23 DE MARÇO DE 2018
Ele afirmou que a intervenção no Rio de Janeiro é federal e não é militar
O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), ocupou os 10 minutos do expediente da 14ª sessão ordinária de ontem (22) para falar sobre sua experiência no Exército Brasileiro e sobre a intervenção militar na cidade do Rio de Janeiro, imposta pelo presidente da República, Michel Temer, “presidente que não se elegeu com o voto direto”.
Ele, que dedicou três quartos de sua vida ao exército, afirmou que jamais atentou contra a vida de ninguém e que, ao contrário, garantiu o direito à vida de muitos. “Vivenciei uma intervenção militar na história do país. Mas a missão do Exército não é reparar erros de gestão”, disse.
Capitão citou a Copa do Mundo de 2014, quando a cidade do Rio de Janeiro recebeu intervenção militar por um ano e três meses, assim como nas Olimpíadas e ponderou que a violência não acabou. “O tráfico de drogas não é exclusividade das favelas ou das comunidades. A violência e a marginalidade não estão só na cidade do Rio de Janeiro, mas em todo país. Inclusive aqui em nossa cidade. É uma epidemia”, disse.
Para ele, colocar o Exército nas ruas é minimizar a importância de uma valiosa corporação que sempre foi treinada para uma situação de guerra contra o inimigo. “Senhor presidente, não transfira sua responsabilidade ao Exército. Se o senhor achar que o Exército é de fato alternativa para governar o país neste momento que dê a legitimidade e a importância que ele merece ter”, disse. Para completar, destacou que a intervenção no Rio não militar e sim federal.
Num aparte à fala do Capitão, a Coronel Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PPS), falou das condições morais do Exército e destacou que as qualidades buscadas para executar as tarefas foram buscadas nos militares, que têm condições necessárias de resolver a situação de falta de ordem, de disciplina.
Segundo Capitão, o problema não está resolvido e que o Estado Brasileiro é competente para resolver esta situação. “Não se combate o crime com flores na mão”, disse. O vereador Ronaldo Moschini (PPS) fez comentários, após a fala de Capitão, afirmando que o problema é a organização de nossa polícia. Ele destacou a falta de estrutura da polícia, com melhores salários. “Intervenção é saída que o governo achou para dizer que está fazendo alguma coisa. O que precisa é melhor investimento e valorização, de um trabalho árduo e difícil”, destacou o vice-presidente da Câmara.