14 DE SETEMBRO DE 2018
Chamamento da Prefeitura deu 60 dias, no ano passado, para proprietários de 769 jazigos do cemitério da Vila Rezende manifestarem interesse na manutenção das sepulturas.
Chico Roncato ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta quinta-feira
O vereador José Francisco Roncato (PSD) criticou a Prefeitura por, segundo ele, ter divulgado pouco a medida que afetou centenas de concessionários de sepulturas do Cemitério Municipal da Vila Rezende. Publicado em abril do ano passado, o chamamento dava 60 dias para que proprietários de 769 jazigos tidos pela administração do local como "abandonados" ou "em estado de abandono" manifestassem interesse na manutenção das sepulturas e, a partir disso, mais 90 dias para que as reformassem.
De acordo com notícia veiculada no site da Prefeitura em 13 de abril de 2017, a relação dos concessionários convocados pelo decreto municipal 17.035 estaria à disposição para consulta nos cemitérios da Vila Rezende e da Saudade. A lista também foi publicada nas edições do Diário Oficial dos dias 5, 7 e 11 daquele mês.
O vereador disse que várias pessoas ficaram sem tomar conhecimento do chamamento. "A pergunta que fica é: Diário Oficial do município? Muita gente não sabe nem que existe Diário Oficial!", criticou Chico Roncato, na tribuna, durante a 52ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (13). "Não estou aqui para questionar leis ––já que, uma vez publicada no Diário Oficial, é lei––, mas o questionamento é a maneira como foram convocadas essas pessoas", continuou o parlamentar.
Chico Roncato foi parabenizado pelos colegas por abordar o assunto. Gilmar Rotta (MDB) contou ter se reunido três vezes com o secretário José Otávio Menten, de Defesa do Meio Ambiente, para tratar do tema. "Nem nós, vereadores, recebemos o Diário Oficial em nosso gabinete! Deveriam fazer chamamento em jornais da cidade, veicular nas rádios, nem isso estão fazendo! Mais uma vez erraram", criticou.
Marcos Abdala (PRB) afirmou também ter recebido "muitas reclamações de famílias que entraram na Justiça por não terem sido avisadas e que perderam o túmulo para outras pessoas". E Laércio Trevisan Jr. (PR) apontou "falta de administração e planejamento". "Um amigo me procurou porque havia sido vendido o túmulo dele. É lamentável."
Chico Roncato repercutiu reportagem publicada pela "Gazeta de Piracicaba" sobre um concessionário que, ao ir ao cemitério da Vila Rezende com o intuito de iniciar a reforma do túmulo da família, descobriu que os restos mortais de parentes não estão mais lá. "Já foram colocados em saco de lixo e levados ao ossário municipal. Fico indignado, porque, no meu entender, esses restos mortais que estão nos cemitérios fizeram parte da históra da cidade e deveriam ser tratados com mais respeito", afirmou.
O vereador criticou a "falta de planejamento" do setor da Prefeitura responsável pela administração dos cemitérios. "É impossível não localizar as famílias que não foram avisadas desse procedimento. Quero deixar minha indignação e me solidarizar com essas pessoas que estão sendo lesadas, já que a sepultura é perpétua."