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16 DE MARÇO DE 2018

Comoção marca ato na Câmara em memória à vereadora Marielle


Cerca de 70 pessoas vieram à sede do Legislativo. Grupo estendeu faixas e acendeu velas do lado de fora. Na reunião ordinária, mulheres protestaram contra a violência.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (1 de 14) Salvar imagem em alta resolução

Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson

Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson
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Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher

Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher
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Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher

Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher
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Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher

Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher
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Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson

Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson
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Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson

Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson
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Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson

Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson
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Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson

Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson
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Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson

Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson
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Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson

Plenário ficou lotado em ato em memória a Marielle e Anderson
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Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson

Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson
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Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson

Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson
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Grupo veio em passeata até a sede da Câmara

Grupo veio em passeata até a sede da Câmara
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Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher

Público expressou indignação ante casos de violência contra a mulher
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Ativistas estenderam faixas e acenderam velas em ato em memória a Marielle e Anderson



Dispostas lado a lado, as chamas das velas, trêmulas ao vento, iluminaram as faixas de protesto e aqueceram as cerca de 70 vozes que gritaram palavras de ordem na escuridão, instaurada no Brasil, da noite desta quinta-feira (15). Luto, luta, comoção, indignação: cada sentimento encontrou eco no ato realizado em Piracicaba em memória a Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro (RJ) que foi assassinada junto com o motorista Anderson Gomes.

Entre passos e lágrimas, o grupo partiu do Terminal Central de Integração e se concentrou em frente ao prédio principal da Câmara, carregando faixas com frases como "Marielle presente", "Basta ao genocídio preto" e "Não vão nos calar". O ato reuniu ativistas, integrantes de movimentos feministas, como o Marias de Luta e o Promotoras Legais Populares, e representantes de partidos políticos.

Danutta Rodrigues, presidente do diretório do PSOL em Piracicaba, disse que a morte de Marielle é "uma agressão ao coração da militância". "A representação política dela era muito forte. É tudo o que o partido defende e mais um pouco. E ela tinha a legitimidade de viver na pele aquilo que denunciava, combatia e lutava contra. A militância do país todo está muito abalada", afirmou.

Com a quinta maior votação no pleito municipal de 2016, a vereadora, graduada em Sociologia e com especialização em Administração Pública, "tinha um referencial intelectual e de vida muito grandes", segundo Danutta. "A eleição dela foi demasiadamente representativa, porque a Marielle morava em comunidade, era mãe solteira, homossexual, e militava pelas causas humanitárias no Rio de Janeiro há muito tempo."

"Era uma militante histórica já; o mandato foi a consolidação de um trabalho há muito tempo feito. E ela mexia na ferida do carioca, que não é de hoje, porém está se agravando. Ela denunciava, não deixou o seu gueto, continuava indo aos núcleos de onde ela saiu, mesmo com as adversidades da vida", comentou Danutta, que cobra "investigação rigorosa" do assassinato, "cruel e covarde".

INDIGNAÇÃO - A morte de Marielle e Anderson, na noite desta quarta-feira (14), motivou a Câmara de Vereadores de Piracicaba a aprovar, em regime de urgência, moção de apelo à Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro para que apure o caso "com celeridade" ––ainda durante a 12ª reunião ordinária, um minuto de silêncio foi respeitado em memória às vítimas.

Os vereadores manifestaram indignação com os assassinatos no Rio de Janeiro. O presidente da Câmara, Matheus Erler (PTB), cobrou "que todos os órgãos investigativos apurem o fato e que os culpados vão para a cadeia". Lair Braga (SD) lembrou que Marielle era "uma vereadora que lutava pelos direitos do negro e questionava a intervenção militar" em vigor desde fevereiro na capital fluminense.

Nancy Thame (PSDB) chamou a atenção para os números crescentes no Brasil de casos de violência contra a mulher, em especial a que atinge a população negra. "O assassinato de mulheres negras aumentou 54% em relação à última decada. No país, 503 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora e um estupro ocorre a cada 11 minutos", listou.

A parlamentar observou que tal violência decorre dos valores de uma sociedade "em que a mulher não é valorizada". "Existe uma violência que se vê, mas existe também uma invisível, da propaganda, da palavra enviesada, da maneira de tratar a mulher nos espaços onde ela está empoderada, sem falar no assédio do dia a dia nas ruas", exemplificou.

Erler abriu espaço para que representantes do público que lotou as galerias do plenário "Francisco Antonio Coelho" falassem na tribuna. Integrante do Conselho Municipal da Mulher, Pâmela Cristina Oliveira fez um desabafo sobre a violência que vitima a população negra, principalmente mulheres e jovens. "Estão nos matando desde que chegamos ao país. E ainda fechamos os olhos para esse genocídio."

Para Danutta Rodrigues, o assassinato no Rio de Janeiro calou uma voz, mas fez surgirem outras. "Transformaremos nosso luto em luta, exigimos justiça", disse ela, para quem esta quinta-feira foi um "dia extremamente doloroso àqueles que sonham com um mundo melhor".



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918 Lucas Lima


Legislativo

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