19 DE JUNHO DE 2018
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia revelam mais de 349 mil casos de morte por ano
Thiago Patriarcha defende novas medicações às doenças cardiovasculares
O expediente da reunião ordinária desta segunda-feira (18) foi suspenso por 40 minutos para o médico Thiago Maron Patriarcha falar sobre as novas medicações e tratamentos para doenças cardiovasculares. O pedido foi feito pelo vereador Paulo Serra (PPS), autor do requerimento 365/2018, que defendeu a apresentação como de relevante cunho social.
Para Serra, a Câmara contribui com esclarecimentos na abordagem de um tema como os riscos de doenças cardiovasculares e os esforços recentes da medicina, que tem desenvolvido novos medicamentos e terapias. Segundo estudos, as doenças cardiovasculares matam mais de 300 mil brasileiros todos os anos e também causam os maiores custos de internações hospitalares.
Em suas explanações, Patriarcha enfatizou que a doença do coração mata duas vezes mais que o câncer, sendo que, no Brasil, a síndrome coronariana aguda é a que mais mata. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia revelam mais de 349 mil casos por ano. A doença é tão avassaladora, não só no Brasil e sim no mundo. Houve evolução da terapia, da simples aspirina até a molécula de Prasugrel, sendo que recentemente foi descoberto novos medicamentos, que contribui com o tratamento de doenças, havendo redução de 19% dos casos, reduzindo a mortalidade, em terapia melhor, por conta de suas características.
Thiago também falou da trombose existente, que nada mais é do que a rejeição do estertor que foi colocado. Sendo que este medicamento novo trata esta questão, com redução na ordem de 40% nos primeiros dias com a ministração deste medicamento. A terapia se mostrou muito importante.
Estudos clínicos mostram que alguns pacientes não respondem à terapia da molécula, devido a uma questão genética. O diabete também dificulta a vida destes pacientes, triplicando o risco de morte, sendo que a junção do enfarto com a diabete aumento o risco.
Serra destacou a importância da medicação, mesmo aparentemente representando ser caro, sendo que por outro lado teremos um impacto muito grande de recursos. A pergunta é porque o SUS não aplica estes procedimentos, visto os impactos que isso representará na economia.
Em todo o contexto, a economia será brutal, com bilhões de economia, sobrando mais vagas para quem precisa. A defesa é por medicação de ponta, o que não encontramos no SUS. Serra mostra que a maneira de fazer licitação, com foco no menor preço não contempla os melhores procedimentos.
Também falou da vantagem da molécula, "o que demonstra que pessoas que estão no governo não sabem nada sobre o assunto". "A mudança tem que passar pelo Congresso. São questão de impacto imenso, em que a medicação de ponta poderia estar a serviço da população. Com ênfase a laboratórios que realmente investem na área de farmacologia. São pessoas que realmente mexem com pesquisas", disse.
O vereador Laércio Trevisan Jr (PR) também fez questionamentos nas explanações de Patriarcha. Já o vereador Rerlison Rezende, o Relinho (PSDB) ponderou sobre as questões debatidas, indagando sobre o papel dos legisladores em forçarem o governo para ter uma nova visão, para que a sociedade passe a cobrar o poder público.
Segundo expositor, é preciso conscientizar a sociedade brasileira sobre o quão avassaladora é a doença coronáriana, sendo que a dor que mais afeta a população são as doenças cardiovasculares.
"Temos que conscientizar a população primeiro, pensando em ações de conscientização, por mobilização da população para ter acesso a estas tecnologias. Devemos pensar em conjunto sobre a forma de melhor fazer para conscientizar a sociedade", disse.
O vereador Ronaldo Moschini (PPS), na condição de médico ginecologista reconheceu, a falta de estrutura no atendimento aos enfartados, o que demanda espera por vagas. Ele relatou que no seu plantão da última sexta-feira à noite haviam cinco pacientes sem vagas. Também citou a condição de pacientes com síndrome coronariana aguda, que têm vaga garantida.
"Deveria sim ser criado um protocolo para o enfartado, visto que nas primeiras horas são cruciais para a sua sobrevida. Não temos protocolo para enfarte em Piracicaba. Com relação a outros municípios, verifica-se que o SUS paga relativamente bem. Tem que haver conversa do secretário de saúde, com os dois provedores, Santa Casa e Fornecedores. Observamos cinco infartados em UPA (Unidade de Pronto Atendimento), vindos de cidades como Santa Maria, São Pedro e Rio das Pedras, sem vagas no Incor. É angustiante trabalhar na central de vagas do município. O médico tem que priorizar a gravidade, as vezes alguns tem que esperar em detrimento de outros", considerou Moschini.
O vereador Paulo Campos (PSD) também fez uma pergunta considerando a importância do debate, no que parabenizou a maneira didática do tema. E perguntou se o medicamento é encontrado com facilidade no mercado. Segundo Thiago, o medicamento está no mercado há mais de oito anos.
O vereador Airton Schiavolin, o Tozão (PSDB) também fez questionamentos, considerando o processo de licitação, regulado pela Lei 8666, "fazendo com que se compre porcaria, penalizando a população. "Estamos à beira de uma mudança de lei, comprando coisas boas para que se dure mais", disse.
Segundo Paulo Serra, os dirigentes que estão em Brasília têm que ser gestores, para minimizar os impactos. O vereador Wagner de Oliveira, o Wagnão (PHS) indagou sobre a medicação, comparando a um afinador do sangue. "Estamos salvasndo vidas ao evitar a renovação do estertor". concluiu.
A vereadora Nancy Thame (PSDB) considerou a pertinência do tema e citou o caso de pessoas propensas à trombose. Segundo Patriarcha, são classes de medicações independentes. Segundo Paulo Serra, a trombose na perna é caso gravíssimo. "A molécula vai agir nas plaquetas", disse.