural, Mayra Kristina Camargo, de 46 anos, ganhou o Prêmio Madre Tereza de Calcutá de Direitos Humanos, de 2021, da Câmara Municipal de Piracicaba (SP).
Ela “conheceu a periferia” a partir do momento que ingressou na carreira pública e foi trabalhar no ensino infantil. Natural de Piracicaba e do bairro Vila Independência, “área central”, como ela mesmo define, Mayra, junto de sua filha Lindwyuê, além de outros moradores, criaram no bairro Santa Fé I o “Barranco Cultural”, literalmente um barranco localizado ao final de uma rua sem saída que serve de “palco” para apresentações artísticas, para contar histórias, biblioteca e exibição de filmes no “Cine Barranco”
“Quando a gente veio pra cá (Santa Fé), praticamente não tinha nada para as crianças se divertirem, saírem, eram somente brinquedos, uma coisa ou outra, mas nada que levasse para algum lugar. E hoje ela trouxe a cultura, muita coisa boa que as crianças podem levar para toda a vida”, complementa Lindwyuê Camargo, filha da homenageada.
Mayra foi premiada na tarde desta sexta-feira (10), durante solenidade no salão nobre “Helly de Campos Melges”, numa iniciativa da vereadora Rai de Almeida (PT) pelo trabalho social que realiza no incentivo à cultura. No mesmo evento foi celebrado o encerramento dos “16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a Mulher”, atendendo à resolução 10, de 26/11 de 1998 e ao requerimento 3/2021.
“Com 13 anos eu me defini rapper e foi através do Hip-Hop que eu conheci a minha história, que eu fui saber algumas coisas sobre o genocídio do povo preto, detalhes que eu nunca ouvi em escola nenhuma”, revela Mayra, que acredita na revolução dos espaços por meio da arte.
O “Barranco Cultural”, enfatiza a líder comunitária, surgiu da necessidade de o bairro Santa Fé ter um local para o desenvolvimento da cultura, já que o espaço não tem um centro cultural. “Havia uma venda muito grande de drogas, ali, e a gente chegava e eles saíam uns 10 minutos de a gente começar a fazer alguma coisa. Um dia, uma pessoa pegou uma vassoura e foi varrer junto conosco, a igreja evangélica começou a emprestar o som para fazermos o Cine Barranco, pois é uma comunidade matriarca porque a mulher está à frente, estando com o companheiro ou não”, detalha Mayra.
Para a vereadora Rai de Almeida, falar de direitos humanos é “falar de humildade, de simplicidade”. “Nós estamos numa sociedade que estamos tendo perda de direitos, pois nós temos uma população que tem sido encarcerada em sua maioria por jovens negros”. A parlamentar enfatizou que direitos humanos são “moradia”, “saúde”, “educação”, “saneamento”, “água com qualidade”, “esporte e lazer” “ e de todos os direitos para que as pessoas possam ter a dignidade.
À frente do Mandato Coletivo “A Cidade é Sua”, a vereadora Silvia Morales (PV) ficou satisfeita em dividir com a vereadora Rai de Ameida os “16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a Mulher”. Ela reportou inúmeras atividades, entre elas o projeto “Cartas pra Você”, escritas por mulheres que são acolhidas pelo CRAN (Centro de Referência e Assistência à Mulher) e que foram expostas no hall de entrada do prédio principal da Câmara.
Compuseram, também, a mesa diretiva dos trabalhos o professor do IF (Instituto Federal de Educação – Piracicaba), Adelino de Oliveira; o antropólogo e assessor da secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Fernando Monteiro Camargo; o capitão da Polícia Militar do 10º BPMI (Batalhão de Polícia Militar do Inteiror), Donizete Gomes de Oliveira e Célia Regina Rossi, da Unesp, e coordenadora da Rede Acampa pela Paz e o Direito a Refúgio – do Brasil, Portugal e Espanha.
MADRE TEREZA - Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu numa família católica da comunidade albanesa do sul da antiga Iugoslávia. Foi educada numa escola pública e, ainda jovem, tornou-se solista no coro da igreja.
Em setembro de 1928, ingressou na Casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, em Dublin, na Irlanda. De lá partiu para a cidade de Darjeeling, na Índia, onde as irmãs de Loreto tinham um colégio, em 1931. Lá fez noviciado e finalmente fez os votos de obediência, pobreza e castidade, tomando o nome de Teresa.
De Darjeeling, Teresa partiu para Calcutá, onde viveu como religiosa e foi professora de história e geografia no Colégio Santa Maria, único colégio católico para meninas ricas da cidade de Calcutá. O contraste com a pobreza à sua volta era muito grande. Em maio de 1937, Teresa fez a profissão perpétua.
A revelação ocorreu em setembro de 1946, durante uma viagem de trem. Madre Teresa ouviu um chamado interior que a incitou a abandonar o convento de Loreto, em Calcutá, e passar a viver entre os pobres.
Madre Tereza fundou casas religiosas por toda a Índia e, depois, no exterior. Seu trabalho obteve grande repercussão. O Papa João Paulo II cedeu uma casa, ao lado da Santa Sé, para recolhimento dos pobres, a casa "Dom de Maria".
Em 1979, Madre Teresa recebeu o prêmio Nobel da Paz, pelos serviços prestados à humanidade. Depois de dedicar toda uma vida aos pobres, Madre Teresa de Calcutá morreu aos 87 anos, de parada cardíaca.