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11 DE SETEMBRO DE 2019

Audiência debate grupo de diálogo sobre assistência espiritual


Em evento convocado pelo vereador Paulo Campos (PSD), religiosos apresentaram dificuldades de atuação em hospitais da cidade.



EM PIRACICABA (SP)  

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Religiosos de diferentes denominações debateram, na noite desta quarta-feira (11), a formação de um grupo de trabalho para estabelecer contato com as administrações dos hospitais da cidade, com o objetivo de dialogar a respeito da assistência espiritual nestas instituições. Durante a audiência pública, convocada por Paulo Campos (PSD), na Câmara Vereadores de Piracicaba, foram apresentadas dificuldades no atendimento de pacientes acamados e familiares. 

“O que nos levou a propor o requerimento (649/2019), que convoca esta audiência, é que recebemos informações sobre a dificuldade de lideranças religiosas em adentrar aos hospitais”, disse Campos, que lamentou a ausência dos responsáveis pela Santa Casa e do Hospital Fornecedores de Cana, os quais enviaram representantes. “É uma pena que eles não estejam aqui”, acrescentou. 

Representaram os hospitais, a enfermeira Márcia Caravazo Dassiê (Santa Casa), o médico Alexandre Anéfalos (Unimed) e Nathalia Justolin (Hospital Fornecedores de Cana).

Durante cerca de duas horas de audiência, lideranças religiosas destacaram os obstáculos em conseguir prestar o auxílio solicitado pelos pacientes ou mesmo pelos familiares. Na ocasião, foi lembrada da Lei Federal 9.982, de 2000, que assegura o acesso às instituições da rede pública ou privada, assim como estabelecimentos prisionais civis ou militares. A avaliação é que algumas regras impostas pelas administrações dos hospitais violam a legislação. 

Conforme destacado por representantes dos hospitais, normalmente é definido um horário – no caso da Santa Casa, é das 20h30 às 21h30 – para a entrada de líderes religiosos, por conta de organizar o fluxo de pessoas que, por conta do tamanho das instituições, é alto. No HFC, foi informado que cerca de mil pessoas passam por lá diariamente, além de 1300 funcionários que atuam no hospital. 

“Estamos aqui para tentar entender como são definidas as entradas. O importante é que a gente converse e tente chegar a um denominador comum. Temos que buscar a linha do diálogo, para que possa se chegar ao que é melhor para quem está trabalhando, tanto dentro do hospital quanto quem presta o auxílio religioso”, disse o pastor Fernando Favoretto, presidente do Conselho de Pastores de Piracicaba. 

Representando o bispo diocesano Dom Fernando Mason, o padre Kleber Fernandes lembrou que é preciso diferenciar a visita dos familiares do trabalho de exercício por quem presta auxílio religioso. “Isso precisa estar bem claro, porque há uma diferença grande entre um e outro. O nosso objetivo é, no final, colaborar com quem realmente precisa, que é o paciente”, disse.

O pai de santo, Ronaldo Almeida de Xangô enfatizou a importância da definição de um grupo de trabalho para que se crie uma cultura mais de diálogo entre as diversas denominações religiosas. “Temos casos de ataque a terreiros, o que é muito preocupante”, disse ele, que relatou ter tido uma experiência em que não foi possível entrar na hora da visita dos familiares. “Mas conseguimos conversar e consegui fazer uma oração ao paciente, e no final deu tudo certo”, enfatizou.

O vereador Paulo Campos (PSD) disse que irá agendar uma reunião para formar um grupo de trabalho e, desta forma, estabelecer contato permanente. “É importante que aprofundemos o diálogo, para que tudo possa ser esclarecido”, disse.

Também participaram da audiência os vereadores Aldisa Vieira Marques, o Paraná (CID), e José Marcos Abdala (REP), além de Carlos Eduardo Tavares, coordenador administrativo das UPAS (unidades de pronto-atendimento) e Joel de Faria, assessor do prefeito Barjas Negri.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Legislativo Paulo Campos

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