10 DE MAIO DE 2019
Moção de apelo 74/2019 solicita votação de projeto que questiona prisão de avós por falta de pagamento de prestação alimentícia de netos
Projeto tramita na Câmara dos Deputados desde 2015
Os vereadores Paulo Campos (PSD), Ronaldo Moschini (PPS) e Osvaldo Schiavolin (PSDB) defendem a votação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei 2.280/2015, sobre procedimentos relacionados à prestação alimentícia por pessoa idosa. Eles apresentaram a moção de apelo 74/2019, aprovada nesta quinta-feira (9), na 26ª reunião ordinária.
De autoria do deputado federal Giovani Cherini (PR/RS), o projeto 2.280/2015 tramita na Câmara dos Deputados desde 8 de julho de 2015 e aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania desde 28 de março de 2019.
Os vereadores citam o Código de Processo Civil e e várias leis em vigor, que constituem os alimentos como modalidade de assistência imposta por lei, decorrente do dever de solidariedade que deve existir entre os membros da família, ou seja, o familiar que não pode prover, por si, suas necessidades vitais, deve ser amparado pelos parentes, a fim de que lhe seja garantido o suficiente para uma vida digna.
Segundo os vereadores, a decretação de prisão de avós por dívida alimentar devida aos netos pode ser extremamente prejudicial ao idoso. De acordo com ele, é necessário que os direitos sejam sopesados de forma diversa nesta situação e que sejam discutidas outras formas de constrição patrimonial, autorizadas pela legislação.
"A medida deve ser de aplicação excepcional. A privação de liberdade deve ser a última alternativa utilizada pelo Estado para impor ao cidadão o cumprimento de quaisquer normas. Entendemos que a aplicação desta modalidade executiva extrema deve ser cuidadosamente delineada pelo legislador", informam os três parlamentares.
O vereador Paulo Campos ocupou a tribuna da Câmara para esclarecer que a não votação do projeto é uma inércia do Estado. "Talvez seja por isso que o [Jair] Bolsonaro [atual presidente da República], em 27 anos [período em que atuou como deputado], não tenha conseguido aprovar mais de dois ou três projetos", ponderou.