A Câmara Municipal de Piracicaba aprovou moção em que repudia o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) por ter postado, em rede social, uma imagem com Jesus Cristo crucificado ao lado de soldados romanos e a frase "Bandido bom é bandido morto". A mensagem foi publicada inicialmente na plataforma X, no último dia 29, acompanhada da legenda "Boa Sexta-feira Santa!", em menção à data celebrada por cristãos.

Autor da moção de repúdio 55/2024, aprovada pelo plenário na noite desta quinta-feira (4), durante a 17ª Reunião Ordinária, o vereador Paulo Campos (Podemos) aponta que a postagem "gerou indignação". "Não se trata apenas de posicionamento político e religioso dos representantes da esquerda brasileira e, sim, de enorme falta de respeito.com a crença de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo", afirma o parlamentar.

Durante a sessão na Câmara, outros vereadores se manifestaram, na tribuna. A moção de repúdio foi endossada com as assinaturas de Thiago Ribeiro (PRD), Acácio Godoy (Avante), Anilton Rissato (PP), Sérgio da Van (PRD), Wagner de Oliveira (Cidadania), Gustavo Pompeo (Avante), Laércio Trevisan Jr. (PL) e Paulo Camolesi (PSB).

"De fato, a postagem foi muito infeliz, e o MTST reconheceu a inapropriação dessa postagem e a apagou das redes sociais, reafirmando o respeito às religiões cristãs e o compromisso com a liberdade e a manifestação religiosa", disse Rai de Almeida (PT).

"Tem que ter repúdio mesmo a essa postagem infeliz. Como católico e vicentino que sou, não posso concordar de maneira alguma com essa postagem, mesmo que os canalhas se retratem. Não tem perdão certos tipos de coisa, principalmente com a imagem de Jesus Cristo", afirmou Trevisan Jr.

"O MTST tripudiou da fé dos cristãos, comparando Jesus a um bandido. A galera da Teologia da Libertação tenta a qualquer custo transformar Jesus em um líder revolucionário. O líder revolucionário da época foi Judas Iscariotes, que, ao perceber que Jesus não era o revolucionário que ele queria, traiu Jesus. Comparar Jesus a um bandido foi o maior sacrilégio que esse grupo cometeu", declarou Fabrício Polezi (PL).

"Na política, o pensamento de torcida organizada não cabe. A intenção era ferir as pessoas com fé, do catolicismo, do cristianismo. Não vou tolerar uma questão como essa, banalizar o que aconteceu", comentou Gustavo Pompeo. "Não dá para admitir que símbolos religiosos sejam usados de maneira inapropriada politicamente", completou.

"É um episódio lamentável, não só para o Brasil, mas para o mundo. O que será que o papa, os diplomatas do Brasil pensam sobre isso? O que Guilherme Boulos pensa da pessoa que fez isso? A ofensa vale a pena? Quase 90% dos brasileiros acreditam em Jesus e são cristãos. Essa imagem ofendeu nossos filhos, essa nação", disse Rerlison Rezende (PSDB).

"A votação [pela aprovação da moção] envia um recado: não empreste símbolos religiosos para outros assuntos, porque, se você quer analogia, não cabe, pois esse símbolo é caro para alguém. [O MTST] Admitiu a infelicidade? Admitiu, mas não era para ter utilizado. Não foi a primeira vez. Piracicaba não gostou, o povo cristão não gostou", refletiu Acácio Godoy.