A Administração Municipal terá dificuldade no fechamento das contas até o final de 2016, informou na noite desta terça-feira, 24, o secretário de Finanças, José Admir de Moraes Leite, em audiência pública na Câmara que demonstrou e avaliou as metas fiscais dos primeiros quatro meses do ano. Num cenário de baixa arrecadação e de alta da inflação, ele admitiu que o momento é de “puxar o freio”. 

A previsão de arrecadação da prefeitura para os meses de janeiro, fevereiro, março e abril era de R$ 430 milhões, número que ficou 5,9% abaixo do esperado (R$ 404.454.711). Diante da “perda” de R$ 25 milhões, o secretário de Finanças informou que, até o final de 2016, o valor pode ser três vezes maior.

Admir disse que o momento econômico no país é sentido também em outros municípios. Ele citou o PIB (Produto Interno Bruto) para 2016, previsto pelo mercado financeiro com estabilidade de 0,8% e que na realidade teve contração de 4%. “Nós temos a receita crescendo 2,9% e a despesa acima de 8%”, declarou.

As alternativas da prefeitura para driblar a crise são diminuir os investimentos, com tempo de execução dilatado, e centralizar as compras, feitas em volume maior para a obtenção de descontos. Outra medida, disse o secretário, é não criar novas despesas aos cofres municipais, contingenciadas desde 2015.

A audiência na Câmara foi convocada pela Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, presidida pelo vereador André Bandeira (PSDB), e teve a presença do vereador Gilmar Tanno (PV), além do presidente do Ipasp, Marcel Zotelli, do diretor executivo da Fumep, Antonio Carlos Copato, e do procurador-geral do município, Mauro Rontani. 

Ao final da audiência, Bandeira lembrou que o encontro foi realizado no período noturno para facilitar a participação da população. No entanto, o vereador lamentou a ausência do público, já que a galeria do Plenário Francisco Antonio Coelho estava vazia.

Segundo Bandeira, a prefeitura cumpre o seu dever legal em apresentar as metas à Câmara. Ele disse que a Administração Municipal é conhecida sempre por projetar dados de acordo com a realidade, mas que infelizmente a crise econômica é sentida na cidade. “Piracicaba, ainda assim, continua sendo bem atendida.”