A Câmara Municipal de Piracicaba promoverá audiência pública, no próximo dia 21, às 16h, para debater a superlotação verificada no transporte coletivo público na cidade. A iniciativa de fazer a discussão partiu do vereador Paulo Campos (Podemos), autor do requerimento 463/2021, aprovado na 13ª reunião extraordinária, nesta segunda-feira (10).

Estão convocados os secretários municipais de Governo, José Luiz Guidotti Junior, e de Trânsito e Transportes, José Vicente Caixeta Filho; o procurador-geral do município, Fabio Ferreira de Moura; o diretor do Departamento de Transporte Público, Vanderlei Quartarolo; e os diretores da empresa TUPi. Já o prefeito Luciano Almeida (DEM) e toda a sociedade estão convidados a acompanhar a audiência pública, que será transmitida pela TV Câmara, com exibição simultânea pelas redes sociais.

Paulo Campos observa que, em meio a reclamações dos usuários de ônibus, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes e a TUPi divergem sobre as causas da superlotação. O parlamentar diz ter constatado que, durante a pandemia, houve a diminuição nos horários dos ônibus de todas as linhas, levando-as a circular com um número de passageiros acima do permitido. "Com a superlotação, muitas vezes passageiros foram transportados de forma irregular nos degraus dos ônibus, onde se encontra a porta de desembarque, com risco iminente de acidentes", alerta Paulo Campos, que constatou pessoalmente os problemas.

"Este vereador foi até o TCI [Terminal Central de Integração] acompanhar os relatos e, na oportunidade, embarcou na linha Centro/Novo Horizonte, onde relatou por fotos e filmagens a situação que atualmente está acontecendo. Em plena fase vermelha [do Plano São Paulo], com a diminuição dos carros, houve aglomerações em todas as linhas de ônibus, principalmente nos bairros mais populosos, onde está a maior parte dos usuários."

O vereador José Everaldo Borges, o Josef Borges (Solidariedade), disse que a audiência pública vem "em boa hora", já que o contrato do transporte público está para ser renovado e é necessário "encontrar uma saída para resolver um problema tão sério". "O Executivo precisa tomar a dianteira para que consigamos resolver de imediato isso. Obviamente, com linhas reduzidas vamos ter a superlotação; é voltando as linhas e atendendo a população [que se reduz a superlotação]; é um direito que está na Constituição", disse, citando o que ocorre nas comunidades rurais.

"Vivemos dificuldades com o transporte de nossa cidade. Algumas linhas retornaram alguns horários, como é o caso da 401, entre Ártemis e o TCI. São nove horários, de manhã e à tarde, mas o pessoal das 14h é prejudicado", exemplificou. Ele também mencionou as dificuldades de quem usa a linha 405, que faz o caminho do Paredão Vermelho a Ártemis somente duas vezes por semana. "Tem uma população grande que depende dessa via, que precisa vir para o centro de Ártemis, para, inclusive, a vacinação. É só de terça feira e dois horários: a pessoa que vem do Paredão Vermelho a Ártemis, a distância dá em torno de 7 km a 15 km, tem que vir às 6h para voltar às 17h."

Fabrício Polezi (Patriota) citou como exemplo a linha 251 Terra Rica-Cecap. "São linhas que em 2019 foram retiradas e não foram repostas. Vem vindo uma contratação nova e faço coro para que seja dada, de fato, uma atenção especial aos contratos, e que sejam sem aditivos."

Laércio Trevisan Junior (PL) apontou que o contrato com a TUPi é "outra herança da gestão do PSDB". "São quatro meses de mandato em que você pega uma herança e não vai conseguir fazer uma licitação grande, devido à situação de pandemia, principalmente. É mais uma herança que recebemos."