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11 DE DEZEMBRO DE 2023

Câmara aprova regulamentação de clubes de tiro


72ª Reunião Ordinária, nesta segunda-feira (11), ainda contou com a derrubada do veto do Poder Executivo a projeto que prevê vistoria em pontes e viadutos



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Rubens Cardia (MTB 27.118) (1 de 2) Salvar imagem em alta resolução

Projeto libera distanciamento mínimo para clubes de tiro, sem restrição de dia e horário

Projeto libera distanciamento mínimo para clubes de tiro, sem restrição de dia e horário
Foto: Rubens Cardia (MTB 27.118) (2 de 2) Salvar imagem em alta resolução

Vereador Fabrício Polezi é autor do projeto que regulamenta espaços para clubes de tiro

Vereador Fabrício Polezi é autor do projeto que regulamenta espaços para clubes de tiro
Foto: Rubens Cardia (MTB 27.118) Salvar imagem em alta resolução

Projeto libera distanciamento mínimo para clubes de tiro, sem restrição de dia e horário






A Câmara Municipal de Piracicaba aprovou, na 72ª Reunião Ordinária, nesta segunda-feira (11), o projeto de lei nº 214/2023, de autoria do vereador Fabrício Polezi (sem partido), que regulamenta o funcionamento dos estabelecimentos destinados à prática de tiro desportivo na cidade. Foi aprovado, em primeira discussão, o texto substitutivo elaborado pela CLJR (Comissão de Legislação, Justiça e Redação), com 17 votos favoráveis e dois contrários. O projeto estabelece que os locais destinados à prática de tiro desportivo poderão ser instalados sem distanciamento mínimo de quaisquer outros estabelecimentos, sem restrição de dia e horário.

Na discussão, o vereador Zezinho Pereira (União Brasil) argumentou a favor do projeto, pelo direito de defesa da população. Os vereadores Ciro da Van (Podemos) e Anilton Rissato (PRD) também defenderam a iniciativa ao usarem a palavra através do “Pela Ordem”.

Já a vereadora Rai de Almeida (PT) discursou contra a propositura, que ela acredita incentivar o armamento da população. “Gostaria que estivéssemos em uma cidade em que ninguém precisasse ter armas. Estamos em uma sociedade muito violenta e não é armando o cidadão que vamos reduzir a violência. Será a partir do momento em que tivermos uma sociedade igual, justa”, colocou. A vereadora ainda apresentou dados do Anuário da Violência de 2022, sobre o aumento dos números de ocorrências e a disseminação das armas de fogo. Citou ainda os casos de feminicídio, de violência doméstica e atentados nas escolas. Para a parlamentar, o projeto ainda apresentaria ilegalidade e inconstitucionalidade, já que a questão seria de competência da União e não do município. Citou que a questão é definida por decreto federal, que não pode ser sobreposta por lei municipal.

Ao pedir “Pela Ordem”, o autor do projeto explicou que os clubes de tiro servem para que os atiradores possam se adequar e praticar. Disse ainda que a matéria atende aos interesses dos empreendedores do município. Garantiu ainda a legalidade da iniciativa. “Decreto não é lei”, salientou. “A arma é uma ferramenta de defesa pessoal, como um veículo nas mãos de pessoas erradas pode se tornar uma arma também”. 

O presidente Wagner de Oliveira (Cidadania), o Wagnão, também defendeu a matéria e lembrou que ele mesmo tem registro de CAC (Caçador, Atirador e Colecionador) e explicou que o certificado é expedido pela Polícia Federal ou Exército e que é preciso passar por testes psicológicos e psicotécnicos, entre outros. " Não é só comprar uma carteirinha. É uma das coisas mais difíceis que tem para comprar uma arma”, afirmou. “Estamos regulamentando algumas atividades na cidade”. 

Ao discutir a matéria, o vereador Gustavo Pompeo (Avante) disse que não estava em votação um projeto que aumenta ou diminui a violência e nem sobre violência doméstica, mas sobre os espaços dos clubes de tiros. Lembrou que os CACs não representam e nem são favoráveis à violência. Disse ainda que o projeto recebeu parecer favorável da CLJR (Comissão de Legislação, Justiça e Redação), embasada em nota técnica da Procuradoria Legislativa.

Após a aprovação do projeto, Fabrício Polezi fez declaração de voto e agradeceu aos vereadores e representantes dos clubes de tiro presentes na galeria. Rai de Almeida também declarou voto e voltou a relacionar o aumento da violência e a proliferação das armas no País.

Ao justificar voto, Gustavo Pompeo disse que a prática de tiro é um esporte e que o Plenário votou a liberação dos estabelecimentos e não da violência. O vereador Pedro Kawai (PSDB) também fez declaração de voto e lembrou que trata-se de um projeto polêmico. “Tenho minhas dúvidas quanto ao distanciamento de escolas, mas respeito muito o trabalho dos CACs”, afirmou. Disse ainda que a regulamentação municipal é necessária.

O projeto ainda voltará ao Plenário para a segunda discussão.

Veto rejeitado – Durante a 72ª Reunião Ordinária, a Câmara ainda derrubou o veto do Poder Executivo ao PL 54/2023, de autoria da vereadora Sílvia Morales (PV), do Mandato Coletivo A Cidade é Sua, que exige o controle da sanidade estrutural das chamadas obras de artes especiais, como pontes, viadutos, túneis e passarelas. A autora do projeto defendeu a derrubada do veto e lembrou que não foi apontado vício de iniciativa pela CLJR, que emitiu parecer contrário ao veto.

O vereador Gustavo Pompeo (Avante) também discutiu e alegou que as razões de veto não se sustentaram e por isso ele manteria sua posição favorável à propositura e contrária ao veto. A vereadora Rai de Almeida (PT) destacou que algumas dessas obras necessitam de vistorias urgentes, como a Ponte Pênsil e os barracões do Parque do Engenho. “Foi um equívoco do prefeito vetar este projeto quando já poderia colocar em vigência para que haja a vistoria técnica urgente”, afirmou.  

O veto foi rejeitado com 15 votos contrários e três favoráveis. O projeto volta agora para ser sancionado pelo Poder Executivo em um prazo de 48 horas. Se não for feito, a matéria volta para ser promulgada pelo presidente Wagner de Oliveira.

Outras proposituras – Na 72ª Reunião Ordinária, foram ainda aprovados o PL 216/2023, de autoria do Poder Executivo, sobre a desafetação de área pública, em primeira discussão; quatro projetos de decreto legislativo que concedem honrarias; seis moções, três requerimentos de voto de congratulações e o projeto de lei complementar 3/2023, de autoria da vereadora Sílvia Morales, que disciplina o uso e ocupação em áreas marginais de cursos d´água na área urbana, em primeira discussão.

Na Tribuna Popular, participou o orador Edilson Conceição do Amaral, que falou sobre o tema “União Porto Futebol Clube: história e tradição em Piracicaba. Contrário a acabar com o campo de futebol para fazer estacionamento”. Também ocorreu a entrega da moção de aplausos nº 196/2023, de autoria da vereadora Sílvia Morales, à Produtora Audiovisual “Olhar Através”.

Confira, no vídeo, nesta página, a íntegra da 72ª Reunião Ordinária.



Texto:  Aline Macário - MTB - 39.904
Imagens de TV:  TV Câmara


Reunião Ordinária André Bandeira Ary Pedroso Jr Laércio Trevisan Jr Gilmar Rotta Paulo Camolesi Pedro Kawai Valdir Marques Wagner Oliveira Zezinho Pereira Cassio Luiz Alessandra Bellucci Acácio Godoy Josef Borges Thiago Ribeiro Gustavo Pompeo Rai de Almeida Anilton Rissato Fabricio Polezi Silvia Maria Morales Sergio da Van Ciro da Van

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