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16 DE MARÇO DE 2018

Erler rebate Observatório Social, que desmereceu produção legislativa


Relatório do grupo chamou de "irrelevante" o trabalho dos vereadores. Parlamentares reforçaram importância de ações de fiscalização e cobrança por melhorias à população.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Erler ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta quinta-feira






Vereadores de quatro partidos foram ao microfone, durante a 12ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (15), para rebater relatório do Observatório Social de Piracicaba que classificou como "irrelevantes" 93% da produção legislativa em 2017. O grupo usou critérios subjetivos (como "abrangência geográfica" e "impacto social") para tentar mensurar a importância das atividades dos vereadores na fiscalização do Executivo e na cobrança por melhorias à população.

O dado apontado pelo OSP recebeu destaque na edição desta quinta-feira da "Gazeta de Piracicaba", cuja reportagem procurou o Departamento de Comunicação Institucional da Câmara somente às 19h do dia anterior (14) para buscar o posicionamento do Legislativo municipal ante o relatório.

O presidente da Câmara chamou de "lamentável" o cálculo elaborado pelo Observatório Social. "Foram usados critérios não-científicos, sem fundamentos. Fizemos mais de 5 mil proposituras no ano passado; no mínimo, foram 5 mil pessoas que nos procuraram, já que um tapa-buracos não beneficia só uma pessoa, mas centenas", citou o vereador, sublinhando a diferença que há entre o Observatório Social e o Observatório Cidadão, "que apresenta críticas construtivas no intuito de ajudar a evoluir".

Em tom de ironia, Erler listou uma série de exemplos do que o Observatório Social considera "irrelevante", como as discussões promovidas pela Câmara sobre o plano de carreira do magistério municipal, as propostas que visam à melhoria da acessibilidade, a denominação de ruas, o reconhecimento a pessoas com o título de "Cidadão Piracicabano" e os fóruns da Saúde, da Segurança, do Direito Previdenciário e em Defesa do Rio Corumbataí.

Outros parlamentares também criticaram o relatório do Observatório Social. "Não levaram em consideração o trabalho dos vereadores em economizar praticamente R$ 10 milhões [do Orçamento da Câmara em 2017], ajudando a Prefeitura a sanar as dívidas com a Santa Casa e o Hospital dos Fornecedores de Cana", comentou Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), ilustrando sua fala também com ações de seu mandato, como a instalação da clínica hiperbárica em Piracicaba e o trabalho social com jovens por meio do esporte.

Aldisa Vieira Marques, o Paraná (PPS), lembrou que demandas que, a princípio, dizem respeito a aspectos de infraestrutura, como a recuperação do asfalto em vias públicas ou obras em rede de esgoto, acabam refletindo em melhoria da qualidade de vida da população. "Quando pedimos para tapar um buraco na cidade, estamos trabalhando em prol da saúde. Fui ao COT [Centro de Ortopedia e Traumatologia] esses dias e havia 14 pessoas aguardando vaga na Santa Casa e no Fornecedores de Cana: três tinham batido com a moto em buracos e se acidentaram. Quando pedimos o conserto do esgoto que está estourado nas ruas, estamos evitando doenças a quem mora próximo", exemplificou.

Jonson Sarapu de Oliveira, o Maestro Jonson (PSDB), ressaltou que o trabalho do vereador vai além, na prática, do que a Constituição Federal estabelece no papel. "A realidade brasileira é outra: esses camaradas [do Observatório Social] deveriam ficar o dia inteiro no gabinete ou na casa da gente recebendo telefonema à meia-noite, de madrugada, dando consulta jurídica, orientação. Deveriam medir no dia a dia [a atuação do vereador] para tirar uma conclusão correta, diferente desta [do relatório]."

Rerlison Teixeira de Rezende, o Relinho (PSDB), criticou Roberto Borges, que comanda o Observatório Social. "Não recebeu nenhum voto e quer pautar o que a sociedade votou? O que ele entende para dizer o que é bom ou não é? Talvez a indicação de tapa-buracos para quem mora num condomínio fechado seja irrelevante, mas, para uma senhora cadeirante que tem um buraco em frente à sua casa e não consegue entrar, é importante", comparou.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Imagens de TV:  TV Câmara


Legislativo Matheus Erler

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