23 DE MARÇO DE 2018
Iniciativa de Nancy Thame (PSDB) e Paulo Serra (PPS), colegiado se reuniu na tarde desta sexta-feira (23)
Fórum de Sustentabilidade se reuniu na tarde desta sexta-feira (23)
O Fórum Permanente de Gestão e Planejamento Territorial Sustentável da Câmara de Vereadores de Piracicaba definiu, na tarde desta sexta-feira (23), ações com o intuito de ampliar o debate público sobre o Plano Diretor do Município, que está em processo de revisão, a qual deverá ser votada ainda neste ano. Iniciativa de Nancy Thame (PSDB) e Paulo Serra (PPS), o colegiado se reuniu na Sala B do Prédio Anexo do Legislativo.
“A gente encontra uma complexidade de temas aqui neste espaço, porque temos pessoas de várias frentes, com especialistas e instituições que trabalham fragmentos do Plano”, avalia Nancy. No entanto, ela adverte que, como problema central, todos setores observam o mesmo problema: o crescimento desordenado do perímetro urbano. “Tentamos ver como as intervenções no PDM podem ordenar tudo isso”, destaca.
Foram definidos três aspectos a serem trabalhados: 1) o uso da Tribuna Popular da Câmara, com o objetivo de apresentar questionamentos ao processo de revisão traçado pela Prefeitura – “queremos compartilhar essas preocupações com todos os vereadores”, diz Nancy; 2) definir agenda de oficinas paralela ao cronograma oficial; e 3) trabalhar propostas para serem incluídas no PDM, quando este espaço for disponibilizado pelo Executivo.
Nesta tarde, cada um dos três grupos temáticos do Fórum apresentou elementos que irão nortear o debate. Em Educação Ambiental, foi destacado o trabalho do GMEA, que procura mapear iniciativas deste segmento realizadas na cidade. Já em Desenvolvimento Rural, a preocupação com a expansão e a segregação entre a cidade e o campo, o que acaba criando isolamento na região agrícola do município.
Bruno Vello, do Grupo Plano Municipal/Desenvolvimento Urbano, destacou as preocupações em relação à mobilidade, com críticas contundentes à expansão desenfreada do perímetro urbano. “A concentração se torna cada vez maior na zona afastada e essa necessidade de deslocamento se torna ainda maior”, adverte.
Integrante do Observatório Cidadão de Piracicaba, Bruno lembra que esse modelo cria uma desigualdade de locomoção pelo município. “O impacto é você acaba tendo que usar muito mais carros e o problema é que nem todas as pessoas têm renda para usar carro, então você acaba segregando quem pode se locomover de maneira relativamente fácil, por ter carro, e as pessoas que vão se tornando cada vez mais isoladas em seus bairros, porque tem como única medida o uso do transporte público”, disse.
De acordo com dados do Ciretran, divulgados durante a reunião por Bruno, a frota de automóveis na cidade tem crescido constantemente desde 2001, quando saiu de 80 mil, até 2016, quando praticamente dobrou, chegando a 160 mil. Ao mesmo tempo, desde 2013 a frota de ônibus caiu: era 260 e no ano passado a Semuttran (Secretaria Municipal de Transito e Transportes) aponta que está em torno de 240.
O mapeamento demonstra que, na mesma medida, também caído o número de passageiros transportes. Em 2012, foram 2,7 milhões; chega a 2,4 milhões em 2017. O valor da tarifa aumenta, desde 2014, quando era R$ 2,90 – por conta da redução no período das manifestações de Junho de 2013 – e chegou, no ano passado, ao valor atual de R$ 3,90.
O vereador Paulo Serra (PPS) também demonstrou a preocupação com a situação e lembrou dos esforços do Fórum e da Comissão Permanente de Meio Ambiente, da Câmara, para evitar o adensamento urbano nas regiões limítrofes da cidade. “É uma grande preocupação que temos”, disse.
As reuniões do Fórum Permanente de Gestão e Planejamento Territorial Sustentável acontecem mensalmente e a próxima está agendada para 27/4.
(Assista no player à reportagem veiculada pelo "Jornal da Câmara".)