Vereadores e população puderam apresentar suas sugestões de melhorias ao Orçamento do Governo do Estado de São Paulo para o ano de 2020, na audiência pública que a Câmara de Vereadores de Piracicaba recebeu na manhã desta segunda-feira (21), no Plenário Francisco Antonio Coelho.

Esta foi a última audiência que a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) realizou nas cidades do interior desde o início de setembro e que nortearão encontro na próxima quarta-feira (23), às 14h, na sede do Legislativo paulista, quando os deputados debatem o tema, na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

O presidente da Câmara, vereador Gilmar Rotta (MDB), lembrou que as demandas trazidas ao plenário contribuem para que os deputados entendam melhor as necessidades de cada região e desta forma possam pensar nas emendas a serem feitas no Orçamento estadual. “É também o momento que a Alesp tem para demonstrar à população o que está programado e de abrir espaço para opiniões e sugestões ao Orçamento para inclusão na pauta votada pela Assembleia”, disse. Além dele, a audiência teve a presença do vice-presidente da Câmara, vereador Pedro Kawai (PSDB).

Para a vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (CID), são necessários instalação de um Posto do SPPrev (São Paulo Previdência), implantação de 10 escolas em tempo integral, a criação de quatro salas de aula na Escola Jethro Vaz de Toledo, a construção da sede da 4ª Cia da Polícia Militar, construção de muro na Escola Felipe Cardoso, em Anhumas, aquisição de três viaturas para a Patrulha Rural da PM e aplicação de R$ 1,2 milhão para construção do Estande de Tiros.

Adriana destacou ainda a necessidade de implantação de programa de combate à enchente na área central, contratação de agentes de vigilância e escolta penitenciária, ambulatório médico para o CPI-9, acostamento na rodovia Piracicaba-Anhumas, sistema de videomonitoramento interligado ao Detecta e mais uma sede da fundação Casa.

Já o vereador Lair Braga (SD) defendeu recapeamento e acostamento para a Rodovia Piracicaba–Anhembi, alças de acesso nos dois sentidos nas proximidades do Clube Atlético Piracicabano, na região de Santa Teresinha, a melhoria na iluminação nos arredores do condomínio Colinas de Piracicaba e a construção de um posto policial com viatura fixa no Distrito de Tupi.

Último vereador a apresentar sugestões, Paulo Campos (PSD) citou a importância de aquisição de duas viaturas para a Patrulha Rural da Guarda Civil Municipal. Ele também defendeu a aquisição de leitos hospitalares para o município, que dependem de aplicação de R$ 3,2 milhões.

O prefeito Barjas Negri (PSDB) lembrou que uma das principais demandas é a ampliação dos recursos para o Hospital Regional Zilda Arns. “Ele entrou em funcionamento em maio de 2018, quando fez cerca de 1600 internações e cirurgias. Este ano são quase 5.000 mil procedimentos previstos até dezembro. Mas ainda funciona com 50% da capacidade e precisa de recursos para custeio e contratação de pessoal”, avaliou. Segundo ele, a cidade precisa de construções do Hospital Veterinário e de escola na região que compreende os loteamentos Vida Nova, Gran Park e Vale do Sol.

Para o deputado Roberto Morais (CID), as reivindicações que devem ser levadas ao governo estadual são a vinda do programa Bom Prato, instalação da Rede Lucy Montoro e a ampliação do anel viário. “Nos últimos 21 anos, Piracicaba deu um salto de qualidade. O único órgão do Governo de São Paulo que ainda não veio para cá é o IML (Instituto Médico Legal), mas articulações estão sendo feitas neste sentido”. De acordo com Morais, a luta é para a criação da Região Metropolitana de Piracicaba, projeto já está pronto e precisa ser enviado pelo governador à Alesp.

A audiência pública foi presidida pelo deputado estadual Alex de Madureira (PSD), membro da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. Ele disse que existe uma lista que contempla cinco ou seis escolas estaduais incluídas no novo plano do ensino em tempo integral.

DEMANDAS SOCIAIS – Luiz Reinaldo Teles, conselheiro aposentado da Afpesp (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo), defendeu a reposição inflacionária nos vencimentos dos professores estaduais. “Amargamos mais um ano sem reajuste. As entidades pedem uma solução deste governo, contudo, elas foram ignoradas pelo Secretário de Educação, que até o momento não demonstrou interesse, sete meses depois da expiração da data-base do funcionalismo.”

Delegado do Orçamento Participativo da Região Sul, Carlos Fernando Vieira da Costa reclamou da dificuldade em conquistar melhorias nas demandas trazidas ao município, porque alguns recursos dependem do Estado ou da União. Ele citou a necessidade de retomada das obras da UBS (Unidade Básica de Saúde) no bairro Caxambu, obra que está há cinco meses parada.

Presidente da Associação dos Moradores de Santana, José Mathias Vitti discordou da instalação de pedágio na região em que mora. “São 13 concessionárias que estão lesando os trabalhadores, e também os moradores de Santana e Santa Olímpia”, disse, ao reclamar ainda da precariedade na segurança na comunidade.

Entre as questões defendidas por Ronaldo Almeida, assessor da deputada Marisa Isabel Noronha Nogueira, a professora Bebel, está a destinação de recursos que garantam um investimento público estadual no Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) de, no mínimo, o mesmo valor destinado pelo funcionalismo estadual à instituição.

A missionária Daniele Fernanda Pinheiro, que atua diariamente nas linhas do transporte público municipal, disse ter identificado as necessidades dos usuários do sistema. Ela reclamou do valor atual do bilhete (R$ 4,80 a viagem), da superlotação dos ônibus e das retiradas de algumas linhas. A munícipe defendeu a revisão do contrato entre prefeitura e Via Ágil, empresa responsável pela concessão do serviço no município.