PIRACICABA, SEXTA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2024
Aumentar tamanho da letra
Página inicial  /  Webmail

25 DE FEVEREIRO DE 2015

Audiência pública sobre campo do São Jorge termina em impasse


Prefeitura propõe ampliação de um novo espaço de lazer como contrapartida, mas moradores querem permanência do antigo local



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (1 de 5) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (2 de 5) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (3 de 5) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (4 de 5) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (5 de 5) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 Salvar imagem em alta resolução





A audiência pública sobre o campo do Parque São Jorge, na região Norte da cidade, terminou em impasse. Embora os representantes da Prefeitura Municipal tenham proposto a ampliação de uma área lazer construída como contrapartida pela devolução do antigo espaço a empreendedores imobiliários, os cerca de 30 moradores que participaram da reunião nesta terça-feira (24), na Câmara de Vereadores de Piracicaba, fizeram uma “defesa do patrimônio histórico” e querem a manutenção do campo. 

Permutado pelo Executivo Municipal em 1993, na gestão do ex-prefeito Antonio Carlos de Mendes Thame, para construção do campo do Parque São Jorge, o terreno foi devolvido pelo poder público, que recebeu compensação financeira, com a aprovação do projeto de lei 243/2007, na administração de Barjas Negri. A alegação era de que devido à área ser localizada dentro da Usina Modelo torna impossível fazer o uso pela comunidade, já que existe projeto para construção de empreendimento imobiliário. 

Organizado pelo vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), o encontro contou com a participação de legisladores oposicionistas, como Laércio Trevisan Jr. (PR), Chico Almeida (PT), além de representante do vereador Paulo Camolesi (PV), e também o presidente do Legislativo, Matheus Erler (PSC), e o vereador Adair Doniani, o Samaritano (PDT). Pela Administração Municipal, estiveram o procurador-geral do município Mauro Rontani, o secretário municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), Rogério Vidal, e assessores das secretarias de Obras, Esportes e Lazer e Governo. 

"Algumas pessoas nos questionaram porque os empreendedores não estão na audiência, mas para nós não importa, o que importa é a legalidade", disse o vereador Paiva. A assessoria do legislador apresentou parecer do Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo (Graprohab), da Cetesb, sobre irregularidades no projeto apresentado pela empresa Corradi Empreendimentos. “Enquanto não legalizar (...) não é possível admitir a continuidade”, enfatizou. 

Já os moradores questionaram a mudança de interesse dos empreendedores sobre o uso da área. “Em 1993, ficou bom para todos, mas, em 2007, um passarinho disse que a área poderia ter interesse (para um empreendimento imobiliário)”, questionou Antonio Celso Alleoni, que representa a Associação dos Moradores do Parque São Jorge. “Antes era bom, mas, agora, que existem interesses unilaterais, deixam a comunidade de lado.”

O procurador-geral Mauro Rontani explicou que, em 1993, a Prefeitura Municipal não pôde registrar em cartório a área porque é menor dos 20 mil metros quadrados exigidos por lei em casos semelhantes. "No caso deste distrato (devolução da área aos empreendedores), há total legalidade porque o Município não teria condições de ser proprietário”, disse Rontani, “por isso teve a proposta de nova área para o campo”. Quanto ao parecer do Graprohab/Cetesb, acrescenta, é questão relacionada à iniciativa privada. “Neste caso os empreendedores precisam fazer os ajustes necessários.” 

PROPOSTAS – Mesmo em impasse, a audiência pública terminou com algumas propostas, como a do vereador Laércio Trevisan Jr. (PR), que sugeriu que a Prefeitura Municipal desaproprie uma área de 20 mil metros quadrados, onde inclua o campo do Parque São Jorge, e desta forma mantenha a estrutura já existente. “É possível fazer ali da mesma forma que ocorreu com a área do Hospital Regional, no Santa Rita”, disse. 

Também foi proposta uma moção de apelo ao prefeito Gabriel Ferrato, para que estude a possibilidade de desapropriação, “nos moldes do Clube Hyundai”, conforme texto da assessoria do vereador Paiva. Será encaminhado equerimento pedindo informações sobre aprovação do empreendimento junto à Prefeitura de Piracicaba, além de ofícios ao Estado e governo federal para observar se há pendências fiscais dos empreendedores. 

O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) também disse que buscará uma “união de forças locais” para buscar no Estado e no governo federal recursos para construção de um Centro Esportivo, “a exemplo do que ocorre no Jardim Monte Rey, transformando a área em um espaço digno do esporte amador piracicabano.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337
Imagens de TV:  TV Câmara


Legislativo José Paiva

Notícias relacionadas