A chuva que caiu por volta das 21h desta quarta-feira (10) em Piracicaba provocou fortes estragos na região de Santa Teresinha. Após receber pelas redes sociais e por WhatsApp uma série de fotografias, vídeos e relatos de moradores, o vereador Dirceu Alves da Silva (SD) percorreu vários pontos para diagnosticar os problemas. Ele cobra urgência das secretarias municipais para que a situação não volte a se repetir.

Nos primeiros minutos da manhã desta quinta-feira (11), Josias Alcântara fazia o trabalho que é de responsabilidade da prefeitura. Ele pegou o próprio caminhão caçamba para remover parte do entulho. Os imóveis nas proximidades também sofreram com os alagamentos. Ao lado da borracharia em que é proprietário, na rua Felício Nalin, fica o Córrego das Ondas, cuja força das águas foi tão grande que arrastou uma árvore sobre a ponte, danificou o asfalto e rompeu a rede de esgoto.

Em outro ponto de Santa Teresinha, todas as residências da viela da avenida Euclides Figueiredo (conhecida como Vielinha) foram invadidas pelas águas. "Eu durmo super cedo, por causa do meu trabalho, e acordei assustado, com todo mundo gritando", disse Edervan Donizete do Prado. Além do prejuízo com o imóvel, ele também perdeu o veículo, um Ford Fiesta, agora tomado pelo lodo. Uma árvore de pelo menos quatro metros caiu.

O morador comenta que a área, proviniente de invasão, foi regularizada pela prefeitura. "A nossa vontade é que esse córrego fosse alargado ou que encontrassem uma forma de aumentar sua profundidade, aí não teríamos mais problemas. Talvez um muro de contenção também ajudasse. Aqui também temos uma área verde, que poderia ser melhor aproveitada", diz Prado.

Moradora há 30 anos na rua José Linhares, esquina com a rua Angelo Florindo, Edivânia Bruder Berna Penha teve dois problemas ao mesmo tempo. Como há um terreno baldio ao lado de sua casa que não recebe manutenção, um escorpião lhe picou. Teve, então, que deixar a residência sendo tomada pela água e seguiu para o hospital.

Edivânia conta que os transbordamentos cessaram por um bom período, mas se tornaram frequentes nos últimos dois anos. Além de ter levantado a calçada, ela também subiu o piso da sala. Mas, com a força da chuva de ontem, a água invadiu a cozinha. "Meu vizinho ficou removendo água da casa dele até 1h", diz, acompanhada de outros seis moradores da região, todos indignados com a situação.

Também desolada estava Dalzenira Massotte, que possui uma residência nas proximidades do Crab (Centro de Referência à Atenção Básica) Vila Sônia. "Estamos esquecidos", disse a moradora, ao mostrar os estragos, entre eles o levantamento do asfalto por causa da pressão das águas e a formação dos chamados "borrachudos", nome pelo qual é conhecido o deslizamento da camada de asfalto na direção da guia. Na rua Pedro Morgante, onde ela mora, a força da chuva arrastou para dentro da galeria de água o tampo de uma caixa de inspeção. A alternativa foi colocar galhos de árvores, como forma de alerta aos motoristas.

O vereador Dirceu Alves da Silva disse aos moradores que o momento tem sido marcado pela escassez de recursos públicos, mas que todos os casos são de caráter emergencial. A equipe de seu gabinete enviou ofício à Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente) e Defesa Civil.