06 DE SETEMBRO DE 2019
Parlamentar ocupou a tribuna na 48ª reunião ordinária, nesta quinta-feira.
"Professores são mestres não reverenciados", declarou o parlamentar
Os frequentes casos de agressões verbais, físicas ou de intimidação e a falta de respeito envolvendo alunos e professores motivaram o vereador Marcos Abdala (REP) a ocupar a tribuna, na 48ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (5), para expor problemas do contexto educacional brasileiro.
"Professores são mestres não reverenciados", apontou o parlamentar. Ele engrandeceu as qualidades dos profissionais que se dedicam ao exercício da profissão de maneira "incansável" ––muitas vezes, além do expediente–– para receber, de retorno, violência e desvalorização.
"É comum assistirmos pelo noticiário a algum aluno que agrediu, atirou ou esfaqueou um professor. Mesmo não valorizados, os mestres sacrificam-se pela profissão, deixando a família e perdendo finais de semana inteiros corrigindo provas e preparando atividades", argumentou o parlamentar.
Abdala trouxe à discussão a recente homenagem que a Câmara fez a Marcos Vinicius Faria, o mestre Marquinhos, na solenidade pelo Dia do Capoeirista. "Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi contemplar o respeito que os jovens aprendizes têm pelos seus mestres. Esse respeito não existe mais entre nós", observou.
Para o vereador, a capoeira proporciona aprendizados que vão além da prática esportiva. "A capoeira é também um importante formador de cidadãos, exala cultura, tradição e disciplina. Ensina o respeito. Gostaria de que nossas escolas tivessem professores mestres capoeiristas", afirmou.
As ações do padre salesiano Rafael Galvão Barbosa e o legado que ele deixou na cidade também foram rememorados por Abdala. "Durante a solenidade para entrega de medalha de Mérito Legislativo, aqui na Câmara, resumiu-se todo o trabalho que esse homem tem feito em relação à família, à educação e à alma. O seu exemplo de trabalho e dedicação deve ser multiplicado e perpetuado, porque precisamos de mais padres como Rafael Galvão", declarou.
O vereador defendeu que a "verdadeira ditadura" é a que se observa nos dias de hoje. "Precisamos estar atentos o tempo inteiro, até ao caminharmos pela praça. Os riscos são muitos. Ninguém tem medo de ninguém mais, a certeza da impunidade é o que motiva a maioria dos crimes", criticou.
Ele lamentou que antigos hábitos, como o de caminhar pela praça, já não possam ser exercidos, por falta de segurança. "Enquanto vivermos nessa libertinagem, cada vez mais as pessoas de bem perderão a liberdade", alertou.
Ao afirmar que gostaria de voltar ao tempo em que o professor entrava na sala de aula e os alunos ficavam de pé em sinal de respeito, Abdala perguntou: "Cadê a nossa cidadania e onde vamos parar com isso?".