A primeira audiência pública deste ano, na Câmara de Vereadores de Piracicaba, foi marcada pelo encaminhamento de demandas apresentadas pela população aos representantes do Executivo Municipal, na noite desta quarta-feira (15), no Plenário Francisco Antônio Coelho. A iniciativa do vereador Paulo Campos (PSD), aprovada no requerimento 1038/2019, foi motivada pela reclamação sobre a demora para o atendimento nas áreas de oftalmologia e ortopedia. 

“Fui eleito com quase cinco mil votos e a minha prerrogativa é fiscalizar o poder Executivo. Por isso, é importante que continuemos desta forma e acredito que sairemos daqui com uma resposta (sobre as demandas população. Eu não levo as críticas pelo lado pessoal. Contudo, recebo no gabinete um número significativo de pessoas que procuram, já enderecei alguns encaminhamentos e agora estamos em uma noite bastante produtiva”, disse Campos. 

Logo após a apresentação do secretário municipal de Saúde, Pedro Mello, que apresentou dados sobre investimentos do poder público na tentativa de melhorar o fluxo de atendimento na rede, a população passou a fazer intervenções direto da galeria, quando questionar a situação, principalmente, das cirurgias de cataratas e do COT (Central de Ortopedia e Traumatologia). 

Dentre os relatos, Ivone Vieira Almeida Penato, do bairro Paulista, lembrou que está com cirurgia agendada, “já alguns meses”, mas até agora não conseguiu realiza-la. Por conta da demora, ela questionou a atuação do Hospital Regional, localizado no bairro Santa Rita. Em outra intervenção, Nicole Pereira Coelho, do bairro Nova Suíça, informou que o sogro espera cirurgia da coluna há três anos e perguntou qual o tempo para que ele possa ser atendido. 

Vicente Souza Duarte, o Zóinho, destacou a fila de espera do Instituo Suel Abujamra, localizado em São Paulo, que tem uma parceria com a Prefeitura de Piracicaba para atender casos, como glaucoma. “Eu estou há dois anos na fila, mas sempre me dizem para esperar, esperar e esperar”, disse. 

Já Natalino Gomes da Silva relatou o problema da mãe, que precisa fazer cirurgia para corrigir a retina. No entanto, lembrou que, por conta da demora, ela já perdeu a visão. “É um pouco caso com a saúde, todos estamos aqui na mesma situação, de tanto esperar, ela perdeu a visão, está feia a coisa”, enfatizou. 

O secretário Pedro Mello encaminhou as demandas para a equipe e lembrou que os problemas, no geral, são pontuais. “Nós enfrentamos fatores que agravam o atendimento na saúde, como o aumento da população, menor taxa de natalidade, índice de envelhecimento e a crise econômica, mas o nosso esforço é sempre no sentido de ampliar os serviços e acolher”, disse. 

Dentre os principais problemas apresentados pelo titular da SMS está o aumento da demanda, já que, entre 2016 e 2019, cerca de 12.152 deixaram os planos de saúde em Piracicaba e, agora, dependem do atendimento do SUS. Ao mesmo tempo, a Prefeitura custeia 70% dos recursos, enquanto tem tido menor repasses do governo federal. “Isso significa que, a cada ano, o Município, que precisa investir 15% da receita (na saúde), mas chega de 25 a 30%”, disse. 

A audiência pública contou com 10 vereadores, demonstrando a preocupação da Casa torno da situação do atendimento na rede municipal de saúde. Além do presidente do evento, também estiveram André Bandeira (PSDB), Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (CID), Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), Gilmar Rotta (MDB), José Aparecido Longatto (PSDB), Lair Braga (SD), Pedro Kawai (PSDB), Ronaldo Moschini (CID) e Wagner Oliveira (PHS).