O vereador Laércio Trevisan Júnior (PR) contestou a versão dada pelo diretor da Apae de Piracicaba para a demora na liberação de uma verba federal à entidade. Lair Braga, que usou a tribuna na sessão da última segunda-feira (21), disse que uma informação obtida em Brasília em 10 de março dava conta de que havia sido cancelada a emenda do deputado federal Milton Monti (PR-SP) que destinaria R$ 100 mil à instituição. Monti teria tomado a iniciativa de ajudar a Apae de Piracicaba após indicação de Trevisan. Os recursos seriam aplicados na compra de material didático e brinquedos.

"Lair Braga ou faltou com a verdade ou é muito desinformado", disse Trevisan, durante reunião ordinária realizada na noite desta quinta-feira (24). O vereador reproduziu resposta enviada pelo Fundo Nacional de Assistência Social, ligado ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que aponta como empecilho para a verba ser liberada a demora do Executivo municipal em enviar os documentos e as correções exigidas pelo governo federal. "O processo encontra-se em fase de diligências para ajustes e retificações por parte da Prefeitura de Piracicaba. A retificação é de extrema importância para a continuidade do projeto", diz o comunicado lido pelo vereador.

A nota do Fundo Nacional de Assistência Social ainda afirma que a informação de que houve cancelamento da emenda de Monti "não procede". O órgão esclarece que a emenda do deputado federal é referente ao Orçamento da União de 2008 e, portanto, não sofreu cortes, já que cancelamentos e contingências atingiram, na verdade, o Orçamento de 2011. "Como pode uma pessoa vir a essa tribuna e falar um fato que não procede? Aí, muitas vezes, o vereador se exalta porque está ouvindo uma inverdade, mas muita gente vê de outra maneira", comentou Trevisan, reiterando que o processo está parado em Brasília desde 20 de agosto do ano passado.

PIRACICAMIRIM
O vereador aproveitou a ida à tribuna para exibir uma reportagem do "Jornal da Câmara", da TV Câmara, sobre a situação do Pronto-Socorro do Piracicamirim. No vídeo, moradores reclamam da falta de médicos, fato que, na última quarta-feira (23), gerava uma espera superior a quatro horas. "Ainda não fui atendida Faz duas horas que estou aqui", disse uma usuária. "Só começaram a atender depois que a reportagem chegou. Eles não estão nem aí com as pessoas", desabafou outra moradora.

Trevisan, que é relator da Comissão Permanente de Saúde e Promoção Social, criticou o número de profissionais que atuam no local. "A situação não muda. Tem 50 pessoas e só um médico. Tem que haver, no mínimo, sete médicos de plantão", disse o vereador. Outro problema apontado pelo parlamentar é a falta de vagas em hospitais, o que, segundo Trevisan, faz os usuários do Pronto-Socorro do Piracicamirim terem de aguardar até cinco dias para conseguirem a internação. "A população já não aguenta mais. Quem perde com isso é o contribuinte", apontou.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Gustavo Annunciato / MTB 58.557