Professores da Escola Estadual do Jardim Costa Rica visitaram, na tarde desta segunda-feira (5), a área verde de 20 mil metros quadrados escolhida para ser o piloto do Adote uma nascente, projeto coletivo concebido pelo gabinete do vereador Luiz Arruda (PV), Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba e as secretarias municipais do Meio Ambiente (Sedema) e Trânsito e Transportes (Semuttran).

Fruto de reuniões desde fevereiro, o Adote uma nascente tem como meta se tornar um programa permanente entre escolas, comunidades e poder público. Como a cidade possui 5.380 nascentes mapeadas pela Sedema, a ideia é transformar os locais em verdadeiros “laboratórios a céu aberto”, com atividades de educação ambiental, plantio de mudas, exploração e revitalização do seu entorno.

Segundo a diretora da Escola Estadual do Jardim Costa Rica, Vera Lúcia Isidoro, o lançamento oficial do projeto está programado para as 7h30 de 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, quando a unidade educacional recebe autoridades para uma solenidade e os 180 alunos participam de mutirão de limpeza e plantio de 200 mudas na área verde. No entanto, o envolvimento dos professores foi planejado para que eles já iniciem os trabalhos em sala de aula. A escola conta hoje com 28 docentes, sendo que 12 deles puderam participar do trabalho in loco nesta segunda-feira.

Além de acompanhar a visita dos docentes, o vereador Luiz Arruda faz parte do grupo que discute as ações para implantação do Adote uma nascente. Na semana passada, ele esteve na escola reunido com José Orlando de Almeida, da Sedema; Clementina Rossin, do Viveiro Municipal; Gisele Barion, do Núcleo de Educação Ambiental; Marcelo Neiva Túllio, da Semutran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes); além da diretora Vera Lúcia e da coordenadora Márcia Sanches.

Arruda também convidou moradores do bairro para percorrer a área e ouvir as explicações sobre a importância da manutenção por profissionais da Sedema. O parlamentar trabalha em prol dos recursos hídricos e dos lençóis de irrigação aos mananciais de Piracicaba e região. “Não podemos deixar que áreas tão nobres, como as das nascentes, sejam entulhadas. Juntos poderemos revitalizar os locais e conscientizar alunos, professores e moradores”, declarou ele, que a longo prazo quer a implantação de academia ao ar livre, pista de caminhada, quiosques e iluminação no entorno do espaço. Para a concretização de tais fatores, Arruda destaca ser fundamental a cooperação dos moradores.

Passado o lançamento do projeto, os professores farão visitas trimestrais ao local, que serão intercaladas entre as sete salas. Docente em geografia há um ano na escola, Diego Ricardo Lopes Cardoso da Cruz acredita que as visitas externas com os estudantes facilitam o trabalho em sala de aula. “No contexto da geografia, é bastante pertinente a questão do uso do solo para a conscientização dos alunos. Se no passado eram os mais velhos que transmitiam o conhecimento aos mais novos, hoje o processo também se dá pela ordem inversa. Muito do que eles apreendem na escola, levam aos pais e mães.”

Assessor de relações institucionais da Sedema, José Orlando de Almeida explica que o Executivo não quer que a iniciativa seja encerrada ou se esgote no Dia Mundial do Meio Ambiente. Por isso, a necessidade da interação dos professores, direção e coordenação da escola com o poder público, que dará o suporte para a continuidade das ações no Costa Rica e posterior ampliação em outros bairros com áreas verdes e nascentes. “É uma área muito rica, um grande laboratório a céu aberto para os professores de geografia, física, química, matemática e outras disciplinas”, detalhou, citando a importância da mata ciliar e da sustentabilidade dos recursos naturais. “É um trabalho a longo prazo, que precisa de manutenção e zelo da comunidade. Quem não gostaria de ter na porta de casa um bosque?”

Engenheira agrônoma, Clementina Rossin é a responsável pelo Viveiro Municipal. Como integrante do grupo que discute as ações para a implantação do Adote uma nascente, ela levará, em cronograma definido com a direção da escola, palestras e exposição de mudas aos estudantes e professores. “A gente vai trazer o viveiro para a escola, por meio de exposição virtual, e explicar como funciona a coleta de sementes, germinação e produção das mudas”, disse. Das espécies frutíferas que devem ser plantadas estão pitanga, araçá gigante e jenipapo. Também há a preocupação em incluir árvores atrativas para passarinhos, como a figueira branca, marinheiro, pau d’alho, pau marfim, ipê roxo e angico.