A vereadora Nancy Thame (PSDB) promoveu, na tarde desta quinta-feira (25), reunião para discutir ações sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

A roda de conversa reuniu integrantes do Conepir (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba), do Conselho da Mulher, da Catedral Metodista, do Centro de Documentação, Cultura e Política Negra, da Sociedade Treze de Maio, professores, psicólogas e representante da Secretaria Municipal de Educação.

A realização de atividades na Câmara de Vereadores de Piracicaba para relembrar a data passou a ocorrer após a aprovação do projeto de decreto legislativo 1/2017, que estipulava a criação de programação no dia 25 de julho como meio de enaltecer a luta e resistência de mulheres negras contra a opressão de gênero, racismo e desigualdade socioeconômica.

Durante a reunião, a chefe do gabinete da vereadora Nancy Thame e historiadora, Marilda Soares, apresentou dados sobre a situação de desigualdade que afeta as mulheres negras. De acordo com ela, em cargos de primeiro escalão mulheres negras ocupam 0,05% das funções e recebem 25% do valor do salário de um homem branco.

A historiadora afirmou que para a mudança na situação desta desigualdade -- a qual pode ser divididas em três tipos: socioeconômica, de gênero e étnica -- são necessárias políticas públicas atreladas ao reforço destes projetos por meio de práticas cotidianas.

“O que a gente espera é que o princípio da igualdade humana se sobreponha ao das desigualdades sociais”, comentou Marilda Soares.

Ela também falou sobre a importância das rodas de conversa para discutir temas de relevância. “A democracia surge com pessoas diferentes no mesmo espaço público dialogando, contando suas ideias. Por isso, estamos aqui hoje em um exercício de democracia”, disse.

A vereadora Nancy Thame reforçou a relevância de espaços de diálogos. “Se estamos aqui é porque entendemos que a força do coletivo é maior do que a individual”, comentou.

Nancy sugeriu a inserção de conteúdos mensais sobre as mulheres negras na Escola do Legislativo e deixou o Fórum de Empreendedorismo e o Fórum de Gestão e Planejamento Territorial Sustentável à disposição para atividades sobre os direitos das mulheres negras.

Olga de Andrade, integrante do Conepir e filha de ex-combatente da Revolução Constitucionalista de 1932, relembrou a época em que era jovem e realizava ações contra o preconceito a pessoas negras. “Eu vinha da Igreja São Benedito e ficava na praça até chamarem a cavalaria para me tirar”, lembrou, após explicar que, na época, pessoas negras só podiam participar da missa que ocorria às 6h. “Hoje vejo que está muito melhor”, disse.

A parlamentar propôs e encaminhou a criação de grupo menor de representantes para discutir ações relacionadas ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha na Câmara.