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16 DE MARÇO DE 2016

Semana da Mulher defende Delegacia da Mulher 24 horas


Mesa redonda abordou a necessidade da ampliação do horário de atendimento ao público e a realidade estrutural do local



EM PIRACICABA (SP)  

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Semana da Mulher lotou o Salão Nobre

Semana da Mulher lotou o Salão Nobre
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Vereador Paiva iniciou a mesa redonda

Vereador Paiva iniciou a mesa redonda
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Thais Progette, Presidente do Conselho Municipal de Mulher

Thais Progette, Presidente do Conselho Municipal de Mulher
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Liege Rocha, Fundadora da União de Mulheres, discursou

Liege Rocha, Fundadora da União de Mulheres, discursou
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Vereador Paiva iniciou a mesa redonda



“A violência doméstica não tem hora marcada, ela não acontece em horário comercial”, foi a fala do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) que iniciou a mesa redonda, que ocorreu na última quinta-feira (10), no Salão Nobre da Câmara de Vereadores de Piracicaba. O debate teve como tema ‘Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) 24 horas: Realidade estrutural x necessidade’ e fez parte da programação da ‘8ª Semana da Mulher’, realizada pelo mandato do vereador, em parceria com o SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba).

Há oito anos, o vereador luta para a ampliação do horário de atendimento ao público da Delegacia de Defesa da Mulher em Piracicaba. Para debater sobre a estrutura adotada na cidade e as reais necessidades, Paiva convidou a Fundadora da União Brasileira de Mulheres (UBM), Liége Rocha, o Secretário da OAB Subseção Piracicaba, Rodrigo Correa Godoy e a Presidente do Conselho Municipal da Mulher, Thais Progete.

Traçando uma linha do tempo da luta das mulheres por direitos, Liége lembrou da importância de entender o ciclo da violência e a opressão de gênero. “Nós éramos cidadãs de segunda categoria, não tínhamos direitos nem voz, hoje nós somos maioria da população, maioria do eleitorado, maioria com estudo superior. A primeira Delegacia da Mulher, criada em 1985, pode mensurar o nível de violência que existia na sociedade, a violência do homem contra mulher não é doença, se fosse doença ele batia no chefe dele, no vizinho, ou em outros ‘machões’, como ele, é uma relação de poder, dominação”, defendeu Liége.

Com grande incidência de casos durante a noite e nos finais de semana, períodos em que a DDM está fechada, as mulheres vítimas de violência precisam ir à delegacia comum. Para Godoy, o atendimento é precário e sem especialização, além de não haver estrutura física. “Existe a necessidade de um atendimento mais humano, que acolha a mulher em situação de violência.  Infelizmente, pela falta de estrutura, estamos distantes de ter uma DDM 24, por isso a necessidade, também, da instalação da Casa de Acolhimento, para abrigar essas mulheres e fazer com que elas não precisem voltar para a mesma casa que seus agressores”, comentou o advogado.

Para a Presidente do Conselho Municipal da Mulher, Thais Progete, é importante que todos os serviços que atendam mulheres em situação de violência estejam integrados para garantir o cumprimento da lei. “Um serviço é a porta de entrada para o outro, uma mulher que chega na DDM deve ser encaminhada ao Centro de Referência ou ao contrário. É necessário que todos estejam cientes de todos os procedimentos e leis”, defendeu Thais.

Presente no debate, a coordenadora do Projeto Esquina da Noite, do Casvi (Centro de Apoio e Solidariedade à Vida), Pamela Cristina de Oliveira, questionou as políticas públicas que defendem as mulheres transexuais e lembrou que o atendimento desta população, que está na rua diariamente, é feito no plantão policial. "Até que ponto as políticas públicas que defendem as mulheres envolvem as transexuais? Precisamos olhar para essas mulheres que diariamente sofrem discriminação e violência. Essa população vive na madrugada, quando essas mulheres sofrem violência precisam ir para o Plantão Policial, já que a Delegacia da Mulher não é 24 horas, e ao invés de serem protegidas, são chamadas de ‘João’”, finalizou Pamela. 



Texto:  Assessoria parlamentar
Revisão:  Redação


Cidadania José Paiva

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