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05 DE SETEMBRO DE 2013

Rua no Jardim Colina Verde receberá nome de ex-bancário e sindicalista


Antônio da Costa Gadelha Netto foi assessor político-administrativo da Prefeitura de Piracicaba entre 1979 e 1982. Homenagem foi proposta por Paiva.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Projeto de lei 172/2013 é de autoria de Paiva






A Câmara aprovou, na reunião ordinária desta quinta-feira (5), o projeto de lei 172/2013, que denomina de "Antônio da Costa Gadelha Netto" a rua 6 do Jardim Colina Verde, no distrito de Santa Teresinha. A propositura tem como autor o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT).

Nascido em Ribeirão Preto (SP), em 4 de maio de 1935, Antônio da Costa Gadelha Netto iniciou sua carreira no Banespa (Banco do Estado de São Paulo) e, em agosto de 1959, ingressou por concurso público no Banco do Brasil, do qual foi demitido em 1965 após responder breve inquérito ideológico-administrativo sobre suas atividades sindicais.

Anistiado pela lei 6.683/1979 e reintegrado por despacho do ministro da Fazenda, foi autorizado a retornar ao Banco do Brasil como funcionário anistiado, reassumindo suas funções em 27 de julho de 1980 na agência de Piracicaba, cidade onde residia. Três anos depois, foi transferido para Sâo Paulo, aposentando-se em 1996.

Paiva frisa que Gadelha "jamais abandonou a atividade política". Iniciou a carreira sindical nos anos 1950, atuando no Sindicato dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso, e foi o idealizador dos primeiros conceitos e regras para a aquisição de automóveis por consórcio, criando a Sociedade Cooperativa Laluz, órgão dos funcionários do Banco do Brasil.

Participou das reuniões e redação da reforma bancária do governo João Goulart e das lutas políticas de 1963 e 1964, evitando a aprovação de um plano que poderia liquidar o Banco do Brasil.

Filiado ao Partido Comunista, do qual se desligou no início dos anos 1980, foi membro da direção estadual da sigla até 1974 e responsável pelo apoio financeiro às famílias de presos políticos bancários no Brasil e aos exilados no exterior. Sofreu perseguições e tortura, pelo Deops, DOI-CODI e Polícia Federal.

Militante do MDB (Movimento Democrata Brasileiro), foi um dos articuladores da anticandidatura presidencial do general Euler Bentes em São Paulo, alternativa ao candidato general João Batista Figueiredo. Também coordenou as campanhas vitoriosas para deputado federal pelo MDB de Alberto Goldman (1978) e de João Hermann Netto (1982).

Convidado em 1978 pelo então prefeito de Piracicaba, João Hermann Netto, a ocupar o cargo de assessor político-administrativo da Prefeitura, foi responsável, de 1979 a 1982, pela orientação política, dinamização e participação do Comitê Jurídico da administração municipal.

"Ao longo desse percurso político, jamais tergiversou ou abandonou os ideais socialistas. Fiel às suas ideias e aos amigos, era, pessoalmente, extremamente reservado e poucos chegaram a conhecê-lo. Intransigente e duro nas negociações com autoridades e o banco, a todos respeitava e se fazia respeitar e admirar. Irônico, mas gentil, deixou na memória daqueles que com ele conviveram ter sido homem de palavra, calculada temeridade, coerência e generosidade. Dava valor à vida e gostava de viver", salienta Paiva.

Gadelha morreu em 14 de janeiro de 2012, deixando a esposa, Regina Maria de Fonseca Gadellha, e os filhos Roberto e Nair.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Imagens de TV:  TV Câmara


Legislativo José Paiva

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