Em requerimento protocolado na Câmara Municipal de Piracicaba nesta quarta-feira (14) e dirigido ao prefeito Luciano Almeida (PP), o vereador Laércio Trevisan Jr. (PL) quer saber quando o Executivo fez pela última vez mapeamento dos locais de maior incidência do carrapato-estrela, transmissor da bactéria que causa a febre maculosa, e se as áreas de risco na cidade estão identificadas.

O parlamentar pergunta se a Secretaria Municipal de Saúde mantém equipe específica para o controle e a conscientização da população sobre os perigos da doença, confirmada como o motivo da morte de três pessoas que estiveram numa festa na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), no último dia 27 —há suspeita de que a doença também tenha vitimado uma adolescente que estava no evento e morreu na terça-feira (13).

Trevisan Jr. indaga quantos casos de febre maculosa foram registrados em Piracicaba de 2020 até junho de 2023, qual a situação atual e quantas mortes pela doença foram confirmadas na cidade. Ele pergunta se há alguma ação, por parte dos gestores da saúde pública do município, para o controle populacional dos animais que são hospedeiros do carrapato-estrela, como as capivaras.

O vereador também questiona quais foram as ações educativas "efetivamente realizadas" pelo Executivo em escolas, indústrias e comércios, com a população que vive em áreas de risco e com "visitantes dos principais pontos turísticos de Piracicaba". Ele pede que sejam descritas "todas as ações realizadas nos últimos 12 meses" para a conscientização e prevenção da doença.

Nesta quinta-feira, Trevisan Jr. flagrou cerca de 20 capivaras próximas à Casa do Artesão e do campo de futebol na região da Rua do Porto, além de vários animais adultos com seus filhotes à beira do lago situado dentro do Parque "João Hermann Neto". O vereador cobrou da Prefeitura a pulverização da área e o manejo das capivaras, retirando-as do entorno da avenida Cruzeiro do Sul, da estrada do Bongue e das proximidades da Rua do Porto.

"A capivara é hospedeira natural do carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa, causando mortes de humanos e animais. Já cobrei, em situação passada, o manejo das capivaras para o seu habitat natural", disse o vereador, que gravou vídeo mostrando os animais dentro do Parque da Rua do Porto. "A população vem em torno do lago e tem o risco da contaminação, pois as capivaras andam por todo esse local aqui."

Trevisan Jr. observou que "toda a área do Parque da Rua do Porto recentemente ficou fechada para pulverização". "Ou seja, se estava contaminada, pode voltar a estar. Como pode uma parte estar contaminada e logo a da frente não estar contaminada? É muito risco ali. Piracicaba precisa ter uma medida protetiva para a população, porque existe risco de contaminação tanto dos animais quanto de humanos", afirmou.