Comerciantes do Jardim Elite e representantes da CPFL reuniram-se na tarde desta quarta-feira (6), por intermédio do vereador André Bandeira (PSDB), na Sala de Reuniões da Sala da Presidência da Câmara Municipal de Piracicaba, para debater a frequente falta de energia no bairro, especialmente em estabelecimentos localizados na rua General Góes Monteiro. 

“São situações que estão acontecendo de forma constante e não esporádica, não apenas no Jardim Elite, mas em outros lugares, como por exemplo na Paulista. Está sendo muito frequente o desarme do transformador de energia. Até entendemos a falta de energia por eventos da natureza, mas o que está acontecendo é diferente, chovendo ou não, está caindo a energia”, disse o parlamentar na abertura do encontro.

De acordo Aguinaldo Franchi e Luciana Granuzzio - que representam um grupo de cerca de 25 comerciantes do bairro - as constantes e recentes interrupções no fornecimento de energia ao longo do mês de novembro trouxeram diversos prejuízos, tanto em perdas de mercadorias quanto em impossibilidades na prestação de serviços. 

“Eu tenho 2 câmaras frias, 5 geladeiras e 2 freezers. Eu inclusive, recentemente, precisei transferir os produtos que conseguimos salvar para uma outra loja que eu tenho”, relatou Aguinaldo, que é dono de um varejão. 

“Sem o ar-condicionado funcionando eu não consigo atender ninguém, pois é tudo fechado e blindado, sem ventilação, e os computadores também param de funcionar depois de 15 minutos”, falou Luciana, que é proprietária de uma Casa Lotérica. 

As demandas dos comerciantes já haviam sido relatadas ao vereador em visita ao Jardim Elite no dia 14 de novembro.

Onda de calor e aumento no consumo - De acordo com o Coordenador de Operações de Campo da CPFL, Anderson da Silva Nascimento, as chuvas intensas e as ondas de calor atípicas recentemente registradas, resultaram em um aumento exponencialmente no consumo elétrico em diversos pontos do país, e isso se aplica a Piracicaba e ao Jardim Elite.  

“Estou há 15 anos na companhia e é a primeira vez que estou vendo isso acontecer, esse calor. O que aconteceu no Jardim Elite propriamente dito, com a onda de calor e todo mundo consumindo energia ao mesmo tempo, foi que o transformador não aguentou”, disse. 

Segundo o coordenador, na cidade, em apenas uma semana de novembro, mais de 15 transformadores precisaram ser trocados, inclusive o localizado na rua General Góes Monteiro. “Para vocês terem uma ideia, até pedimos para o nosso fornecedor uma carga a mais, pois ficamos com medo de faltar, pois foi uma coisa muito fora da curva”, relatou.

Para aguentar a demanda ampliada no bairro, um novo transformador de 150 KVA (kilovoltampere) foi instalado, no dia 16 de novembro, em substituição ao antigo, de 112,5 KVA.

No dia seguinte, de acordo com Anderson, após novo desarme, houve a necessidade de melhor dimensionar uma peça que "protege" o transformador, uma espécie de fusível, e que teria causado a queda: "resolvemos, agora, essa questão do transformador”, disse.

Ele ainda acrescentou que os cabos da rede estão aptos para suportar a atual demanda, e que a companhia pretende intensificar manutenções preventivas na região, como por exemplo a poda de galhos de árvores, para evitar novas interrupções.  

Interrupção programada - Durante a reunião, os comerciantes ainda relataram que, na manhã do último sábado (2), houve uma interrupção na rede de cerca de 3 horas no bairro. 

De acordo com a Consultora de Relacionamento da CPFL, Talita Pinotti, a falta de energia decorreu de uma manutenção programada, da qual os comerciantes deveriam ter sido informados com antecedência de 15 dias. Eles, no entanto, alegam não terem sido notificados.

“Enviei, agora, um e-mail questionando [a prestadora de serviços da CPFL] se vocês não foram avisados, pois todas as modificações precisam ser registradas. A gente precisa saber se elas não ocorreram ou se alguém ficou sem receber”, falou a representante da empresa.

Ela, na sequência, afirmou que eventuais prejuízos decorrentes da falta de energia podem ser questionados junto à empresa: “se houve algum evento na rede elétrica e ocorreu prejuízo, o cliente tem o direito de abrir um processo de ressarcimento de danos. Ele entra em contato com os canais da CPFL, relata o problema, abre um protocolo e são feitas perguntas para conferência e análise”, explicou.

Ao término do encontro, após agradecer a presença dos comerciantes e da empresa, André Bandeira disse: “a ideia dessa conversa foi promover o diálogo, pois um precisa do outro e o que buscamos aqui foi dar os melhores encaminhamentos”.

"Entendemos a grande demanda de vocês, mas esperamos que vocês ouçam os nossos sentimentos, acho isso importante, para termos esse alinhamento", concluiu Aguinaldo Franchi.