Com talento reconhecido no Brasil e no exterior, onde tem obra no acervo dos Museus Vaticanos, o artista plástico Palmiro Romani recebeu na noite desta sexta-feira (17) o maior reconhecimento concedido a pessoas nascidas na cidade: o título de "Piracicabanus Plaeclarus", entregue pelo vereador Pedro Kawai (PSDB) em solenidade no salão nobre.

A grandeza da produção artística de Palmiro, que também é músico e escritor, foi expressa nos depoimentos prestados por amigos, familiares e autoridades em discursos durante a cerimônia e no vídeo produzido pelo Departamento de Comunicação com um resumo da trajetória de 61 anos de vida do piracicabano, 36 deles dedicados a pintar telas.

Pedro Kawai destacou o humanismo e a singeleza de Palmiro e o envolvimento do homenageado em causas voluntárias. O vereador se disse feliz em ter indicado o nome do artista plástico a um dos principais títulos concedidos pela Câmara. "Sinto-me orgulhoso de ter sido a ponte entre seus amigos e este reconhecimento."

O autor da solenidade relatou ter lhe chamado a atenção a fala dos netos de Palmiro no vídeo gravado em homenagem ao avô. "A criança não mente, nem finge. As artes plásticas mostram a essência do artista, mas o olhar da criança mostra a alma de fato", disse o vereador. "O carinho que você recebe hoje mostra a sua essência", completou o parlamentar, dirigindo-se a Palmiro.

O artista plástico compartilhou com o público presente no salão nobre o texto que escreveu para a solenidade. Ele fez referências a amigos e à sua família, rememorou passagens de sua vida e contou que ficou sabendo que seria homenageado por Pedro Kawai na reunião que semanalmente promove com amigos. "Fiquei emocionado", disse, sobre sua reação diante da revelação.

Palmiro lembrou o papel, em sua criação, de seu pai, "herói e vencedor", e de sua mãe, grande incentivadora. Na poesia, sua iniciação ganhou impulso com a primeira declamação, aos 7 anos, em cerimônia pelo Sete de Setembro na Escola Prudente de Moraes, enquanto na pintura o apoio veio de sua mulher, após a conclusão da primeira tela, em janeiro de 1983.

O homenageado dedicou palavras de carinho a seus filhos e netos e agradeceu a presença dos amigos na solenidade. "Depois de uma certa idade, precisamos mais do que nunca dos amigos: são eles que nos ajudarão a motivar a vida. É por esse motivo que estou aqui hoje", disse, citando nominalmente vários deles.

Tido por Palmiro como seu "mano", o procurador de Justiça Paulo Kishi listou as qualidades do amigo. "Pessoa alegre e generosa, exemplo de vida a todos, determinado a ajudar o próximo, colaborador de entidades assistenciais e da Acipi. Artista plástico contemporâneo, mas vanguardista. Uma alma brilhante. É simples, puro, genuíno, cidadão do mundo. Minha gratidão, respeito e admiração por levar Piracicaba pelo mundo", declarou.

O presidente da Comissão de Direito e Prerrogativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba, Guilherme Monaco de Mello, lembrou ter conhecido Palmiro numa ação desenvolvida na praça José Bonifácio com menores da Casa do Bom Menino. "Percebi que não era sua intenção ali mostrar sua capacidade como artista: os quadros serviram só como pano de fundo, pois seu real objetivo era envolver aquelas crianças numa esfera de amor", contou Guilherme.

A solenidade contou com a apresentação da dupla Craveiro e Cravinho, que cantou ao vivo o hino de Piracicaba, e a interpretação do monólogo "Até nos rins as pedras são silenciosas" por Fernanda Barletta. Estiveram presentes o juiz de direito José Fernando Freitas; a defensora pública Carolina Romani Brancalion; o delegado da Polícia Judiciária, João Batista Vieira de Camargo; o presidente da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), Luiz Carlos Furtuoso; e o superintendente administrativo da Unimed Piracicaba, Sérgio Fortuoso.